domingo, 1 de dezembro de 2013

Marvin Gaye


Marvin Gaye era a gema da Motown: carismático, boa-pinta e excelente cantor e compositor (ele é quem criou a genial e contagiante Dancing In The Street, clássico da Martha Reeves And The Vandellas, por exemplo). Não era a toa que ele era chamado de simeplesmente o Príncipe do Soul. No famoso selo de Detroit, ele emplacou dezenas de sucessos memoráveis pelos anos 60 afora, como I Heard It Trough The Grapevine , Hitch Hike, Pride And Joy, Your Precious Love, How Sweet It Is (To Be Loved by You), Ain't That Peculiar.

O auge foi o duo que ele criou com a bela Tammi Terrell: Ain’t No Mountain High se tornaria um dos maiores êxitos de odos os tempos pela Motown. A parceria, no entasnto, terminou de forma patética e trágica. Diagnosticada com tumor no cérebro, Tammi morreria meses depois, com apenas 24 anos. Seu passamento significou o fim do episódio 1 da carreira de Gaye. Arrasado, ele ficou mais de dois anos longe do disco e dos palcos. Ao mesmo tempo, decidiu repensar a vida. Não queria mais cantar músicas românticas. Para ele, o mundo estava de cabeça para baixo, e ele precisava fazer alguma coisa. Escreveu um punhado de canções, que retratavam o seu ponto-de-vista perante problemas na sociedade, como abuso de drogas, racismo, violência policial e a Guerra do Vietnã.

Inicialmente, ele queria gravá-las coma colaboração de Al Cleveland e Renaldo Banson, dos Four Tops. Eles sugeriram que Marvin as gravasse ele mesmo. No fim, teria que tomar uma decisão corajosa e defender com unhas e dentes What's Going On. Não era um álbum de canções pop, mas sim um disco com letras de protesto. Barry Gordy Jr, o todo-poderoso manda-chuva da Motown, não gostou nada da idéia. Achou que era ousadia demais abordar essa temática, ainda mais, num disco da Tamla. Gaye bateu pé: queria gravar What’s Going On, e ponto final. Ambos ficaram num impasse, até que o cantor deu o ultimato ou Gordy, que naturalmente queria um disco na velha fórmula de sucessos da Motown. Ou ele aprovava o projeto ou ele pediria demissão. Gordy, por sua vez, teve que engolir o seu preclaro artista principal. Por mais desastroso que fosse permitir o disco, ele não podia perder Gaye para a concorrência.

Contudo, o que mais chateou o dono da Motown foi o fato de que o disco não tinha, em sua opinião, nenhuma viabilidade comercial e, que diabos, não iria tocar em nenhuma rádio, de jeito nenhum. Todas as músicas eram um ciclo de nove partes, que contam uma história contínua — mais ou menos como no famoso (!) álbum conceitual Watertown, de Frank Sinatra. Nesse caso, por melhor que seja, ele se tornaria o melhor disco do The Voice menos ouvido da história. Gordy achava que se What’s Going On não encalhasse, reria mais por causa de Gaye que das faixas em si.

Para sorte e azar de Gordy, ele se enganou redondamente (não seria a primeira vez: por exemplo, se dependesse do seu aval, Marvin e Tammi jamais teriam gravado a adorável Ain’t No Mountain High) e provou a máxima de que você “não precisa de metereologista para saber qual é a direção do vento” A faixa que dá no me ao álbum, por exemplo, lançda como compacto (contra as ordens de Gordy, novamente) foi o maior sucesso de Marvin desde I Heard It Trough The Grapevine, vendendo quase três milhões de cópias.

1971 WHAT'S GOING ON

01. What's Going On
02. What's Happening Brother
03. Flyin' High (In The Friendly Sky)
04. Save The Children
05. God Is Love
06. Mercy Mercy Me (The Ecology)
07. Right On
08. Wholy Holy
09. Inner City Blues (Make Me Wanna Holler)

Bônus Tracks:
10. God Is Love (B-side)
11. Sad Tomorrows (B-side)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Picassos Falsos

CARNE E OSSO
Texto: Mofo

Os anos 80 foram fundamentais para o rock brasileiro se consolidar. E, além das grandes bandas do período - RPM, Legião Urbana, Titãs - surgiram bandas menos famosas, mas extremamente criativas. Uma delas foi o grupo carioca Picassos Falsos, que foi um dos pioneiros ao tentar adaptar o samba, ou soul e o funk ao rock. A principal figura da banda era o vocalista Humberto Effe, que deixou sua marca nos dois discos lançados no final da década de 80. Uma carreira curta, porém, marcante.

Os Picassos Falsos começaram em 1985, no bairro da Tijuca, mas com outro nome: O Verso. O grupo era formado por Humberto Effe (voz e violão), Gustavo Corsi (guitarra, violão e cavaquinho), Caíca (baixo) e Abílio Rodrigues (bateria). Caíca ficou até 1987, quando entrou Zé Henrique Romanholli. Nesse período O Verso deixou de existir, sendo rebatizado pelo vocalista Alvin L. como Picassos Falsos.

E foi com essa formação que o grupo gravou a primeira demo, contendo "Carne e Osso", "Quadrinhos" e "Idade Média". A fitinha teve maciço apoio da rádio Fluminense FM, e acabou chamando a atenção do jornalista e produtor José Emílio Rondeau, o mesmo do primeiro LP da Legião Urbana. O grupo acabou assinando com a RCA, que havia montado um selo chamado Plug, para promover novas bandas. Uma delas foi o Violeta de Outono. Lançado em 1987, Picassos Falsos foi uma estréia inovadora e recebeu elogios por parte da crítica. Os maiores sucessos foram "Quadrinhos" e "Carne e osso", sendo que a primeira fez parte do programa Armação Ilimitada, da Rede Globo.

Os Picassos inovavam ao usar músicas incidentais; "Carne e osso", por exemplo, trazia trechos de "Se você Jurar", de Ismael Silva, além de "Cristina (Carlos Imperial-Tim Maia)", sucesso na voz de Tim.

1987 | PICASSOS FALSOS

01. Carne e Osso
(Mus. Inc. "Se Você Jurar/Cristina")
02 | Quadrinhos
03 | Que Horas São?
04 | Bater À Porta
05 | Últimos Carnavais
06 | Constrastes
07 | Bonnie e Clyde
08 | Um Bêbado
09 | Idade Média
10 | Olhos Mudos

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Com o lançamento, a banda teve uma lotada agendada de shows, onde se destacavam pelo ótimo nível dos músicos e a presença carismática de Humberto Effe, um dos letristas mais subestimados dos anos 80, além de ser um excelente performer. O grupo abusava de suas influências no palco, abusando dos ritmos regionais como ritmos nordestinos, samba, soul e funk.

Se Picassos Falsos foi uma ótima estréia, o próximo LP seria a grande obra da banda. Supercarioca é um disco ainda mais ousado e visionário, mesclando todos os ritmos regionais com Jimi Hendrix. O LP radicaliza os conceitos iniciais da banda, mas teve vendas inferiores ao disco de estréia.

Se as vendas foram mais modestas, o grupo tinha atingido o seu ápice artístico e o shows eram cada vez mais interessantes e cheios de referências. Na faixa "Bolero", a banda citava "Third Stone from the sun", do primeiro LP do The Jimi Hendrix Experience, Are You Experienced.

1988 | SUPERCARIOCA

01 | Retinas
02 | Bolero
(Mus. Inc. "Third Stone From The Sun")
03 | Marlene
(Mus. Inc. "Último desejo")
04 | Verões
05 | Wolverine
06 | Sangue
07 | O Homem Que Não Vendeu Sua Alma
08 | Fevereiro
09 | Fevereiro 2
10 | Rio de Janeiro
11 | Supercarioca

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A banda continuou na estrada, até o adeus, em 1990. Humberto tentou uma carreira solo, lançando um dico em 1990. Gustavo Corsi tocou com Ivo Meireles, Gabriel o Pensador, Marina Lima e Cláudio Zoli, e também com o Rio Sound Machine. Romanholi tentou a vida no Cruela Cruel (que contava com o guitarrista Feranando Magalhães, do Barão Vermelho), até abandonar a música e tentar a vida no jornalismo. Abílio trabalhou com Belchior e Ivo Meireles, abriu um estúdio e uma loja de instrumentos e formou-se em filosofia.

Segundo Gustavo Corsi, a banda se separou porque a gravadora exigia um novo LP e como eles atravessavam uma fase de pouca criativa, aliada com a pressão, resolveram terminar. Após ficar toda a década de 90 sumidos, eis que a banda volta no primeiro ano do Século XXI. O grupo tinha duas idéias: gravar um novo trabalho, Novo mundo, que foi editado apenas em 2005, pelo selo Psicotronica e o show Hipercariocas, onde tocavam músicas de Paulo da Portela, João Donato, Chico Buarque e João Nogueira.

Nessas apresentações contavam com a presença do percussionista francês David Villefort. Segundo Effe, em entrevista ao jornal O Globo, em 2001, "sempre usamos percussão nos disco, mas no palco éramos um quarteto. Não tínhamos esta preocupação."

