domingo, 30 de junho de 2019

O Último Número


O Último Número surgiu em 1985 numa Belo Horizonte em ebulição. A cidade despontava como um dos bons celeiros do rock brasileiro, principalmente em sua vertente metal, e também mantinha outras cenas de bandas de rock com letras em português e mais envolvidas com o rock brasileiro da época, tais como o Sexo Explícito, Divergência Socialista e o Último Número.

"Strip-tease da alma" é o primeiro disco do quarteto. Um álbum bastante cru estética e sonoramente. Nas letras o vocalista Gato Jair descarregada de poesia byronista, algo entre Rimbaud e Augusto dos Anjos, ouça "Animal sentimental" e o "hit" "O tempo dos assassinos", que funcionam perfeitamente com os arranjos sombrios, gótico por vezes, criados pelo guitarrista João Daniel. As canções trazem imagens urbanas e noturnas, como em "Dama da noite", que abre o disco. O blues "Strip-tease da alma" fecha o LP. "Ars longa vita brevis" foi regravada no segundo disco, "Filme", de 1989.

Gravado em oito canais no estúdio JG, um dos primeiros estúdios dedicados à gravação de sons heavy e extremos do metal, "Strip tease da alma" demorou mais de um ao entre gravação e lançamento. O disco saiu pelo selo e loja de discos Câmbio Negro, de BH, o selo também pôs no mercado o segundo álbum da banda. A tiragem de vinil não teve reedição em nenhum formato.

Com este disco a banda tocou em outras capitais e se tornou um nome bastante conhecido. A capa traz uma ilustração do guitarrista João Daniel. João saiu da banda logo após o lançamento do disco, continuou tocando em sua outra banda, o Sexo Explícito, e nos anos 90 obteve reconhecimento público como guitarrista e mentor do Pato Fu

Texto retirado de | Disco Furado

1986 | STRIP-TEASE DA ALMA

01. Dama Da Noite
02. Ars Longa Vita Brevis
03. Animal Sentimental
04. A Divina Comédia (O Jogo da Amarelinha)
05. Insistência
06. Eu Não Vôo
07. O Tempo dos Assassinos
08. Perjúrio
09. Agora Não
10. Destino
11. O Strip-Tease da Alma

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Hojerizah


O Hojerizah foi uma das tantas bandas brasileiras surgidas nos 80's. Porém, não é uma banda como qualquer outra. Só pelo fato de terem a voz inigualável de Toni Platão e as letras ricas em lirismo de Flávio Murrah, já é um fator adicional a banda, que se diferenciava das outras da época tanto pelo som produzido, como pela voz forte (que alguns diziam ser uma voz operística) de Toni Platão, diferente das que se costumava ouvir na época.

Surgiram na primeira metade da década de 80. Mais precisamente, no fim de 1983. Muitos, ao conhecer a banda, podem-se perguntar (bem, eu me perguntei...) o por que do nome, de onde veio, etc. O nome vem da palavra ojeriza, sinônimo de aversão, que por sua vez vem da palavra espanhola "ojo" (olho, em português). O nome da banda está diretamente ligado ao impacto que a banda produziu na cena underground dos anos 80 no país. Impacto esse gerado pela sonoridade, a forma de se expressar através das letras e, talvez o principal (vejam bem, talvez só...) a forma de se vestir. Já que na época o visual não era tudo, mas era quase tudo, para uma banda.

Por volta de 1985, gravaram um compacto pela Polygram/BB Records contendo "Que Horror" e "Pros Que Estão Em Casa". Esta última, os lançou nas rádios alternativas da época. Em 1987, veio o Hojerizah. Com "Tempestade Em Viena" e "Senhora Feliz" conseguindo lugar nas rádios, ao lado de uma nova gravação de "Pros Que Estão Em Casa". Pele, de 1988, apesar de ser considerado (entendam que eu considero) bem mais rico em melodia e lirismo, não obteve o mesmo sucesso. Por fim, a banda se dissolveu no fim dos 80's quando a gravadora os dispensou.

