sábado, 1 de maio de 2010

The Cult

Antes de caírem no rock pesado e virarem uma cópia do Guns N' Roses, o Cult era uma das bandas mais interessantes do anos 80. Começaram como uma banda meio gótica, de batida meio tribal. O vocalista Ian Astbury dizia-se influenciado pelos índios norte-americanos e junto com o fabuloso guitarrista Billy Duffy formou uma das parcerias mais simpáticas da nova fase psicodélica que assolou a Inglaterra nos anos 80. Após formarem o Southern Death Cult, Death Cult e depois finalmente o Cult, a banda arregimentou uma legião de fãs. Fizeram um excepcional disco de hard, Electric, e depois caíram de boca no som mais pesado e foram colocados como uma banda de segunda linha. Uma injustiça para um dos grupos mais promissores da década.

Ian começou com a idéia de montar uma banda de rock influenciado pelos anos 60, logo após largar o exército. Depois de montar o Southern Death Cult, que conquistou um certo público e deu espaço para o cantor, ele resolveu desmontar a banda. Conheceu Billly, montaram o Death Cult, que rendeu a dançante God´s Zoo nas paradas independentes.

A banda debutou com Dreamtime, que trazia "Spiritwalker". Após isso, foi lançado um disco ao vivo, chamado Dreamtime Live at the Lyceum, que chegou a ser lançado na época como um brinde do primeiro álbum. O grupo já tinha sua posição consolidada na Inglaterrra como um dos principais nomes do neo-psicodelismo que atingira a Grã-Bretanha. A letra dizia algo como: "Eu quero minha hora do sonho, eu quero minha hora do sonho, A única coisa intocável que é minha. Eu irei usar meu cabelo comprido, ele é uma extensão do meu coração" - embora na letra do encarte esteja escrita "extensão da minha alma".

A música subiu várias posições nas paradas independentes, já que tinham assinado com a Beggar's Banquet, mesma gravadora do Bauhaus. Ian Astbury deixava seu cabelo cada vez mais comprido. Juntaram o baixista Jamie Stewart e deixaram a bateria com vários membros, sem ter um fixo. O som era bebido dos Doors, Pink Floyd, Love, e outras coisas.

"O Cult era uma banda que te chamava atenção no palco. Ian todo de preto, sendo acompanhado pela selvagem guitarra de Billy, tocando com toda aquela energia saindo deles. O público era formado por góticos, punks, harders, todo tipo. Tinha gosto para tudo. E você saía simplesmente chapado do ginásio. Parecia que tinha acabado de ver uma cerimônia, um ritual", lembra Ian McCulloch, vocalista do Echo and the Bunnymen.

O grupo era simplesmente idolotrado na Inglaterra, sendo cultuado mais até do que o nome sugere. O auge surgiu com o lançamento do álbum Love. Ainda uma excentricidade para o mercado norte-americano, o Cult foi tomando as paradas de sucesso de assalto e ganhando rasgados elogios da mídia, que via naquele quarteto um novo Led Zeppelin, embora a comparação ficasse mais forte com o álbum posterior Electric.

"Não podemos esquecer que o Cult fez ressurgir em muito a volta do Led nos anos 80. Eles tinham uma energia e carisma parecidos em palco", relembra Bono, do U2.

O disco foi gravado em 1985, e o primeiro single "She Sells Sanctuary", foi gravado entre os dias 11 e 15 de março. A versão de 12 polegadas, por incrível que pareça, chegou a sair no Brasil na época, mas passou em branco para variar. Mas nenhuma casa noturna ficava indiferente quando tocava. Era botar todo mundo para dançar.

Texto: Mofo

1985 | LOVE

01 | Nirvana
02 | Big Neon Glitter
03 | Love
04 | Brother Wolf, Sister Moon
05 | Rain
06 | Phoenix
07 | Hollow Man
08 | Revolution
09 | She Sells Sanctuary
10 | Black Angel

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