2004 | NOVO MUNDO

01 | Você Não Consegue Entender
02 | Porta-Bandeira
03 | Presidente Vargas
04 | Rua do Desequilíbrio
05 | Zig Zag 2
06 | O Filme
07 | Novo Mundo
08 | Até Onde For Seguir
09 | Pra Deixar de Ficar Só
10 | Me Diga Seu Nome
11 | Eletricidade

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O grupo acabou chamando novamente a atenção e foram um dos destaques do TIM Festival, em novembro de 2004, o mais importante evento de música do país, na noite do dia 6. Eles abriram para a cantora PJ Harvey e o Primal Scream. Dividir o palco, no entanto, não animou muito os músicos. Ou como disse disse Romanholi, em uma entrevista ao Globo, em 2001: "O público ainda é ligado no que é produzido lá fora. Eu que já fui roqueiro radical, hoje não troco dez Strokes por um Mestre Ambrósio."

Desde então, a banda reuniu-se ocasionalmente, com planos de lançar um quarto disco jamais concretizado. Os dois discos se encontram fora de catálogo, mas eles foram reunidos na coletânea Picassos Falsos Hot 20, ainda que com as faixas fora de ordem.

sábado, 5 de outubro de 2013

Beto Guedes

Oriundo do Clube da Esquina, nesta página sua, Beto Guedes parece reinventar seu próprio clube, depois de tanto frequentar o clube dos irmãos mais velhos, Milton e Lô Borges. Com produção de Ronaldo Bastos e a participação de diversos músicos do antigo clube (Toninho Horta, Flávio Venturini, Vermelho), Beto Guedes acrescenta uma página elétrica ao som dos clubes mineiros de esquina, como num relâmpago. O disco, o som da banda e, principalmente, a voz de Beto Guedes, tem um pouco daquele ar de Minas Gerais, que, mesmo radicado em Belo Horizonte (Beto é de Montes Claros) faz tudo parecer meio de interior, de além das montanhas, de longe do mar. Seu timbre de voz é único, uma recriação tupiniquim de Bob Dylan ou Neil Young, mas com uma certa melancolia que lembra o mar distante, do outro lado da serra.

De certa forma, o clube da esquina e esta página elétrica seriam quase um... Novos Mineiros... Ao som de minas, agrega-se a guitarra fuzz de Beto sem que isso torne o relâmpago um disco de rock'n'roll, como disse, é uma página. E a página do relâmpago elétrico, faixa título que abre o lado A , é uma linda canção de amor na forma de raio, frases curtas e soltas que nunca caem no mesmo lugar, mas que são prenúncio de chuva forte.

Outra página da página é uma leve influência de rock progressivo em canções tanto quanto em faixas instrumentais (Chapéu de Sol) provavelmente devido a presença de Flávio eVenturini, que já tocava com o Terço e estava por formar o 14 bis. A presença de teclados é extensa, ora com Flávio, ora com Vermelho, oras com ambos. Mas a instrumentação não para aí: no mesmo formato do Clube, as seções de gravação incluíam muitos músicos e outro elemento importante é uma percussão variada que se agrega na receita do trovão. Trovão bem temperado, uma vez que com o excesso de sons, muitas vez a textura da massa se sobrepõe ao sabor, o que não é o caso aqui: esta é uma página de canções.

Texto: 1001 discos nacionais

1977 | A PÁGINA DO RELÂMPAGO ELÉTRICO

01. A Página Do Relâmpago Elétrico
02. Maria Solidária
03. Choveu
04. Chapéu de Sol
05. Tanto
06. Lumiar
07. Bandolim
08. Nascente
09. Salve Rainha
10. Belo Horizonte

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ZERØ


Após ver o vocalista Guilherme Isnard reformular o grupo em 2002 e lançar o CD Electroacústico, o público do Zero comemora agora a reedição em CD do EP Passos no Escuro e do álbum Carne Humana.

Com o título Obra Completa, o CD reúne as dezesseis músicas que o Zero lançou pela gravadora EMI, entre 1986 e 1988. Ficam inéditos em CD a estréia do grupo, ainda em compacto, com 100% Paixão e Heróis, está última disponível no site oficial do grupo para download (http://www.bandazero.com/).

Formado em 1983, o Zero conseguiu seu maior sucesso com a canção Agora Eu Sei, balada romântica que conta com a participação de Paulo Ricardo, na época com o RPM batendo recordes de vendas de seu segundo disco, Rádio Pirata Ao Vivo.

Logo depois, as rádios começaram a tocar Formosa, um rock elegante na linha do Roxy Music e do Duran Duran. Agora Eu Sei e Formosa faziam parte do EP Passos no Escuro, tentativa fracassada da EMI em colocar nas lojas um produto mais barato para o público. A gravadora imaginava que ao lançar um "mini-lp" de sete músicas, cobrando menos por isso, as vendas aumentariam. O plano dos executivos esbarrou nos lojistas que vendiam o tal do "mini-lp" com o mesmo preço de um disco completo.

Mesmo assim, o formato abriu as portas do mercado para bandas como Plebe Rude (que estreou com O Concreto Já rachou) e do Zero.

Pouco tempo depois, Guilherme Isnard e cia estavam em estúdio para gravar Carne Humana. Seguindo na linha tecnopop do disco de estréia, o grupo colocou nas paradas o rock Quimeras e a balada A Luta e o Prazer.

Por divergências musicais, a banda se separou na virada da década de 90, voltando a se reunir em 2002 para o lançamento de Electroacústico, CD que traz vários dos hits do grupo em novas versões.

A capa de Obra Completa homenageia um trabalho do pintor Norman Rockwell, The Conaisseur, que retrata um observador diante de uma tela de Pollock, questionando a arte abstrata.

2003 | OBRA COMPLETA

Cada Fio Um Sonho
Agora Eu Sei
Formosa
Os Olhos Falam
Passos No Escuro
Quero Te Contar
Algum Vício
Quimeras
Linha da Vida
Abuso de Poder
Medo de Voar
Carne Humana
Seu Planeta
Game Over
Sem Pudor
A Luta e o Prazer

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Muzak

Power-trio paulista de post punk, criado em 1984 e formado por Osmar (baixo e voz), Nivaldo (guitarras), Victor Leite (bateria) e Régis (bateria - substituindo Victor). Surgiram dentro da cena underground em São Paulo, influenciados primeiramente, pelas bandas inglesas Killing Joke e Gang of Four. As letras de suas canções tinham como característica o caos urbano e suas consequências e o som produzido era muitas vezes propositalmente assimétrico e hardcore (Ilha Urbana) servindo de trilha sonora para suas divagações existenciais e críticas.

Em 1985 foram convidados a participar de uma coletãnea do selo Baratos Afins chamada Não São Paulo, onde foram gravadas as músicas Ilha Urbana e Jovem Ateus.

Em 1986 foram contratados pela EMI-Odeon e lançaram o mini-lp Muzak, contendo as musicas: Onde Estou, Pés no Vazio, Céu Escuro, Teu Coração, Longe Demais e Rosto Humano.

Em 2004 a dupla Tétine juntamente com a gravadora inglesa Soul Jazz Records lançou na Europa a coletânea The Sexual Life of Savages - Underground Post-Punk from São Paulo, com a faixa Ilha Urbana, no mesmo ano outra coletânea semelhante é lançada na Alemanha pelo selo Man Recordings com o título No Wave, contendo a musica Ilha Urbana…

Texto: Last.fm

1986 | MUZAK

01 | Onde Estou?
02 | Pés no Vazio
03 | Rosto Humano
04 | Longe de Mais
05 | Teu Coração
06 | Céu Escuro


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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Serge Gainsbourg


O INVENTOR DO POP FRANCÊS NA ERA DO ROCK

Serge Gainsbourg é simplesmente o mais importante compositor do pop francês da segunda metade dos anos 50 em diante, ou seja, a chamada era do rock, não contando gigantes pré-rock como Chevalier, Trenet ou Piaf. Talvez não seja inadequado comparar Gainsbourg a Chico Buarque; o gaulês foi melodista igualmente versátil e inspirado, usando todos os ritmos possíveis, e também escreveu letras à altura (em francês e inglês), cheias de jogos de palavras e achados poéticos eivados de lirismo, cinismo e ironia. Gainsbourg também convida comparações com outros grandes compositores como o inglês Noel Coward e os norte-americanos Randy Newman e Tom Lehrer.

É verdade que Gainsbourg veio de um ambiente mais liberal e propício à criatividade que Chico Buarque: a França, ainda por cima Paris, terra do existencialismo, os "filhos de Karl Marx e da Coca-Cola", como diz Godard – ou, para citar agora-me-foge-quem, aquela interpretação mais radical do "carpe diem" latino, não de simplesmente aproveitar cada dia, mas sim vivê-lo como se fosse o único, queimar a vela pelas duas pontas e pelo meio, não confiar no futuro, pois a vida e o amor são apenas camuflagens frágeis e passageiras que escondem o nada, ô dó. Como dizem os existencialistas franceses, Deus não existe, mas em compensação os franceses sim – ou, na frase do próprio Gainsbourg, "o homem criou Deus, o inverso está por ser provado".