Certa vez, mostrei o som do Hojerizah a um amigo e falou que parecia uma mistura de Legião Urbana com Led Zeppelin (vai saber de onde veio a idéia...). Não há comparação entre as bandas, cada uma tem seu "algo" que a diferencia. Assim também como não há dúvidas da influência gritante (ou não?) do Johnny Marr (The Smiths) nas guitarras do Flávio Murrah. Se neste primeiro álbum notamos algo, no Pele podemos ver ainda mais esta influência. Este álbum que posto hoje é o primeiro do Hojerizah. Não há uma só música que se possa dizer, ao menos, que ela é "mais ou menos".

Texto retirado de | Seu Arsenal

1987 | HOJERIZAH

01. Passos
02. Tempestade Em Viena
03. Dentes da Frente
04. Pros Que Estão Em Casa
05. Roma
06. Sol
07. Senhora Feliz
08. Cinzas Que Queimam
09. Tempo Que Passa
10. Pessoas

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Gregg Allman


Gregory Lenoir Allman (Nashville, 8 de dezembro de 1947 - Savannah, 27 de maio de 2017) foi um cantor, guitarrista, tecladista e compositor estadunidense, membro fundador da banda The Allman Brothers Band. Ele foi introduzido juntamente com sua banda no Salão da Fama e Museu do Rock and Roll em 1995. Está em 70º lugar na lista dos 100 maiores vocalistas de todos os tempos" pela revista Rolling Stone.

Gregory LeNoir Allman nasceu em Nashville, no Tennessee em 1947, no Hospital St. Thomas, filho de Willis Turner Allman e Geraldine Robbins Allman. O casal se conheceu durante a Segunda Guerra Mundial, em Raleigh, na Carolina do Norte, onde Willis estava de folga do Exército. Os dois se casaram pouco depois e se mudaram para Vanleer, também no Tennessee, em 1945. Seu primeiro filho, Duane Allman, nasceu em Nashville em 1946.

Willis foi promovido a capitão e em 1949, ao oferecer uma carona a um andarilho na estrada, foi baleado e morreu. Geraldine então se mudou para Nashville com seus dois filhos e não se casou de novo. Sem dinheiro para sustentar os filhos, ela se inscreveu num curso de contabilidade. Como o curso era de tempo integral, Gregg e seu irmão mais velho foram enviados para a Academia Militar de Castle Heights, em Lebanon, no Tennessee, o que chateou Gregg, que passou a acreditar que sua mãe não gostava dele. Contudo, posteriormente, ele compreendeu os sacrifícios que ela precisou fazer.

Gregg e seu irmão Duane estudaram na Academia militar de Castle Heights, em Lebanon, no Tennessee, quando eram crianças.
“ Na verdade, ela estava sacrificando tudo o que podia - estava trabalhando o tempo todo, passando na faculdade apenas por um fio, para não nos mandar para um orfanato, que teria sido um inferno. ”

Enquanto seu irmão adotou um estilo combativo para sobreviver na escola, Gregg se sentia deprimido. Sem muito o que fazer, ele começou a se interessar pela medicina e odontologia. Raramente era assediado pelos colegas na escola por conta do irmão mais velho, mas era agredido pelos professores pelas notas ruins. Os dois apenas retornaram à Nashville para a graduação da mãe. A família mudou-se depois disso para Daytona Beach, na Flórida, em 1959. Em dois momentos, Gregg se recorda de ter contato com a música: na primeira vez ele e o irmão foram a um show, em Nashville, de Jackie Wilson, B.B. King, Otis Redding e Patti LaBelle e com seu vizinho mentalmente instável, Jimmy Banes, que lhe apresentou a guitarra e lhe ensinou a tocar alguns acordes.

Gregg trabalhou como vendedor de jornais para poder pagar por uma guitarra Silvertone que comprou na Sears, depois de guardar algum dinheiro. Junto do irmão, aprendeu a tocar o instrumento, momento em que os dois se tornaram muito próximos. Em Daytona, ele se juntou a um grupo da Associação Cristã de Moços, chamado de "Y Teens", onde puderam tocar junto de outras pessoas pela primeira vez. Aos 10 anos de idade, ele voltou para a academia militar junto de Duane, onde formaram uma banda, os Misfits. Apesar da banda e da companhia do irmão, Gregg se sentia deslocado naquele ambiente e deixou a escola, voltando para Daytona, determinado a continuar na música, onde formou outra banda, os Shufflers, em 1963. Terminou o ensino médio na Escola Seabreeze, em 1965, mas Gregg não tinha notas boas, tendo mais interesse em mulheres e música.

