quinta-feira, 30 de maio de 2019

The Modern Lovers


Do punhado de pessoas que já ouviram falar em Jonathan Richman, a maior parte delas ficou conhecendo seu nome através da gravação de "Roadrunner", feita pelos Sex Pistols na trilha de The Great Rock ’n' Roll Swindle (1980).

A história do garoto que, com o seu carro em alta velocidade com o rádio ligado se descobriu um "apaixonado pelo mundo moderno", botou os discípulos do levante punk para caçar os discos deste precursor de Boston, Massachussets. Uma missão quase impossível - achar os álbuns de Richman e sua banda, os Modern Lovers - mas que, uma vez cumprida, trazia a recompensa de se encontrar o verdadeiro elo perdido entre o Velvet Underground, os Stooges e a renascença do rock and roll nova-iorquino, que foi puxada pelos New York Dolls no início dos anos 1970.

Nada comprovava melhor o caráter pacifista dos hippies do que o fato de Richman não ter sido linchado no campus da universidade, entre 1970 e 1971, quando - de cabelo bem curtinho - cantava, para todos ouvirem, canções como "I'm Straight" ("Eu Sou Careta"). O garoto era o mais assíduo frequentador de shows do Velvet Underground e dos Stooges e, em pouco tempo, montou os Modern Lovers - pois se "sentia muito sozinho". Junto a Ernie Brooks (baixo) Jerry Harrison (o futuro Talking Heads, nos teclados) e David Robinson (na bateria, depois The Cars), Richman usou como chassis instrumental para as suas peculiaríssimas letras uma propulsão encorpada, simplória mas energética, onde as guitarras e o órgão em uma única camada comandavam a clássica "What Goes On", da banda de Lou Reed e John Cale. A mesma base sonora, não por acaso, dos dois primeiros álbuns dos Talking Heads. Além do que a imagem de rapaz simultaneamente ingênuo e sério retratada nas letras de Jonathan Richman prefigurava a persona "pré-tropicalista" de David Byrne.

Como letrista, o cabeça dos "amantes modernos" foi insuperável. Em "Pablo Picasso", obtinha a proeza de rimar o nome do pintor com "asshole", no lapidar verso: "Às vezes você tenta ganhar uma garota e ela te chama de cuzão / Isso nunca aconteceu com Pablo Picasso". E existiram poucas baladas românticas tão originais como "Hospital", em que o protagonista amarga a espera da saída da namorada internada. Em 1972 a banda atraiu a Warner, que a levou para Los Angeles, onde gravaram uma demo com John Cale (à esta altura, ex-Velvet e produtor do primeiro álbum dos Stooges) - claro, escolha de Richman.

As gravações arrepiaram os executivos da gravadora e ficaram só acumulando poeira em alguma prateleira até que o selo Beserkley as lançasse, quatro anos depois, em forma de álbum de estreia, capa preta com um coração azul, The Modern Lovers. Apenas duas outras sessões de gravação foram feitas antes de Richman desmontar o grupo original e partir para outra: uma iniciativa auto-produzida num estúdio em Boston, logo após a volta de Los Angeles (da qual algumas faixas engrossam o disco da Beserkley), e outra demo produzida pelo incansável agitador californiano Ken Fowley, em 1973.

Esta última acabou sendo o segundo único registro dos Modern Lovers, também lançado postumamente, pelo selo inglês Bomp!. Amadorísticas até a medula, estas gravações valem mais como curiosidade e item de colecionador e não chegam perto das produzidas por Cale, estas sim, verdadeiros documentos. Mais até do que os New York Dolls, os Modern Lovers deram um 'too much, too soon' e estavam ao menos quatro anos à frente de seu tempo. Hoje, uma banda como Ween traz uma excentricidade debilóide aparente, embalada em melodias infantis, que é um verdadeiro tributo a Richman, se não for imitação pura e simples.

Richman está à frente de New York Dools, Suicide, Television, Ramones, etc, perdendo em importância só para o Velvet e os Stooges. E ele segue solo cantando a vida no mato, um sorriso e olhos faiscando com uma inteligência que não estamos acostumados a ver no rock and roll e no pop. Uma história antiga: a profecia está cumprida e o visionário vive feliz no casulo quentinho do ostracismo.

Texto | Discoteca básica da Bizz | Edição 99, Outubro de 1993

1976 | THE MODERN LOVERS
(Reissue 2003)


01. Roadrunner
02. Astral Plane
03. Old World
04. Pablo Picasso
05. She Cracked
06. Hospital
07. Someone I Care About
08. Girlfriend
09. Modern World
10. Dignified & Old
11. I’m Straight
12. Government Center
13. I Wanna Sleep in Your Arms
14. Dance With Me
15. Someone I Care About (alternative version)
16. Modern World (alternative version)
17. Roadrunner (alternative version)

DOWNLOAD

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Joe Cocker


1969 foi realmente um grande ano. Abbey Road foi lançado e até hoje nenhum álbum conseguiu supera-lo, Led Zeppelin explode com seu primeiro disco, Yes surgindo ainda timidamente, Pink Floyd com Syd Barret e sua psicodelia, The Who começando a mudar para o estilo que o consagrou e vários outros fatos realmente relevantes para música que são cultuados até hoje. Mas um grande álbum muito pouco lembrado é esse do Joe Cocker, onde muitos músicos consagrados foram convidados para participar e fazer excelentes covers de músicas já famosas e tocar algumas da autoria de Cocker.