Talvez Gainsbourg tenha sido quem melhor aplicou o existencialismo à música pop, tanto em suas letras quanto em sua própria vida. Para começar, os homens franceses são mestres da feiúra charmosa, e Gainsbourg era típico ("a beleza do feio nota-se imediatamente", dizia), inclusive sonoramente, com a voz que se espera de quem fumava cinco maços de cigarros por dia – hábito que manteve até o fim, sem contar bebida, drogas e noitadas, mesmo após sofrer três enfartes e perder dois terços do fígado. Bem que amigos e médicos o aconselharam, mas ele nem quis saber, justificando: "Eu sobrevivo desde que nasci. Minha mãe quis abortar quando engravidou. Em 1942 a polícia nazista tentou nos prender. Minha mãe me salvou com minhas duas irmãs. Depois cresci sob uma boa estrela amarela, a que usei durante a ocupação. O que vivi depois é um presente."

Serge Gainsbourg ganhou o presente da vida em 2 de março de 1928, batizado Lucien Ginzburg e filho de judeus fugidos da Rússia. Seu pai era pianista e transmitiu este dom ao filho, que logo arrumou empregos e bicos como transcritor de partituras e pianista de jazz. Um dia o rapaz percebeu que poderia ganhar um pouco mais como compositor, e resolveu adotar um pseudônimo – não para esconder sua ascendência judia, mas sim porque "Lucien Ginzburg é nome de barbeiro de bairro". A princípio assinou-se Julien Crux, mas após três anos escolheu o prenome Serge, forma francesa de "Sergei", em honra a seus antepassados russos, e passou a grafar seu sobrenome como Gainsbourg, gozando seus professores que não conseguiam escrever Ginzburg."...

Logo Gainsbourg chamou a atenção do meio musical. Descoberto pelo grande empresário e produtor franco-búlgaro Jacques Canetti (também descobridor de Jacques Brel, Michael Legrand e muitos outros) assinou com a Philips (onde gravaria por toda a vida – quem diria ser esta a mesma Universal Music de hoje?) em 1958 (pois é, ele já tinha trinta anos). Em 31 anos Gainsbourg gravou 27 LPs (incluindo um em dupla com seu primeiro parceiro, o compositor e arranjador Alain Goraguer, e a atriz/cantora Juliette Greco, outro com Brigitte Bardot e, claro, um terceiro com Jane Birkin), além de ter músicas ou versões gravadas por meio mundo.

As pérolas de Gainsbourg gravadas por outros incluem "Poupée De Cire, Poupée De Son", lançada por France Gali (e que muitos de vocês devem ter conhecido com Wanderléa, "Boneca De Cera, Boneca De Pano"), "Comment Te Dire Adieu" (versão de "It Hurts To Say Goodbye" do norte-americano Jack Gold) e "L’Anamour" (ambas sucessos com La Hardy), "69 L Ánnée Erotique" (lançada pela atriz e cantora inglesa Jane Birkin), "La Javanaise" (lançada por Juliette Greco e regravada por Rita Lee nos anos 90) e "Harley-Davidson", sucesso de Brigitte Bardot, regravado pelo Shocking Blue (sim, o grupo holandês) e a inspiração para o início de "Metamorfose Ambulante" de Tio Raul – além de grande ausência numa recente coletânea de músicas dedicadas à mítica motocicleta.

Embora não fosse estritamente roqueiro, o versátil Gainsbourg era muito bom de rock, muitas vezes parodiando e esculhambando o gênero – que tal, em plena era do twist, ouvir um disco chamado "Réquiem Pour Un Twister"? E "Oh Oh Cheri", rockabilly da dupla Jil & Jan, sucesso de Françoise, foi parodiado por Gainsbourg como "Oh Oh Sheriff", gravado num LP todo em francês da inglesa Petula Clark. Sempre bem-humorado, Gainsbourg oferece opções para todos os gostos, do melhor ao pior, da escatologia à irreverência e humor negro, como em "En Relisant Ta Lettre", que comenta os erros de ortografia do último bilhete da amante suicida ("Ao reler tua carta/noto que tua ortografia é como tu/‘É tu que eu amo’/tem um "m" só [...] ‘eu te suplico’/faltou o pingo no "i"/‘sou escrava’/não tem crase/‘das aparências/isso é ridículo’/O "i" é maiúsculo..." À primeira vista podendo soar machista, Gainsbourg gozava até o machismo, como em "Les Femmes, Ça Fait Pédé" ("As Mulheres Nos Dão Vontade De Virar Bichas").

Aliás, Gainsbourg parodiava não só o rock, mas tudo, inclusive ritmos jamaicanos ("Couleur Café", "Pauvre Lola") e música erudita: "Jane B.", cantada por La Birkin, é explicitamente inspirada no Prelúdio Número 4 de Chopin, e o "Mercado Persa" de Kethelby foi transformado em (fiquem sentados) "Oh My Lady Heroine". E isso não é nada perto de seu arranjo reggae para o hino nacional francês em 1979.

Mantendo pique e inspiração até o fim, Gainsbourg, logo antes de morrer, em 1990, ainda compôs dois discos inteiros para Jane Birkin (Amours Des Faintes) e Vanessa Paradis, a Carla Perez francesa, intitulado Variations Sur Le Même T’Aime. Notaram o trocadilho do título? Gainsbourg, já comentamos, compunha muito bem em francês e também em inglês, sendo grande fã de aliterações e jogos de palavras em geral. Outro bom exemplo é sua letra para "Comment The Dire Adieu", cheia de trocadilhos com o fonema "ex".

Citamos a versão reggae de Gainsbourg para "A Marselhesa", carro-chefe de seu LP 'Aux Armes Et Cetera', de 1979. Franceses mais patriotas, incluindo veteranos da segunda guerra mundial, protestaram em massa. Emérito provocador, Gainsbourg conseguiu chocar até seus conterrâneos franceses, para quem "merde" e "putain" não são palavrões. Para Gainsbourg, escandalizar o Vaticano (como ele fez com "Je T’Aime... Moi Non Plus") era moleza. Ele gozou até a si mesmo e sua herança judaica num LP inteiro, 'Rock Around The Bunker!' Sem falar em "Les Sucettes", que France Gall gravou sem perceber a, ahn, sutileza da letra: "Aninha adora pirulitos/Pirulitos de aniz [...] quando o suco chega à garganta de Aninha/ela vai ao céu [...] e quando ela sente que debaixo da língua/só ficou o palito/ela corre de volta à loja". Acredite se quiser: Gali só se deu conta da lambuzeira quando o disco se tornou grande sucesso. (Fula da vida, ela nunca mais falou com Gainsbourg. Mas, também, quem mandou não prestar atenção?) Menos sutil foi a reação bastante espontânea de Gainsbourg ao se deparar com a gritadeira Whitney Houston num programa de TV: "I want to fuck you!".

Mas Gainsbourg, sátiro e gozador, foi também grande pessoa. Casado com Jane Birkin durante doze anos, continuou seu amigo e parceiro musical mesmo após o fim do romance. Ambos tiveram uma filha, Charlotte, também atriz e cantora (e que gravou com o pai um dueto cujo título diz tudo, "Lemon Incest"). E quatro anos antes de morrer Gainsbourg produziu outro pepê, o garoto Lulu, em parceria com Bambou, jovem modelo francesa de origem chino-alemã; Gainsbourg lhe dedicou uma música cujo início diz "Quando eu sumir, jogue um pouco de urtiga sobre meu túmulo, meu pequeno Lulu."

Enfim, o assunto Serge Gainsbourg é dos mais ricos, assim como sua obra. Bem comentou a feminista Bardot ao morrer o amigo: "Ele me provou que alguns homens podem ser gênios." E toda sua obra está disponível, devidamente reeditada pela Philips francesa numa caixa de onze CDs, 'De Gainsbourg A Gainsbarre', bem como todas suas letras, reunidas em 'Dernières Nouvelles Des Étoiles', livro organizado pelo escritor e gainsbourgólogo Franck Lhomeau e lançado pela editora parisiense Plon Pocket em 1994. Parafraseando o próprio Gainsbourg, ao rever sua obra, há muito poucos erros a apontar...


1971 | HISTORIE DE MELODY NELSON

01 | Melody
02 | Ballade de Melody Nelson
03 | Valse de Melody
04 | Ah! Melody
05 | L’Hôtel Particulier
06 | En Melody
07 | Cargo Culte

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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Tool


Tool é uma banda rock norte-americana, vencedora de Grammy Awards, que foi formada em 1990 em Los Angeles, Califórnia. A banda vendeu mais de 20 millhões de cópias em todo o mundo, e é constituída pelo baterista Danny Carey, o baixista Justin Chancellor, o guitarrista Adam Jones, e o vocalista Maynard James Keenan. Os Tool fizeram digressões mundiais e produziram álbuns que obtiveram bons resultados nas tabelas musicais internacionais.