Gregg Allman foi casado seis vezes: Shelley Jefts (de 1971 até o divórcio em 1972); Janice Mulkey (de 1973 até o divórcio em 1974); Cher (de 1975 até o divórcio em 1979); Julie Bindas (de 1979 até o divórcio em 1984); Danielle Galliano (de 1989 até o divórcio em 1994) e; Stacey Fountain (de 2001 até o divórcio em 2008) e teve cinco filhos, entre eles Elijah Blue Allman, vocalista e guitarrista da banda de metal industrial Deadsy.

Em 1999, ele foi diagnosticado com hepatite C e vinha enfrentando problemas de saúde desde então, tendo passado por um transplante de fígado em 2010. Ele morreu em 27 de maio de 2017, aos 69 anos, em sua casa em Savannah, Geórgia, devido a complicações causadas por um câncer de fígado.

Texto | Wikipédia

2011 | LOW COUNTRY BLUES

01. Floating Bridge
02. Little By Little
03. Devil Got My Woman
04. I Can't Be Satisfied
05. Blind Man
06. Just Another Rider
07. Please Accept My Love
08. I Believe I'll Go Back Home
09. Tears Tears Tears
10. My Love is Your Love
11. Checking On My Baby
12. Rolling Stone

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Edgard Scandurra


Em 1989 o Ira! experimentava uma pequena queda de popularidade. Após o boom de seus primeiros dois discos - Mudança de Comportamento (1985) e Vivendo e Não Aprendendo (1986), o terceiro trabalho da banda, Psicoacústica (1988) não apresentava o mesmo desempenho. Apenas uma canção fez sucesso radiofônico, a peculiar Receita Pra Se Fazer Um Herói, mais uma daquelas pérolas compostas por Edgard Scandurra em tempos de serviço militar. Núcleo Base, lançada dois anos antes, compartilhava a origem e a falta de vontade em ostentar uma farda como razão para defender o país.

Neste hiato criativo de dois anos, o Ira! ficou em segundo plano e, enquanto Nasi e André Jung se aproximavam de sua mais recente paixão - o rap - Edgard Scandurra entrava em estúdio para gravar seu primeiro disco solo. A ideia era aproximar grande parte do que o Ira! significava com uma sonoridade mais setentista, algo que poderia seguir por uma via sem comunicação com as sonoridades punk. É como se Scandurra quisesse ser mais Who que Jam. E o que se ouve ao longo de Amigos Invisíveis é exatamente isso. Algo setentista, concebido num mundo perfeito.

Produzido pelo próprio Edgard e contando com o auxílio de Paulo Junqueiro, Amigos Invisíveis tem apenas um músico em ação: o próprio Edgard, que assume o controle de guitarras, bateria, violões, baixo, teclados, percussão, além da voz e dos vocais de apoio, numa surpreendente demonstração de habilidade, sem que isso pareça uma declaração de arrogância ou exibicionismo, até porque a produção cuida para que esta sonoridade seja, de algum modo, coletiva e confere a Amigos Invisíveis uma pluralidade impressionante. Scandurra consegue juntar seus vários backgrounds - Ira!, Ultraje A Rigor, Smack, Mercenárias - obtidos nas bandas das quais participou e oferece um amplo leque de variações.

Além disso, dá vazão a temas legais e ausentes quase sempre das composições do Ira!, como quadrinhos, por exemplo, exaltados aqui em Amor em B.D (B.D é a abreviação de quadrinhos em português de Portugal). O Who, banda seminal para Edgard ostentar uma guitarra com orgulho, é homenageado na versão bela de Our Love Was, uma das mais belas canções de The Who Sell Out, terceiro disco da banda mod inglesa, de 1967. Gritos Na Multidão, sucesso do segundo disco do Ira!, recebe uma versão personalíssima, enquanto outras pequenas pérolas como Minha Mente Ainda É A Mesma, Abraços e Brigas (hit do disco, composto em parceria com a então esposa, Taciana Barros), além da singela Bem Vindo, Daniel, em homenagem ao filho, então recém-nascido.Taciana Barros, ex-Gang 90, participa do disco como compositora em três faixas, além de tocar algumas poucas notas em Abraços e Brigas.

