domingo, 26 de março de 2017

Sá & Guarabyra e O Terço | Nunca


Primeiro disco da dupla, após os dois discos exitosos com Zé Rodrix. O LP mantêm o vigor do rock rural, com temas de viagem, de partida e retorno entre a cidade e o campo, indo da balada e chegando até a pitadas do rock progressivo.

Claro que a participação de O Terço, com a sua formação áurea, e as orquestrações de Rogério Duprat e Eduardo Souto Neto, dão um brilho a mais ao trabalho.

Texto | Criatura de Sebo

1974 | NUNCA

01. As Canções Que Eu Faço
02. Segunda Canção Da Estrada
03. Justo Momento
04. São Nicolau
05. Verão Do Cometa
06. Esses Cabides Vazios
07. Nuvens D´ Água
08. Divina Decadência
09. Voar É Como O Passarinho
10. Apreciando A Cidade
11. Terras Do Sul
12. Coisa A Toa

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domingo, 19 de março de 2017

Linda Hoyle

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Excelente álbum, o único registro de Linda após deixar os vocais do Affinity.

Pouco após a sua saída da banda, ela entrou em contato com o tecladista Karl Jenkins (futuro membro do Soft Machine), e passaram meses compondo material juntos. As fortes influências de Linda por jazz, blues e soul, casaram perfeitamente com a competência de Karl como músico de jazz.

Juntando-se a ambos um excelente time de músicos, o resultado só poderia ter sido mesmo bom. Pieces of Me é um mergulho de Linda no fundo de sua identidade, tanto musical como pessoal (as letras falam muito de sua vida). E o instrumental é um arraso, além da produção ter sido excelente, deixando o som muito limpo. É um dos melhores discos de jazz-rock da época, embora seja muito pouco conhecido.

A abertura com Backleash Blues, de Nina Simone, é um show vocal de Linda e da guitarra de Chris Spedding, numa irresistível levada de blues pesado. Depois, a bela balada Paper Tulips, com orquestra, e Karl no oboé.

O disco segue assim, como uma música mais agitada intercalando com uma lenta. Black Crow é um belo rock, com um instrumental bem hard. A faixa título é uma tijolada, pesadíssima, anárquica mesmo, que irá surpreender muito fã de rock experimental, tem até alguns fraseados de guitarra que lembram Robert Fripp.


Um dos grandes momentos é Hymn to Valerie Solanas (onde Linda fala de problemas que teve no meio musical - vide a citação "it's a mans' world" no refrão), um blues hipnótico, levado no piano elétrico de Karl, no qual Linda faz uma das mais perfeitas interpretações de sua carreira. A música ainda tem uma gaita, não creditada no encarte.

Mas as duas melhores do disco, na minha opinião, são The Ballad of Morty Mole (uma delicada balada, onde uma voz suave de Linda parece flutuar por sobre o piano e a contida, mas excelente cozinha baixo-bateria) e Journey's End (um rock com uma melodia belíssima e emocionante, e uma letra que fala dos problemas que Linda teve com drogas). Ao ouvir músicas como esta, é difícil se conformar com o fato de que, após este excelente disco, Linda sumiu do meio musical.

E, olha, ela faz muita falta. Quem sabe a atual onda de revival dos anos 70 não a traga de volta ao show business?

Só nos resta torcer.

Texto | Marcello Rothery

1971 | PIECE OF ME

01. Backlash Blues
02. Paper Tulips
03. Black Crow
04. For My Darling
05. Pieces Of Me
06. Lonely Women
07. Hymn To Valerie Solanas
08. The Ballad Of Morty Mole
09. Journey's End
10. Morning For One
11. Barrel House Music

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