O Tool emergiu com um som heavy metal no seu primeiro LP, Undertow, numa altura em que o gênero era dominado pelo thrash metal, e mais tarde atingiram o topo do movimento de metal alternativo com o lançamento do segundo LP, Ænima, em 1996. Os seus esforços para unificar a experimentação musical, artes visuais e uma mensagem de evolução pessoal continuou com Lateralus (2001) e o seu mais recente álbum, 10,000 Days (2006), oferecendo à banda aclamação e sucesso a nível mundial.

Devido à incorporação de artes visuais e álbuns relativamente longos e complexos, os Tool são geralmente descritos como um grupo com um estilo transcendente, parte do rock progressivo e do art rock. A relação entre a banda e a indústria musical é ambivalente, por vezes marcada por censura pela insistência dos membros da banda em ter privacidade.

A história do Tool começa em 1990, quando Maynard James Keenan, aluno da Kendall College of Art & Design, conheceu Adam Jones, técnico em efeitos especiais do estúdio de Stan Winston. Eles descobriram ter outra coisa em comum fora a fascinação por arte contemporânea: a música. Maynard e Adam começaram a compor juntos e chamavam dezenas de músicos para ensaiar. Eles usavam o estúdio de ensaio pessoal de Danny Carey, vizinho de Maynard e amigo de Adam. Danny foi apresentado a Adam por Tom Morello (ex-guitarrista do Audioslave, atual Rage Against the Machine), com quem Adam havia tocado baixo numa banda chamada Electric Sheep. Por indicação de Morello, Danny Carey se ofereceu para tocar bateria com Maynard e Adam, pois ao mesmo tempo sentia pena dos dois por não acharem ninguém para tocar (as pessoas que eles chamavam nunca retornavam ou então sequer apareciam).

Na mesma época, Paul D'Amour tinha se mudado para Los Angeles para trabalhar no meio cinematográfico, realizando efeitos especiais para dos filmes O Exterminador do Futuro, Jurassic Park e Predador 2, e já estava desistindo de ser músico quando conheceu Adam, que o convidou para tocar, sendo Paul um excelente baixista. Uma curiosidade: D'Amour estava sempre de mau-humor, e seu estado de espírito influenciou muito a sonoridade das músicas, que encaixaram perfeitamente com sua personalidade. Com a banda formada, eles começaram a ensaiar regularmente na casa de Danny Carey.

Depois de quase se chamarem Toolshed, eles escolheram a alcunha de ser simplesmente Tool, pelo fato de quererem que sua música fosse uma "ferramenta" para a compreensão da Lacrimologia, a "ciência do choro" como terapia, que consiste em evoluir explorando sua dor física e emocional. Os temas mais comuns nas composições são críticas à religiosidade, à sociedade americana e à sexualidade.

Mesmo sendo uma banda de sonoridade alternativa e incomum, o Tool ganhou as paradas de sucesso, em parte, pela polemica, em parte por seus clipes, obras lapidadas a esmo e elevadas ao status de "curta-metragens". Após certo tempo, eles começam a abrir shows para Rollins Band, Rage Against the Machine e Fishbone. Nessa época, eles gravam demos de quatro canais das canções Cold & Ugly, Hush, Part of Me, Jerk-Off, Crawl Away e Sober. Apenas as quatro primeiras entrariam no EP Opiate, lançado em Abril de 1992, pela Silvertone Records, da Virgin.

Opiate, que continha apenas as composições mais pesadas e curtas, fez com que todos achassem que se tratava de uma banda de trash metal. Assim, a banda conseguiu uma certa exposição e boa vendagem com Opiate. Gravaram um clipe para Hush (dirigido por Ken Andrews, do Failure), onde todos da banda aparecem amordaçados e nus, com uma placa escrita: "Parental Advisory: Explicit Parts" cobrindo suas partes íntimas, pois a música fala sobre censura. O vídeo não foi lançado de maneira oficial, e mesmo sendo boicotado pela MTV americana, não impedediu sua repercussão, e a faixa Sweat foi adicionada à trilha sonora do filme Scape From L.A.

Chega às lojas Undertow, em uma versão censurada do primero álbum original. Algumas lojas trocaram a capa original (um desenho de uma escultura de Adam Jones, uma espécie de caixa torácica vermelha com costelas em forma de tentáculos) por um código de barras gigante. A parte interior e traseira do encarte ainda traziam fotos como uma mulher extremamente obesa nua, sozinha, e uma outra foto da mesma mulher com um homem nu deitado sobre ela, além de uma radiografia com um enorme vibrador dentro de uma cavidade anal. Em edições não censuradas, existem também fotos de uma vaca lambendo suas genitálias e um porco empalado por uma série de garfos - esta, real. Como a arte gráfica do álbum sugere, Undertow é um álbum cru, com nuances mais melódicas e densas, faixas beirando os cinco minutos.

Com o álbum catapultado pelos vídeos de Sober (dirigido por Adam Jones e Fred Stuhr, ganhou as categorias de "Melhor Artista Novo" e "Melhor Clipe De Hard Rock/Metal" na MTV) e Prison Sex (primeiro clipe totalmente dirigido por Adam), o Tool conseguiu ser uma das atrações principais do Festival Lollapalooza '93. O álbum traz também Intolerance - que claramente faz alusões ao período em que Maynard serviu o Exército Americano nas linhas "You lie, cheat and steal" em oposição a "I will not lie, cheat or steal", principais princípios ensinados aos soldados). A enorme Bottom tem participação especial de Henry Rollins. Swamp Song e a faixa-título fazem alusão a uso de drogas, o tema principal do álbum. A última faixa, Disgustipated é uma narrativa sarcástica sobre o que seria o apocalipse que as cenouras enfrentam em todos os dias de colheita, com o som de machados e marretas marcando o tempo.

Turnês intermináveis, especulações de que a banda era adepta do satanismo, aumentam sua popularidade a cada show. A banda não se sente ameaçada por isso, pois o que queriam era que as pessoas ficassem perturbadas e excitadas com a sua música. Na letra de Prison Sex, por exemplo, trata de abusos sexuais que Maynard teria sofrido na infância. Isso pode te-lo tornado uma pessoa mórbida e sadomasoquista - segundo as especulações. Mas nada disso foi comprovado, e o que sabemos é que Maynard teve uma educação extremamente religiosa e opressora, que espelha sua revolta contra as novas religiões e as antigas ortodoxas.

Ænima, lançado em 1996, ganhou um título que é a junção das palavras "Anima" (termo cunhado por Carl Jung) e "Enema" (inimigo). Durante o processo de composição, Paul D'Amour anuncia sua saída da banda. Paul resolveu dar vasão a sua paixão por outros estilos músicais. O grupo então começa a testar outros baixistas, entre eles Frank Cavanagh do Filter, Scott Reeder do Kyuss, e Shepherd Stevenson, do Pigmy Love Circus. O escolhido foi Justin Chancellor, do Peach, banda que excursionou com o Tool na Europa em 1994. Justin não aceitou o convite de imediato, pois estava montando um novo projeto com o guitarrista de sua antiga banda (com quem tocava desde os 14 anos de idade). Percebendo que não poderia deixar a oportunidade para trás, ele entrou para o Tool. Quando o single Ænima foi lançado, o Tool logo sofreu novamente uma represália: o clip de Stinkfist (primeiro single do disco) foi rejeitado pela MTV, que alegou que o título da música era ofensivo. Depois de inúmeros protestos por parte dos fãs, a emissora passou a exibir o vídeo com o nome de Track #1, por ser a primeira faixa do álbum.

Ænima é um álbum recheado de mensagens subliminares. Em quase todas as faixas, Maynard está sussurrando algo, inteligível ou não. Faixas como Eulogy, Forty-Six & 2, Hooker With A Penis, Pushit e Ænema dividem espaço com músicas que são quase como vinhetas: Useful Idiot, Message To Harry Manback, Intermission e Die Eier Von Satan (discurso me alemão que é nada mais do que uma receita de um tipo de biscoito cookie). Sendo o design gráfico da capa de Ænima primoroso, recheado de holografias estranhas e soturnas, este rendeu ao grupo um prêmio por "Melhor Embalagem de Álbum" no Grammy de 1996. Foram indicados ainda a categoria de "Melhor Vídeo Clip e Curta-Metragem" por Stinkfist.

Maynard começara a se apresentar em shows totalmente careca, com o corpo inteiramente pintado ou então vestido de mulher, adicionando ainda mais estranheza à perfomance do Tool. Em meio à imensa turnê, a banda lança o single e o clipe de Ænema, concorrendo a prêmios na MTV - que desta vez não censurou a criatividade do grupo. Ænema ganhar então um Grammy de "Melhor Performance de Metal", em 1997.