Amigos Invisíveis é um disco absolutamente atípico em relação a seu momento histórico. 1989 é um ano que pode marcar uma perda significativa de popularidade do rock nacional, é um tempo estranho, no qual muitas bandas produzirão discos de maturidade, que eram vistos na época como "ruins", "acomodados" ou "não-rock". Edgard, sem muita ambição, homenageando suas bandas preferidas, amigos, família e filho, foi longe na experimentação e na busca por algo novo. Conseguiu e ainda tirou a onda de aparecer em programas como o Globo de Ouro, sozinho, empunhando um violão, mandando playback de Abraços e Brigas. Bravo.

O disco foi lançado em 1989 em CD, LP e K7. Ficou fora de catálogo em pouco tempo e só foi relançado em CD na série Warner Archives, em 2000, com duas faixas bônus. Desde então, encontra-se esgotado e, como tal, impossível de ser encontrado, exceto para audição na internet.

Texto retirado de | Por Trás Da Vitrola

1989 | AMIGOS INVISÍVEIS

01. Estamos Nesse Trem
02. Amor Em B.D.
03. Minha Mente Ainda É a Mesma
04. Abraços e Brigas
05. Gritos Na Multidão
06. Quero Voltar Para Casa
07. Our Love Was
08. Amigos Invisíveis
09. 1978
10. Culto de Amor
11. Bem-Vindo Daniel
12. Vou Me Entregar Como Nunca

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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Anjo Gabriel


Psicodelia e krautrock dão o tom do som da Anjo Gabriel, banda pernambucana formada em 2005.

Com uma forte influência do udigrudi pernambucano dos anos 1970, principalmente o som do disco Paêbiru – O Caminho da Montanha do Sol (1975), de Lula Côrtes e Zé Ramalho, a banda lançou dois discos, O Culto Secreto do Anjo Gabriel e Lucifer Rising pelo selo Ripohlandya, este último por sinal foi considerado o melhor disco de 2013 para Fabio Massari, Bento Araujo (Poeira Zine), entre vários outros blogs e sites especializados em música.

Resiliência e Claralice compõem o compacto de 7 polegadas lançado em maio de 2017 pela Abraxas Records, em parceria com o selo Ripohlandya. Em atividade desde 2005 e com dois discos lançados em vinil, 'O Culto Secreto do Anjo Gabriel'; (2011) 'Lucifer Rising' (2013), itens raros e procurados por colecionadores em todo o mundo, Anjo Gabriel ressurge após um ano e meio de recesso com nova formação, Marco da Lata (baixo), Júnior do Jarro (bateria), Diego Drão (órgão, sintetizador e theremin), Phillippi Oliveira (guitarra) e Amarelo (percussão) e uma mini-turnê pelo Sudeste em divulgação do novo trabalho.

Novidades apontam no horizonte para 2018, e a banda promete mais shows e petardos sonoros para deleite de seus fãs.

Texto retirado de | Big Dia da Música | Abraxas

2011 | O CULTO SECRETO DO ANJO GABRIEL

01. Peace Karma
02. Sunshine In Outer Space
03. Mantra III
04. Astralysmo
05. 1973
06. O Poder do Passaro Flamejante (DubdeepSabbath)



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2013 | LUCIFER RISING

01. Lucifer Rising Part I
02. Lucifer Rising Part II







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2017 | RESILIÊNCIA - CLARALICE

01. Resiliência
02. Claralice







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terça-feira, 11 de junho de 2019

Ozzy Osbourne


As faixas foram gravadas ao vivo ao longo do ano de 1981 e traz canções dos álbuns “Blizzard Of Ozz” e “Diary Of A Madman”, os dois primeiros trabalhos de estúdio da carreira-solo de Ozzy Osbourne e que contaram com o talento de Rhoads nas guitarras, além de três músicas do Black Sabbath.

A ideia do lançamento do álbum surgiu em 1987 quando Dolores Rhoads, mãe de Randy Rhoads, recebeu uma grande demanda de cartas de fãs querendo saber se havia registros de material inédito do músico. Diante da situação, ela entrou em contato com Ozzy Osbourne, que decidiu reunir seus arquivos e enviá-los a Max Norman, produtor de seus três primeiros álbuns e o resultado disso culminou no álbum póstumo à memória de Randy Rhoads.