Após o estouro dos shows de promoção de "Ænima", o Tool resolve dar um tempo. Maynard grava a música You Can't Kill The Revolution com o Rage Against The Machine, faz um dueto num show com Tori Amos, cantando Muhammad My Friend e forma o a banda Shandi's Addiction, com Billy Gould (Faith No More), Tom Morello e Brad Wilk (guitarrista e baterista do Rage Against the Machine) para participar do disco-tributo à banda Kiss gravando a música Calling Dr. Love. A Volcano Entertainment, gravadora do Tool, processou a banda por ter violado cláusulas do contrato, alegando que o grupo estaria participando de projetos em outros selos, e assim procurando novas propostas de contrato. A banda travou uma batalha com gravadora, e alegava que a mesma estaria negligenciando uma cláusula que constava no acordo original. A briga durou mais de um ano, até que no final ambas as partes resolveram fazer um novo acordo, evitando medidas judiciais. O Tool renovou o seu contrato, incluindo a gravação de mais três álbuns.

Em 1998, após as batalhas judiciais, os integrantes envolveram-se em vários trabalhos paralelos com bandas amigas: Adam Jones toca em alguns shows com a banda Melvins e monta uma banda experimental com King Buzzo, chamada Noiseland Arcade. Maynard começa a ter mais contato com outros músicos, organizando o projeto Tapeworm, com Trent Reznor e Danny Lohner, ambos do Nine Inch Nails. Nesta época, tocam e compoem sem compromisso, e não há nenhum registro comprovado de gravações do projeto.

Mais tarde, Maynard restabelece contato com Billy Howerdel, técnico de som das sessões de Ænima. Howerdel mostra suas composições e Maynard se oferece para participar do projeto que ele estava montando com a baixista Paz Lenchantin. Está formada a banda A Perfect Circle, que acabaria se tornando a ocupação de Maynard durante um bom tempo.

Com o Tool paralisado por conta de problemas contratuais, Maynard pode se dedicar completamente ao A Perfect Circle. Formado por Maynard, Billy Howerdel, Troy Van Leeuwen, Paz Lenchantin e Josh Freese, o grupo começa a tocar em shows beneficentes e abre a turnê de 2000 do Nine Inch Nails. Tentando enganar seus fãs, Maynard passa a usar uma peruca. Mas ele logo é descoberto, por causa da grande atenção que o A Perfect Circle acaba despertando com o álbum Mer De Noms.

Quando o A Perfect Circle deu um tempo, o Tool imediatamente voltou às atividades. Para acabar com os boatos de que a banda havia acabado, eles lançam, em 2000, o box Salival, que se trata de um DVD com os cinco clipes da banda e um CD com faixas ao vivo e raridades. Dentre elas, versões de No Quarter, do Led Zeppellin, You Lied (cover da banda Peach, de Justin Chancellor), a faixa escondida Maynard's Dick e Pushit, em versão ao vivo mais longa que a original onde o professor de percussão de Danny Carey, Aloke Dutta, dá uma canja. A embalagem é uma pequena caixa negra com um livreto (no mesmo estilo do álbum do show P.U.L.S.E. do Pink Floyd) com fotos de shows e cenas dos vídeos.

A banda demite o empresário Ted Gardner, que também ameaça processar a banda, alegando atraso dos honorários. Nenhuma notícia sobre o ocorrido vaza para a imprensa. Após seis anos desde o lançamento de Ænima, Lateralus é lançado. O grande apelo do álbum é o clipe futurista de Schism, com a música Mantra" como introdução. A banda está agora revigorada, com Adam Jones mais refinado, mostrando mais técnica em seus riffs. Faixas como Reflection e The Patient trazem a brilhante voz de Maynard em destaque, contrastando com as belicosas The Grudge e Ticks And Leeches (faixa que a banda evita apresentar ao vivo, devido o esforço vocal de Maynard). Neste álbum, a banda pode ter assimilado influências do Hinduísmo, filosófica e musicalmente. A banda ganha mais um Grammy, desta vez com a música Schism.

O Tool lança ainda os clipes de Parabol e Parabola - em sequência, como no álbum - resultando num enorme vídeo, que acaba dificultando a veiculação do mesmo pela mídia e pela MTV. Terminada a turnê de Lateralus em 2003, Maynard volta a se reunir com o A Perfect Circle e planeja o lançamento do segundo álbum do grupo, Thirteenth Step. Danny Carey se dedica a estudar percussão com seu professor Aloke Dutta e a gravar com o Pygmy Love Circus, enquanto Adam segue sua carreira com efeitos especiais e escreve material novo para o Tool com Justin Chancellor.

10000 Days é o quarto álbum de estúdio lançado em Maio de 2006 e tem características em comum com as do álbum Lateralus: o design gráfico ficou a cargo de Alex Grey, o mesmo de Lateralus, dentre outras. Neste álbum, os elementos da música alternativa trouxeram ainda mais à tona as tendências progressivas da banda, deixando os fãs em dúvida entre qual dos trabalhos personifica a obra-prima da banda.

Vicarious, faixa de abertura, tem uma composição envolvente, lembrando em alguns momentos a música Schism. Como se fosse um retrato da carreira da banda, sem deixar de ser criativa, tem guitarras explosivas e dinâmicas, cheias de riffs que alternam alucinadamente. Wings for Marie, composta por duas partes, foi feita por Keenan devido a morte de sua mãe. Explicou numa entrevista, que sua mãe sofria de uma paralisía que a incapacitava parcialmente. O período de duração entre a paralisia e sua morte foi de exatamente vinte e sete anos. Dez mil dias. Atualmente a banda faz a turne de promoção do álbum.

Texto: Wikipédia

1992 - OPIATE

01. Sweat
02. Hush
03. Part of Me
04. Cold and Ugly (Live)
05. Jerk-Off (Live)
06. Opiate


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1993 - UNDERTOW

01. Intolerance
02. Prison Sex
03. Sober
04. Bottom
05. Crawl Away
06. Swamp Song
07. Undertow
08. 4°
09. Flood
69. Disgustipated

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1993 - LIVE AT BIG MELE FESTIVAL
(Bootleg)


01. Cold & Ugly
02. Intolerance
03. Hush
04. Undertow
05. Sober
06. Prison Sex
07. Swamp Song
08. Sweat
09. Opiate (Featuring Layne Staley)
10. Flood
11. Jerk-Off

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1996 - ÆNIMA

01. Stinkfist
02. Eulogy
03. H.
04. Useful Idiot
05. Forty-Six & 2
06. Message to Harry Manback
07. Hooker With a Penis
08. Intermission
09. Jimmy
10. Die Eier von Satan
11. Pushit
12. Cesaro Summability
13. Ænima
14. (-) Ions
15. Third Eye

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2000 - SALIVAL

01. Third Eye (Live)
02. Part of Me (Live)
03. Pushit (Live)
04. Message to Harry Manback II
05. You Lied
06. Merkaba
07. No Quarter
08. L.A.M.C.

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2001 - LATERALUS

01. The Grudge
02. Eon Blue Apocalypse
03. The Patient
04. Mantra
05. Schism
06. Parabol
07. Parabola
08. Ticks & Leeches
09. Lateralus
10. Disposition
11. Reflection
12. Triad
13. Faaip de Oiad

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2006 - 10,000 DAYS

01. Vicarious
02. Jambi
03. Wings for Marie (Pt 1)
04. 10,000 Days (Wings, Pt 2)
05. The Pot
06. Lipan Conjuring
07. Lost Keys
08. Rosetta Stoned
09. Intension
10. Right in Two
11. Viginti Tres

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Robert Cray


Robert Cray (Columbus, Geórgia, 1 de agosto de 1953) é um músico estadunidense, considerado um expoente da nova safra de artistas do blues.

Começou sua carreira influenciado pelos Beatles mas, ao assistir um espetáculo de Albert Collins, resolveu seguir o caminho do blues. Ao lado de Albert Collins e Johnny Copeland registrou o já clássico álbum Showdown!. Suas músicas foram regravadas por artistas como Eric Clapton (Bad Influence) e Albert Collins (Phone Booth).

1986 | STRONG PERSUADER

Smoking Gun
I Guess I Showed Her
Right Next Door (Because Of Me)
Nothin' but a Woman (feat. The Memphis Horns)
Still Around
More Than I Can Stand
Foul Play
I Wonder
Fantasized
New Blood

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Gang Of Four


Gang of Four é uma banda pós-punk de Leeds, Inglaterra. Faziam parte da formação original o cantor Jon King, o guitarrista Andy Gill, o baixista Dave Allen e o baterista Hugo Burnham. Estiveram totalmente ativos entre os anos de 1977 e 1984, reapareceram durante a década de 1990 por duas vezes com King e Gill. Em 2005 reuniram a formação inicial.


1984 | LIVE AT THE PALACE


We Live as We Dream, Alone
History Is Not Made by Great Men
Silver Lining
History of the World
I Love a Man in Uniform
Paralysed
Is It Love
Damaged Goods
At Home He's a Tourist
I Will Be a Good Boy
Call Me Up

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sexta-feira, 1 de março de 2013

Milton Nascimento & Lô Borges


Se Clube da Esquina fosse apenas a resposta brasileira à Sgt. Pepper..., já se destacaria como uma importante contribuição ao pop internacional. Mas esta magnífica coleção de canções, lançada originalmente como um álbum duplo, também transformou Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e Toninho Horta em artistas de sucesso pelo seu próprio talento.