O registro ao vivo era para ser lançado originalmente em 1982, mas acabou “engavetado” por conta da morte de Rhoads em um acidente de avião quando estava em turnê na Flórida em 1982. Então, em vez disso, Ozzy Osbourne optou em lançar outro “live”, “Speak Of The Devil”, que consiste de músicas do Black Sabbath, com Brad Gills na guitarra.

Vale destacar a formação da banda de Ozzy na época: além do genial Rhoads, o grupo era formado pelos rodados Tommy Aldridge na bateria (que tocou em diversas bandas, entre elas, o Whitesnake), Rudy Sarzo (ex-Quiot Riot, Whitesnake, Dio, entre outros) no baixo e o atual tecladista do Deep Purple, Don Airey.

Lançado originalmente em LP duplo,“Tribute” conta com o setlist matador e é notório percebermos a capacidade técnica de Randy na guitarra, principalmente em “Suicide Solution”, que conta com um solo do ex-integrante do Quiot Riot.

O álbum traz como “bônus”, takes da faixa instrumental “Dee”, que Rhoads escreveu para a mãe e originalmente foi incluída em “Blizzard Of Ozz”.

O disco só não é “perfeito por completo” porque, infelizmente, não traz a versão ao vivo de “Diary Of A Madman”.

E essa homenagem a um dos maiores guitarristas do rock é digna de louvor.

Texto retirado de | Blog Cultura & Futebol

1987 | RANDY ROADS TRIBUTE

01. I Don’t Know
02. Crazy Train
03. Believer
04. Mr. Crowley
05. Flying High Again
06. Revelations (Mother Earth)
07. Steal Away (with drum solo)
08. Suicide Solution (with guitar solo)
09. Iron Man
10. Children Of The Grave
11. Paranoid
12. Goodbye To Romance
13. No Bone Movies
14. Dee

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sábado, 8 de junho de 2019

Simon & Garfunkel


SIMON AND GARFUNKEL: COM O CENTRAL PARK A SEUS PÉS

O cenário era ideal para uma reunião de uma dupla tão querida pelos norte-americanos. E, no dia 19 de setembro de 1981, o parque mais importante de Nova York ficou pequeno para o show de Simon And Garfunkel, o primeiro completo após a separação da dupla em 1970 – em junho de 72, a dupla fez uma pequena apresentação beneficente para o candidato à presidência dos Estados Unidos, George McGovern, e em 75, apresentou três canções no programa Saturday Night Live. Cheia de canções com referências à cidade, a dupla fez um show digno de entrar para os anais do Central Park.

Em um palco que lembrava um canteiro de obras, e com as verdes árvores de um finalzinho de verão ao fundo, a dupla cantou o que todo mundo queria ouvir. Clássicos como “Bridge Over Troubled Water”, “The Boxer”, “America”, “Me And Julio Down By The Schoolyard” e “Mrs. Robinson” encantaram a platéia, estimada em mais de meio milhão de pessoas.

Aliás, foi exatamente com “Mrs. Robinson” que a dupla deu as boas vindas aos nova yorkinos, após ser anunciada pelo então prefeito da cidade, Edward Koch. E quando os primeiros acordes do violão de Simon e do baixo de Anthony Jackson começaram a soar, e as vozes de Simon e Garfunkel explodiram nos alto falantes, o jogo já estava ganho. A numerosa banda que acompanhava a dupla ainda tinha Steve Gadd na bateria e Richard Tee nos teclados, entre outros.

A partir daí, foi só relembrar aquela quantidade absurda de sucessos em quase 90 minutos de espetáculo. Se a platéia esfriou um pouco com “Homeward Bound”, ela veio abaixo em seguida com a delicadeza ingênua de “America”. A alegre “Me And Julio Down By The Schoolyard”, a grave “Scarborough Fair”, a nostálgica “Still Crazy After All These Years” e a suingante “Late In The Evening” (que com o seu arranjo de metais e percussão deve ter feito do Central Park uma imensa gafieira) se seguiram para culminar em”A Heart In New York”, canção de autoria de Benny Gallagher e Graham Lyle. Não precisa nem dizer o que os versos “New York, to that tall skyline / I come, flyin’ in from London to your door / New York, lookin’ down on Central Park / Where they say you should not wander after dark” causaram na platéia, né? Se tiver dúvidas, basta colocar para rodar o CD ou o DVD “The Concert In Central Park”…

Outras referências à cidade de Nova York também provocaram euforia, como “The Boxer” (“Just a comeon from the whores on 7th avenue”) e “The 59th Street Bridge Song (Feelin’ Groovy)”, cujo título já fala por si próprio. A canção “Bridge Over Troubled Water” foi outro grande momento do show, com o belo solo de Art Garfunkel. Um pouco mais agitada, por sua vez, foi a música “Kodachrome”, que ainda ganhou uma versão coladinha do clássico “Maybellene”, de Chuck Berry.

No decorrer do show, Paul Simon também teve o seu momento solo, ao apresentar, pela primeira vez em público, a sua “The Late Great Jonny Ace”, que teve que ser interrompida devido a uma invasão de palco. A canção ficou de fora do CD, mas entrou no DVD, assim como o bis da apresentação, quando Simon and Garfunkel repetiram a rumba “Late In The Evening”.

Lá pelo finalzinho do show, antes das acústicas “The 59th Street Bridge Song” e “The Sound Of Silence”, Paul Simon e Art Garfunkel cantaram talvez a sua canção mais bela. E a letra de “Old Friends”, composta quase 20 anos antes daquele emblemático show foi realmente visionária: “Can you imagine us years from today / Sharing a park bench quietly / How terribly strange to be seventy / Old friends, memory brushes the same years / Silently sharing the same fears”.

Simon And Garfunkel, naquela apresentação, ainda não tinham chegado aos 70 (aliás, ainda não chegaram), mas dá para imaginar o quão mágico foi ver a dupla, que tinha sérios problemas de relacionamento, dividir, cordialmente, o “banco de uma praça”. E, ainda bem, que muito mais do que o banco, a dupla dividiu o palco da praça mais famosa do mundo, na frente de meio milhão de pessoas. Sorte de quem esteve lá.

Texto retirado de | SRZD

1981 | THE CONCERT IN CENTRAL PARK

01. Mrs. Robinson
02. Homeward Bound
03. America
04. Me And Julio Down By The Schoolyard
05. Scarbourogh Fair
06. April Come She Will
07. Wake Up Litte Susie
08. Still Crazy After All These Years
09. American Tune
10. Late In The Evening
11. Slip Slidin' Away
12. A Heart In New York
13. Kodachrome - Mabellene
14. Bridge Over Troubled Water
15. Fifty Ways To Leave Your Lover
16. The Boxer
17. Old Friends
18. The 59th Street Bridge Song (Feeling Groovy)
19. The Sounds Of Silence

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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Virna Lisi


Uma das revelações do rock brasileiro do começo da década de 90 era o Virna Lisi. O quarteto de Belo Horizonte/MG chamava a atenção da mídia especializada e do público com seu som que misturava guitarras e percussão, ambas pesadas, com letras em português um tanto poéticas.

“Esperar o quê?” foi o seu primeiro registro. O álbum abre com “Passa”, com percussão marcada pronta para descambar pro peso e letra de versos repetitivos. A faixa título, que emenda com “Bem vinda”, são bons destaques e demonstram um vigor poucas vezes vistos em discos de estreia. ‘’Caminhos II” é única regravação, canção de Raul Seixas e Paulo Coelho, numa versão que em nada se assemelha à original, tem cara de Virna Lisi mesmo. “O Óbvio” altera um pouco o clima do disco com sua atmosfera meio pós-punk paulistano.

O disco recebeu resenhas elogiosas e entrou na lista dos melhores discos de 1992 da revista Bizz. “Esperar o quê?” fez parte do primeiro lote de lançamentos do selo Tinitus, propriedade de Pena Schmidt. O projeto gráfico é simples, com destaque para a bela capa, traz todas as letras e ficha técnica na contra capa. O álbum foi lançado apenas em LP e não recebeu nenhuma outra edição até os dias de hoje.

Texto retirado do blog | Disco Furado

1992 | ESPERAR O QUÊ?

01. Passa
02. A Sombra Há
03. Lucidez
04. Esperar O Que?
05. Bem Vinda
06. Caminhos II
07. Dia Lento
08. O Óbvio
09. De Fora Para Dentro
10. Ofício

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domingo, 2 de junho de 2019

Robert Johnson


Robert Johnson é uma das mais celebradas figuras na história do Blues. Não considerando o fato de que ele morreu quando tinha apenas 27 anos, o seu impacto na cultura do Blues e na própria mitologia do Blues, tão bem quanto a sua influência no desenvolvimento no estilo da guitarra do Blues, foi no mínimo substancial. Depois de mais de cinqüenta anos da sua morte Johnson ainda tem a força e o magnetismo para comandar o último renascimento do Blues!