Embora Milton Nascimento - um cantor carismático com um falsete puro e cheio de espiritualidade - seja o centro de gravidade do álbum, ele ainda não era uma grande estrela, e Clube da Esquina é muito mais um trabalho de grupo, co-creditado também a Lô Borges. O disco mistura sons oníricos, letras surrealista se uma ampla variedade de influências sul-americanas. É um marco da música popular que abriu as portas da criação para outros artistas.

O Clube da Esquina era um grupo de amigos de Belo Horizonte-MG. Eles passaram seis meses, em 1971, numa casa alugada na Praia de Piratininga, em Niterói-RJ, compondo e compartilhando seu amor pelos Beatles. De volta ao estúdio, a música ganhou uma grandiosidade suntuosa com a orquestração de Eumir Deodato e Wagner Tiso. O álbum contém uma série de clássicos, como "Cravo e Canela" e "Nada Será Como Antes". A influência dos Beatles é particularmente forte no "rock mineiro" de Lô Borges, em faixas como "O Trem Azul" e "Nuvem Cigana", músicas delicadas, cheias de encanto e sutilezas.

1972 | CLUBE DA ESQUINA

Disco 1:

01. Tudo Que Você Podia Ser
02. Cais
03. O Trem Azul
04. Saídas e Bandeiras nº 1
05. Nuvem Cigana
06. Cravo e Canela
07. Dos Cruces
08. Um Girassol da Cor de Seu Cabelo
09. San Vicente
10. Estrelas
11. Clube da Esquina nº 2

Disco 2:

01. Paisagem na Janela
02. Me Deixa em Paz
03. Os Povos
04. Saídas e Bandeiras nº 2
05. Um Gosto de Sol
06. Pelo Amor de Deus
07. Lilia
08. Trem de Doido
09. Nada Será Como Antes
10. Ao Que Vai Nascer

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

The Kinks


Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Part One é um álbum conceitual da banda de rock britânica The Kinks. Lançado em 1970, é uma análise satírica das diversas facetas da indústria da música, incluindo editoras, sindicatos, imprensa, contadores, empresários e a estrada. Musicalmente Lola é eclético, transitando entre os gêneros folk, hard rock e a tradicional música de salão britânica.

Embora tenha surgido em um período de transição para o Kinks, Lola Versus Powerman foi um sucesso tanto comercial quando de crítica, entrando para o Top 40 nos Estados Unidos e ajudando a resgatar a fama do grupo, o que acabou fazendo deste um álbum de "retorno". Deu origem também a dois hit singles, "Lola", que ficou entre as 10 mais nos Estados Unidos, e "Apeman", que alcançou a 5ª colocação nas paradas britânicas.

1970 | LOLA vs. POWERMAN AND THE MONEYGOROUND, PART ONE

01 | Introduction
02 | The Contenders
03 | Strangers
04 | Denmark Street
05 | Get Back in Line
06 | Lola
07 | Top of the Pops
08 | The Moneygoround
09 | This Time Tomorrow
10 | A Long Way From Home
11 | Rats
12 | Apeman
13 | Powerman
14 | Got to Be Free
15 | Lola" (Mono)
16 | Apeman" (Alternate)
17 | Powerman" (Demo Acoustic)

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

America


America é uma banda britânica de folk rock muito popular no início e meio dos anos 1970 e agora mais conhecida por seus sucessos como A Horse with No Name e Sister Golden Hair. Embora eles não fossem muito aceitos pelos críticos, a banda teve excepcional sucesso comercial na venda de seus dois singles e álbuns. Apesar de cantores consagrados como James Taylor e Rod Stewart fazerem parte da Warner Brothers Records o grupo que mais vendeu discos neste selo na década de 70 foi America.

Gerry Beckley, Dan Peek e Dewey Bunnel eram três americanos muito jovens, que na época em que foram descobertos (por Jerry Lordan), em 1970, viviam em Londres. Seu som acústico, quieto, causou surpresa e fascínio. O America teve dois grandes hits internacionais seguidos, 'A Horse With No Name' e 'I Need You', ambos tirados de America, seu primeiro álbum, de 1971. Com este álbum, venceram o Grammy de banda revelação de 1972. A música do America, então, era uma versão refinada (não melhor, porém) do folkanglo-americano de Crosby, Stills & Nash. Beckley, Peek e Bunnel tocavam e cantavam imitando (talvez não intencionalmente) Neil Young. Até meados dos anos 70, pelo menos, America foi um nome sólido, com álbuns acima da média e hits de médio impacto, como 'Tin Man' e 'Sister Golden Hair'. No Final dos anos 90, o America, com a mesma formação, ainda estava ativo, vivendo de suas antigas glórias.

2000 | HIGHWAY: 30 YEARS OF AMERICA

Disc: 1

01 | Riverside
02 | A Horse With No Name
03 | I Need You
04 | Rainy Day
05 | Here
06 | Three Roses
07 | Sandman
08 | Everyone I Meet Is From California
09 | Ventura Highway
10 | To Each His Own
11 | Don't Cross The River
12 | Cornwall Blank
13 | Only In Your Heart
14 | Saturn Nights
15 | Hat Trick
16 | Molten Love
17 | It's Life
18 | Submarine Ladies (Unedited, Alternate Mix)

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Disc: 2

01 | Muskrat Love
02 | Green Monkey
03 | She's Gonna Let You Down (Single Edit)
04 | Rainbow Song
05 | Tin Man
06 | Another Try
07 | Lonely People
08 | Hollywood
09 | Baby It's Up To You
10 | Old Man Took
11 | Simple Life
12 | Sister Golden Hair
13 | Daisy Jane
14 | Woman Tonight
15 | Who Loves You (Alternate Mix)
16 | Lovely Night
17 | Amber Cascades
18 | Can't You See
19 | Watership Down (Alternate Mix)
20 | Letter (Alternate Mix)
21 | Today's The Day
22 | Sarah
23 | Are You There
24 | God Of The Sun
25 | Sergeant Darkness

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Disc: 3

01 | California Dreamin'
02 | All My Life
03 | Only Game In Town
04 | 1960
05 | Survival
06 | The Last Unicorn
07 | You Can Do Magic
08 | Inspector Mills
09 | My Dear
10 | The Border
11 | She's A Runaway
12 | (Can't Fall Asleep To A) Lullaby
13 | Special Girl
14 | Nothing's So Far Away (As Yesterday)
15 | Young Moon
16 | Greenhouse
17 | Mitchum Junction (Demo)
18 | Satan (Demo)
19 | Ventura Highway (Demo)
20 | James Holladay (Demo)
21 | Riverside (Demo)

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Rush


Rush é uma banda canadense de rock formada em agosto de 1968 na cidade de Toronto, Ontário. A banda é composta pelo baixista, tecladista e vocalista principal Geddy Lee, pelo guitarrista e backing vocal Alex Lifeson e pelo baterista, percussionista e letrista Neil Peart. A formação original da banda passou por algumas modificações entre 1968 e 1974, alcançando sua formação definitiva com Peart em julho de 1974, duas semanas antes da primeira turnê nos Estados Unidos, devido a problemas de saúde de John Rutsey, antigo baterista da banda.

1997 | RETROSPECTIVE I (1974-1980)

01 | The Spirit of Radio
02 | The Trees
03 | Something for Nothing
04 | Freewill
05 | Xanadu
06 | Bastille Day
07 | By-Tor And The Snow Dog
08 | Anthem
09 | Closer to the Heart
10 | 2112 Overture
11 | The Temples Of Syrinx
12 | La Villa Strangiato
13 | Fly By Night
14 | Finding My Way

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Desde o lançamento do seu álbum de estreia em março de 1974, Rush tornou-se conhecido pelas habilidades instrumentais de seus membros, composições complexas e letras ecléticas, que abordam pesadamente a ficção-científica, fantasia e filosofia, dirigindo-se a assuntos humanitários, sociais, emocionais, e ambientais. Musicalmente, o estilo evoluiu ao longo dos anos, iniciando-se na inspiração do blues no rock em seus primeiros álbuns e, em seguida passando por fases em que predominaram as influências do hard rock, rock progressivo e sintetizadores. A banda e sua musicalidade têm sido citadas como influência por vários artistas musicais, incluindo Metallica, The Smashing Pumpkins e Primus, bem como as bandas de metal progressivo como Dream Theater e Symphony X.