Em 1990, a Columbia Records lançou a série Roots n' Blues Series com as gravações completas de Robert Johnson, uma caixa com dois CD's que vinha acompanhada de um livreto com histórias do Blues, letras e fotos raras. Esperava-se vender aproximadamente 20.000 copias. Inacreditavelmente vendeu-se aproximadamente 500.000 cópias, ganhando um disco de ouro em 1990. Também conquistou um Grammy Award, além de gerar uma nova fascinação com a música de Johnson e a sua contribuição para a guitarra de Blues, acelerando o lançamento diversos outros clássicos de Blues por dezenas de outras gravadoras.

Se Robert Johnson nunca tivesse nascido, o Blues poderia ter sido a base para o inventá-lo. Toda a discografia de Johnson se resume a apenas 29 músicas; isto é infinitamente pouco quando o comparamos com gigantes do Blues como Muddy Waters, John Lee Hooker, Lightnin' Hopkins e muitos outros. Independente disto muitos estudiosos do Blues e críticos de música concordam que existe mais do que bastante evidências musicais disponíveis para proclamar Johnson como um gênio musical, haja visto que também as suas letras foram analisadas com mais abrangência do outros grandes compositores do Blues. De acordo com a lenda, Johnson obteve a sua grande perícia na guitarra vendendo a sua alma ao demônio. (O próprio Johnson escreveu músicas sobre o demônio e explorou em suas músicas a luta do bem contra o mal, fortificando mais ainda a lenda que além de Ter resistido a sua morte, aumenta a cada ano que passa. Não considerando esta explanação Faustiana, pouco sabemos como Johnson conquistou esta extraordinária perícia tanto como letrista ou guitarrista em tão pouco tempo!

Ele certamente possuía as ferramentas corretas para forjar um usual estilo na guitarra de blues. Uma olhada cuidadosa na foto que aparece na capa da caixa que acompanha os seus CD`s revelam que o guitarrista tinha mãos extraordinariamente grandes. Alguns dos seus movimentos de acordes e seleção de notas que encantam as suas músicas são praticamente impossível de alguém de mão normais alcançar. Bom, esta particularidade não explica de onde vinha a sua inspiração.

Possivelmente isto pode ter algum vestígio indireto e talvez possamos deduzir algo. O fato de Johnson uso de notas graves provavelmente é oriundo do fato de ele Ter escutado toda a primeira geração de pianistas de Boogie-Woogie. Ele certamente deve Ter aprendido sobre tonalidade e estrutura ouvindo Lonnie Johnson. E gigantes do Delta como Charley Patton, Willie Brown e Son House que evidentemente o aproximou da guitarra slide. Com todas as viagem e perambulações que Jonson realizou em sua curta vida, ele certamente captou idéias e ritmos melódicos de inúmeros bluesman que ele encontrava na estrada. Ainda o que fez toda esta influência transparecer foi a sua ardente paixão pelo Blues e como isto estava profundamente enraizado nele. Resumindo, são estas as coisas que faziam a sua guitarra ser verdadeiramente especial.

Alguns poucos historiadores acreditam que a influência da guitarra de de Johnson foi um pouco exagerada. Porém seu estilo influenciou e continua influenciando o Blues moderno e o Rock'n Roll, além de nomes como: Muddy Waters, Elmore James, Johnny Shines, John Hammond, Eric Clapton e Keith Richards, apenas para citar alguns. B.B. King e T-Bone Walker, por exemplo, tem ao longo da história do Blues uma grande influência, no entanto Johnson permanece como uma fonte vital de inspiração para eles, que como sabemos elevaram o nível do Blues ao patamar mais espetacular possível. Poucos outros guitarristas são considerados tanto os dois citados anteriormente. Também podemos citar sem nenhuma dúvida que praticamente ninguém foi capaz de se igualar a Johnson e a sua não convencional talento na guitarra, exceto talvez Jimi Hendrix.