1997 | RETROSPECTIVE II (1981-1987)

01 | The Big Money
02 | Red Barchetta
03 | Subdivisions
04 | Time Stand Still
05 | Mystic Rhythms
06 | The Analog Kid
07 | Distant Early Warning
08 | Marathon
09 | The Body Electric
10 | Mission
11 | Limelight
12 | Red Sector A
13 | New World Man
14 | Tom Sawyer
15 | Force Ten

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A banda ganhou um número considerável de Juno Awards, e foi adicionada ao Canadian Music Hall of Fame em 1994. Ao longo de sua carreira, os membros foram reconhecidos como sendo alguns dos melhores em seus respectivos instrumentos, com cada membro ganhando vários prêmios em diversas publicações especializadas. Como um grupo, Rush possui vinte e quatro certificações de ouro e quatorze de platina (três multi-platina) registrados. Segundo a RIAA, o Rush é o terceiro colocado nas estatísticas de vendas de álbuns consecutivos de ouro ou platina por uma banda de rock, atrás apenas de The Beatles e The Rolling Stones. O grupo também se classifica na 78ª posição de números de vendas de CDs nos Estados Unidos, com mais de 25 milhões de unidades. Embora o número total de vendas não são calculadas por uma única entidade, a partir de 2004 várias fontes da indústria mundial estimaram as vendas em mais de 40 milhões de unidades.

2009 | RETROSPECTIVE III (1989-2008)

01 | One Little Victory [Remix]
02 | Dreamline
03 | Workin' Them Angels
04 | Presto
05 | Bravado
06 | Driven
07 | The Pass
08 | Animate
09 | Roll the Bones
10 | Ghost of a Chance [Live]
11 | Nobody's Hero
12 | Leave that Thing Alone
13 | Earthshine [Remix]
14 | Far Cry

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A banda terminou a turnê mundial que promoveu o seu álbum Snakes & Arrows em 2007 e a Time Machine Tour em 2011, turnê na qual tocaram o álbum Moving Pictures inteiro e estiveram no Brasil. Em julho de 2012, a banda lançou o seu mais recente álbum, chamado Clockwork Angels, que recebeu aclamação mundial de críticos e fãs. Clockwork Angels Tour, sua mais recente turnê, começou no dia 7 de setembro de 2012, e o seu setlist foi surpreendente.[8] A novidade foi a execução de muitas músicas dos álbuns Power Windows e Clockwork Angels.

Em dezembro de 2012 foi anunciado que a banda seria induzida ao Rock and Roll Hall of Fame.

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tedeschi Trucks Band


Em 2011, quando Adele e seu soul britânico ofuscaram a tudo e a todos, o casal Susan Tedeschi e Derek Trucks e outros nove músicos se uniram para compor um dos melhores discos do ano. Batizaram o grupo de Tedeschi Trucks Band e, em 7 de junho, lançaram nos Estados Unidos o álbum “Revelator”: blues e soul composto no sul dos Estados Unidos, berço do estilo.

Para quem já acompanhava a carreira deles não chega a ser uma revelação o fato de o disco ter alcançado a 12ª posição no top 200 da Billboard (dominada por Adele) e ter permanecido na lista por 14 semanas.

Na última semana de junho de 2011, 15 dias depois de ser lançado, “Revelator” liderou o ranking composto pelas vendas nas mais importantes lojas americanas. Também chegou ao primeiro lugar na lista dos álbuns de blues. Está a 32 semanas nesta lista e, atualmente, mais de seis meses depois do lançamento por lá, ainda é o quarto.

Susan e Derek têm carreiras solo enraizadas no gênero. Ela começou em Boston, onde formou sua primeira banda em 1991. O disco de estreia só veio em 1998. Ele, de Jacksonville (Flórida), começou a tocar aos nove. Aos 13 já tinha tocado no palco da The Allman Brother´s Band, na qual o tio Butch Trucks toca bateria. O primeiro lançamento veio em 1997, com a The Derek Trucks Band.

O casal se conheceu em 1999, ano em que ele ingressou como guitarrista na Allman Brother´s Band. Susan abriu um show da banda em New Orleans. Dois anos depois estavam casados. Ambos continuaram com suas carreiras. Susan lançou seis discos. Derek, oito. Em 2009 o casal concorreu ao Grammy de melhor álbum de blues contemporâneo; ele venceu.

Nesta época os dois já se apresentavam juntos num grupo chamado Soul Stew Revival, que variava o elenco de apoio com músicos convidados. Tocaram no Crossroads (evento beneficente idealizado por Eric Clapton) e colaboraram com o consagrado tecladista de jazz Herbie Hancock. Estava claro que a experiência deu certo. Com a química musical somada à vontade de passarem mais tempo juntos, resolveram oficializar a união musical, criando a Tedeschi Trucks Band.

Blues soul e gospel se revesam nas 12 músicas do disco, que conta ainda com uma faixa instrumental escondida. O potencial da voz de Susan Tedeschi; variável - como é natural nas grandes cantoras -, serve muito bem a todos os estilos presentes no disco. A melodia das músicas é conduzida de forma a dar destaque para as qualidades do casal que dá nome à banda. Derek é considerado atualmente um dos principais guitarristas slide.

A produção de “Revelator” ficou a cargo de Derek e de Jim Scott, que tem no currículo trabalhos de produção, mixagem e engenharia de som em discos de Johnny Cash, Rolling Stones, Red Hot Chilli Peppers, Foo Fighters e Wilco, entre outros artistas de sucesso. E é preciso uma coordenação especial para encaixar o trabalho de 11 músicos em uma faixa. Neste álbum, Trucks e Scott dão conta do recado.

A Tedeschi Trucks Band esteve no Brasil em novembro passado para se apresentar no Festival SWU, em Paulínia (SP). O show foi realizado no final da tarde do domingo, dia 13: dia e horário pouco privilegiados. A apresentação rendeu críticas positivas e empolgou o público mediano, mesmo debaixo de chuva. Trechos de apresentações ao vivo podem ser conferidos no Youtube. Os vídeos mostram a versatilidade dos instrumentistas da banda. Há solos - comedidos e sem risco de incorrerem em virtuosismo chato - para a maioria dos músicos.

Além das guitarras de Tedeschi e Trucks, o grupo conta com dois bateristas e percussionistas; dois backing vocals, responsáveis pelo contraponto à voz de Susan; um baixista, um tecladista e flautista e três metais: saxofone, trumpete e trombone. A profussão de elementos está perfeitamente organizado por Derek e Scott.

“Revelator” é composto em torno da superação e seus sinônimos. Do nome à capa do álbum - um sol que pode ser visto como a representação gráfica dos acordes e letras do disco - tudo é pensado para falar de dilemas pessoais, dor e separação, mas sob uma ótica positiva. Os problemas existem, mas não são intransponíveis.

A ponte para o gospel é feita por meio do soul. As músicas falam de Deus, de ensinamentos e sentimentos cristãos, mas sem soar como pregação. A execução instrumental dos profissionais e o alcance da voz de Susan têm grande parte nisto. A química entre eles faz com que, apesar da grande presença de mensagens religiosas, o disco não soe uma peça de propaganda.

O disco começa com “Come See About Me” e sua levada funk. Ali já é possível notar a potencialidade da banda. O groove da cozinha cria o ambiente perfeito para as guitarras de Derek e o poder da voz de Susan. A terceira faixa, “Midnight In Harlem”, é uma das mais belas do álbum. O grupo usa piano elétrico e órgão para incrementar melodia por onde caminha a letra: um passeio pela noite e por lembranças; um relato visual e sentimental.

“Don´t Let Me Slide” é um exemplo de como se pode falar de fé sem ser incisivo e chato. Susan conversa diretamente com O Senhor, mas numa audição desatenta poderia-se encaixar facilmente como trilha sonora de um romance. Já “Bound For Glory” e seus metais remonta aos coros das igrejas protestantes: berço de grandes cantoras de soul.

“Revelator” segue nesta linha, balanceando mensagens de fé, superação e, principalmente, música de primeira qualidade.

Por: Pedro Palazzo

2011 | REVELATOR

01 - Come See About Me
02 - Don't Let Me Side
03 - Midnight In Harlem
04 - Bound For Glory
05 - Simple Things
06 - Until You Remember
07 - Ball And Chain
08 - These Walls
09 - Learn How To Love
10 - Shrimp And Grits (Interlude)
11 - Love Has Something Else To Say
12 - Shelter

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Jeff Buckley

Cerca de seis anos de atividade e apenas um álbum de estúdio. Podemos resumir assim a curtíssima trajetória musical do cantor norte-americano Jeff Buckley, que morreu afogado em 1997, aos 30 anos de idade. Já em termos de significância, é difícil resumir tamanha qualidade musical presente em "Grace" (1994), seu único registro de estúdio.

Apesar de ter sido introduzido ao melhor do rock clássico ainda pequeno, Buckley preferiu apostar em um estilo único, uma sonoridade que até hoje pode provocar dor de cabeça em qualquer pessoa que tente rotular a sua música. Mas, falando por alto, seu estilo é um rock alternativo influenciado por gêneros diversos, que vão do folk ao blues. Além do mais, Buckley é dono de uma voz que pode ser facilmente reconhecida por qualquer pessoa que já tenha ouvido pelo menos uma de suas músicas.

Logo nos primeiros segundos da faixa de abertura "Mojo Pin", o ouvinte é transportado para o universo de Buckley, através de uma voz praticamente sussurrada (que, por sinal, é bem frequente neste álbum), e uma guitarra bastante suave, que eventualmente acaba ganhando força em pequenos trechos da música. Tais nuances sonoras também podem agradar bastante aquelas pessoas que normalmente prestam mais atenção nas letras, visto que há uma perfeita sintonia entre os arranjos de cada música e a temática das mesmas.

E falando em letras, é interessante observar como o tom "deprê" de Buckley soa realmente sincero em cada palavra dita, fazendo o ouvinte acreditar que o cantor viveu todas aquelas histórias, ou pelo menos histórias relacionadas ao tema de cada música. Sutilezas desse tipo ficam ainda mais evidentes a cada audição de "Grace", e fazem até o ouvinte esquecer que as maravilhosas "Lilac Wine", "Corpus Christi Carol" e "Hallelujah" são covers.

Tarefa praticamente impossível é citar a melhor ou a "pior" faixa do álbum. A faixa-título "Grace" traz boas e agradáveis variações ao longo da música, enquanto que "Last Goodbye" e "Lover, You Should've Come Over" se mostram um pouco mais "básicas", podendo agradar facilmente até aquele ouvinte adepto de sons mais acessíveis. Outros momentos mais alternativos e impecáveis residem nas "sombrias" "So Real" e "Dream Brother". E para não dizer que falta rock em "Grace", a pesada "Eternal Life" cumpre seu papel com maestria, sem soar deslocada da proposta do álbum.

Jeff Buckley nunca atingiu o sucesso comercial merecido, mas conquistou apreciadores de diversos estilos com a sua música única, sempre tocada com muita emoção e sinceridade. Temos aqui um caso raro de artista que conseguiu se destacar de uma forma tão impressionante com apenas um álbum de estúdio. Aspectos negativos? Simplesmente... nenhum!

Por | Fábio Cavalcanti

1994 | GRACE

01 | Mojo Pin
02 | Grace
03 | Last Goodbye
04 | Lilac Wine
05 | So Real
06 | Hallelujah
07 | Lover, You Should've Come Over
08 | Corpus Christi Carol
09 | Eternal Life
10 | Dream Brother

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domingo, 27 de janeiro de 2013

T. Rex


Tente dissociar o T. Rex do glam rock. Isso é impossível, e a resposta é simples: poucos grupos na história do rock estão tão ligados a um estilo como a banda de Marc Bolan e o rock purpurinado. O grupo, formado em Londres em 1967, lançou as bases, definiu o glam e teve um impacto ainda maior que outro gigante que dava seus passos naquela época: o Ziggy Stardust de David Bowie.

Electric Warrior é o segundo disco do T. Rex (a banda já havia gravado quatro álbuns antes, mas como Tyranossaurus Rex) e foi lançado em 24 de setembro de 1971. Na época, a banda era formada por Bolan nos vocais e na guitarra, Steve Currie no baixo, Mickey Finn na percussão e Bill Legend na bateria. Produzido pelo lendário Tony Visconti, brother de Marc Bolan e um dos caras mais ativos e importantes do rock setentista, responsável por álbuns clássicos do Badfinger, Gentle Giant, Iggy Pop, Thin Lizzy e mais um monte de gente, Electric Warrior pode ser considerado o disco chave do glam rock. Basta colocar a bolacha para tocar para entender porque.

“Mambo Sun” abre o play com uma malícia e um balanço absolutamente irresistíveis. “Cosmic Dancer” é uma das mais belas canções dos anos setenta, dona de uma melancolia tocante e um arranjo de cordas excelente. “Jeepster”, lançada como single em 1 de novembro de 1971, alcançou o segundo lugar nas paradas britânicas, enquanto o boogie de “Bang a Gong (Get It On)”, o maior sucesso do álbum, se transformou em uma das canções mais conhecidas da carreira do grupo, chegando ao primeiro lugar da parada inglesa.

Há em Electric Warrior um equilíbrio entre canções mais pesadas e festivas com outras mais calmas e contemplativas, fazendo com que o disco leve o ouvinte em uma viagem colorida pelos sentimentos humanos.

Além das músicas, Electric Warrior marcou época também por sua capa, que traz Marc Bolan armado apenas de sua guitarra e por uma parede de amplificadores, como que mostrando seu cartão de visitas.

Em 1972 o T. Rex voltaria a voar alto com The Slider, outro excelente disco, mas o fato é que muito da lenda de Bolan e da força que o grupo possui até hoje provém de Electric Warrior.

arc Bolan faleceria às cinco horas da manhã do dia 16 de setembro de 1977 em um acidente de carro em Londres, deixando um legado de excelentes álbuns e uma influência enorme não apenas sobre o rock e o pop, mas também na moda e no comportamento da juventude dos anos setenta. Se o glam rock pode ser definido em um disco, ele é Electric Warrior.

Por: Ricardo Seelig

1971 | ELECTRIC WARRIOR

01 | Mambo Sun
02 | Cosmic Dancer
03 | Jeepster
04 | Monolith
05 | Lean Woman Blues
06 | Bang a Gong (Get it On)
07 | Planet Queen
08 | Girl
09 | The Motivator
10 | Life's a Gas
11 | Rip Off
12 | There Was a Time
13 | Raw Ramp
14 | Planet Queen (acoustic)
15 | Hot Love*
16 | Woodland Rock*
17 | King of The Mountain Cometh

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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

The Doobie Brothers


Em 1972, a sacudida e contagiante Listen To The Music abriu as portas do sucesso em termos mundiais para os Doobie Brothers. Esse single, assim como o álbum que a contém, Toulouse Street, venderam milhões de cópias e apresentaram a muita gente o trabalho dessa banda oriunda da cidade de San Jose, no estado americano da California.

O início de tudo ocorreu no fim dos anos 60, quando o cantor, compositor e músico Skip Spence, ex-Jefferson Airplane e Moby Grape, conheceu o cantor, compositor e guitarrista Tom Johnston. Logo a seguir, ele apresentou ao novo amigo o baterista e percussionista John Hartman. A ideia inicial era montar uma nova versão do Moby Grape, mas logo Spence saiu de cena.

Após alguns meses, Johnston e Hartman conheceram o cantor, compositor e guitarrista Patrick Simmons, que se juntou ao time, assim como o baixista Dave Shogren. Com essa escalação, após tocarem em bares na chamada Bay Area, eles atraíram as atenções da Warner Brothers, e gravaram em 1971 um auto-intitulado álbum de estreia.

Embora contivesse uma música espetacular que ironicamente só fez sucesso aqui no Brasil, a contundente Nobody, o álbum não conseguiu obter a repercussão que merecia. Mesmo assim, a gravadora continuou acreditando na banda, e deu a eles a oportunidade de gravar um novo trabalho, em meio a mudanças em sua formação.

Dave Shogren participou de duas músicas do novo álbum, mas acabou saindo fora. Ele foi substituído por um antigo conhecido de Patrick Simmons, o baixista e vocalista Tiran Porter. De quebra, o time ganhou um segundo baterista, Michael Hossack, o que deu à banda uma de suas marcas registradas e aumentou o seu poder de fogo.

Graças ao estouro de Listen To The Music, Toulouse Street invadiu as paradas de sucesso e mostrou as armas da banda: um vocalista e guitarrista-solo carismático (Tom Johnston), vocalizações personalizadas, uma segura e criativa mistura de rock and roll, soul, country, folk e pop e um guitarrista, cantor e compositor que funcionava como ótimo contraponto à excelência de Johnston, o também ótimo Patrick Simmons.

O segundo álbum dos Doobies quase foi produzido por um amigo ilustre, Pete Townshend, mas o líder do The Who estava particularmente enrolado na época, e a tarefa acabou ficando nas mãos de Ted Templeman, que se incumbiu com extrema categoria da função, que exerceu posteriormente em vários outros trabalhos da banda.

O lado rock and roll do álbum aparece em petardos como Rockin’ Down The Highway e Disciple, enquanto o gospel rock é a marca de Jesus Is Just Alright, que já havia sido gravada anteriormente pelos Byrds no álbum Ballad Of Easy Rider (1969), mas que aqui encontra a sua versão definitiva.

A faceta folk da banda surge na animada Mamaloi e na introspectiva e belíssima Toulouse Street, enquanto o blues dá o tom nas releituras de Cotton Mouth, do duo Seals & Crofts, e Don’t Start Me To Talkin, de Sonny Boy Williamson.

Bom como um todo, Toulouse Street tem uma curiosidade: na parte interna do CD e da capa dupla da versão original em vinil, temos uma foto dos integrantes da banda pelados e envolvidos por um interessante elenco de legítimas “garotas da vida nada fácil”. Cada um esconde o “mr. dick” do seu jeito, com Johnston colocando um chapéu em cima do mesmo.

Por: Fabian Chacur

1972 | TOULOUSE STREET

01 | Listen To The Music
02 | Rockin' Down The Highway
03 | Mamaloi
04 | Toulouse Street
05 | Cotton Mouth
06 | Don't Start Me To Talkin'
07 | Jesus Is Just Alright
08 | White Sun
09 | Disciple
10 | Snake Man

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