Johnson nasceu de um casamento ilegítimo em 1911, entre Julia Dodds e Noah Johnson. Quando ele tinha 4 anos, a sua mãe o enviou para o seu marido Charles Dodds, que estava residindo em Menphis e tinha um novo nome, Charles Spencer. Quando jovem, Johnson era conhecido como Robert Spencer e Robert Dodds, porém quando ele conheceu a real identidade de seu pai, ele assumiu o nome Johnson.

Antes dele começar a aprender a tocar guitarra, que era praticamente observar o seu irmão mais velho Charles tocar ele aprendeu também a tocar harmônica. O seu aprendizado também incluía observar Son House, Charley Patton e Willie Brown tocar guitarra em festas e picnics no Delta. Pouco é sabido sobre a vida particular de Robert Johnson além de que em 1930 ele se casou e teve a sua esposa morta durante o parto e que a partir disto ele se decidiu a se tornar um bluesman de verdade. Ele se House novamente em 1931, porém passa a maior parte do tempo perambulando no Delta. Em 1933 Johnson se encontra novamente com Son House e Willie Brown. E realmente se surpreenderam quando ouviram Johnson tocar guitarra!

Em um espaço de tempo surpreendentemente curto Johnson se tornou um mestre da guitarra de Blues. Daí vem a lenda que que ele tinha feito um pacto com o demônio. A sua reputação de guitarrista de Blues ia se espalhando por todo o delta e ele continuava a trabalhar como um bluesman itinerante, viajando para Menphis, Chicago, Detroit e Nova York. Embora em grande parte das suas viagens ele tocava sozinho, algumas vezes se encontrava com David "Honeyboy" Edwards e Robert Jr. Lockwood na estrada e de vez enquanto tocava com Johnny Shines.

Somente duas seções de gravação aconteceram dois anos antes da sua morte. A primeira seção ocorreu em Novembro de 1936 em um quarto de hotel em Santo Antônio, Texas. Durante os 3 dias de gravação ele gravou 16 faixas para a American Record Company; incluindo os clássicos conhecidos "I believe I'll dust my broom", "Sweet home Chicago", "Terraplane Blues", "Cross road Blues", "Come on in my kitchen" e "Walkin Blues. A Segunda seção de gravação foi realizada em Junho de 1937 em um depósito em Dallas e mais alguns clássicos foram gravados como: "Traveling riverside Blues", "Love in vain", "Hell hound on my trail", e "Me and the devil Blues". Depois disto Johnson continuou a perambular pelo Delta parando em Grewwood, Mississipi, onde foi envenenado com estriquinina misturada com Whiskey depois de flertar com uma mulher que era esposa do dono de um joke joint local. 3 dias depois ele morreu em intensa agonia sem nenhum médico ter lhe socorrido.

Texto | Discoteca básica da Bizz | Edição 99, Outubro de 1993

1990 | THE COMPLETE RECORDINGS

CD 1

01. Kind Hearted Woman Blues
02. Kind Hearted Woman Blues (Alternate Take)
03. I Believe I'll Dust My Broom
04. Sweet Home Chicago
05. Rambling On My Mind
06. Rambling On My Mind (Alternate Take)
07. When You Got A Good Friend
08. When You Got A Good Friend (Alternate Take)
09. Come On In My Kitchen
10. Come On In My Kitchen (Alternate Take)
11. Terraplane Blues
12. Phonograph Blues
13. Phonograph Blues (Alternate Take)
14. 32-20 Blues
15. They're Red Hot
16. Dead Shrimp Blues
17. Cross Road Blues
18. Cross Road Blues (Alternate Take)
19. Walkin' Blues
20. Last Fair Deal Gone Down

CD 2

01. Preaching Blues (Up Jumped The Devil)
02. If I Had Possession Over Judgment Day
03. Stones In My Passway
04. I'm A Steady Rollin' Man
05. From Four Till Late
06. Hellhound On My Trail
07. Little Queen Of Spades
08. Little Queen Of Spades (Alternate Take)
09. Malted Milk
10. Drunken Hearted Man
11. Drunken Hearted Man (Alternate Take)
12. Me And The Devil Blues
13. Me And The Devil Blues (Alternate Take)
14. Stop Breakin' Down Blues
15. Stop Breakin' Down Blues (Alternate Take)
16. Traveling Riverside Blues
17. Honeymoon Blues
18. Love In Vain
19. Love In Vain (Alternate Take)
20. Milkcow's Calf Blues
21. Milkcow's Calf Blues (Alternate Take)

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