Com versões suas para músicas de Dylan, Dave Mason, Pete Dello, Beatles e outros, Joe Cocker se lança no mundo da música para não sair mais! Tanto que após esse lançamento foi convidado para participar do festival Woodstock!

Ele surpreende a todos por ter coragem para pegar canções que são já consagradas e fazer a sua versão, que normalmente é totalmente diferentes das originais, como se pode ver no grande hit do álbum: With A Little Help From My Friends! Música famosa dos Beatles que ele conseguiu mudar totalmente e até a deixou melhor! Sim, ele conseguiu fazer um cover melhor que o original, que era "só" dos Beatles! Não teria como começar mais em alta sua carreira, que dura até hoje, mas sem nunca mais fazer tanto sucesso quanto nesse primeiro disco.

Texto retirado do blog | Rock do Século XXI

1969 | WTH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS

01. Feeling Alright
02. Bye Bye Blackbird
03. Change In Louise
04. Marjorine
05. Just Like A Woman
06. Do I Still Figure In Your Life?
07. Sandpaper Cadillac
08. Don't Let Me Be Misunderstood
09. With A Little Help From My Friends
10.I Shall Be Released

DOWNLOAD

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Finis Africæ


Finis Africae foi uma banda brasiliense que emplacou hits como "Ética", "Van Gogh", "Armadilha", "Deus Ateu" e "Mentiras". O ano de 1986 começou bem, com o lançamento de um EP, chamando a atenção de gravadoras para um lançamento posterior. A EMI-Odeon fechou o contrato com a banda e colocou o primeiro LP nas prateleiras, no ano seguinte.

A Finis Africae surgiu em uma época que Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial dominavam o espaço na cena do rock brasileiro. Após o sucesso de "Armadilha" nas rádios, no ano de 1986, a banda continuou o caminho e conseguiu colocar no mercado um LP homônimo.

Finis Africae quer dizer, em latim, “nos limites da África”. O nome da banda foi inspirado pela leitura do livro O Nome da Rosa, do escritor italiano Umberto Eco, que dava ao principal mistério de sua saga o nome de Finis Africae. O significado do finis revelava a intenção sonora da banda, que surgiu misturando batida tribal com ritmos negros como o funk e o soul com levada de rock baseada no pós-punk inglês.

Em 1984, Brasília fervia, musical e politicamente. Incentivados pelos colegas de grupos como Banda 69, Capital Inicial, Plebe Rude e Legião Urbana, Alexandre Saffi, Neto Pavanelli, Rodrigo Leitão e Ronaldo Pereira se juntaram para tentar uma mistura de batida africana, marcação reggae e funk nas guitarras e clima pós-punk. Surgia o Finis Africae. Depois de alguns ensaios e três apresentações, José Flores (Virgem) juntou-se ao quarteto.

O show oficial de estreia foi em 14 de julho daquele ano, no Rola Pedra Etc & tal, um teatro de bolso em Taguatinga (DF). Na platéia, todo o establishment do rock brasiliense e Hermano Vianna (jornalista e sociólogo, irmão de Herbert, de Os Paralamas do Sucesso). O entusiasmo de Renato Russo, Dinho Ouro Preto e Hermano fizeram o som do Finis ecoar, já na estreia, direto para os ouvidos dos principais críticos do eixo Rio-São Paulo. Uma semana depois, o Spalt, principal fanzine paulista à época, trazia reportagem de página dupla falando daquela banda “meio Bauhaus, meio Siuxie and The Banshees, Joy Division, Cure, mas com um toque original de sotaque afro e funk”.

No ano seguinte, já embalado por shows no Rio e em São Paulo e com as músicas Ética, Van Gogh e Pânico bem executadas nas rádios Estácio e Fluminense FM, no Rio, e 89 FM, em São Paulo, o Finis estreou em disco na coletânea Rumores, lançada pelo selo Sebo do Disco. Van Gogh e Ética foram as músicas escolhidas pelo jornalista Paulo Pestana, encarregado pelos produtores Isnaldo Lacerda e José Fernandez de arregimentar os grupos. A boa repercussão do trabalho junto à crítica especializada do eixo Rio-São Paulo levou ao convite para a gravação de um EP, ainda pelo Sebo.

Em maio de 1985, divergências internas levaram Rodrigo a deixar o grupo. Já com Eduardo de Moraes veio Finis Africae, um mini-LP com seis faixas e a versão de Armadilha que foi levada à trilha sonora do filme Anjos da Noite, do estreante diretor Wilson Barros. A pedido de Renato Russo, a gravadora EMI contratou o grupo em 1987, ano em que foi lançado o LP Finis Africae, produzido por Mayrton Bahia, mesmo produtor da Legião Urbana naquela época. O disco trazia regravações de parte do repertório do EP independente e uma série de composições inéditas. Este disco vendeu 50 mil cópias e, no ano de 1987, o Finis excursionou por quase todo o Brasil, aparecendo ainda em sendo divulgado em programas de TV (Bolinha, Chacrinha, Raul Gil, Fantástico, etc). Além das entrevistas em jornais, revistas e rádios a banda emplacou um dos maiores sucessos daquele ano: Armadilha foi uma das 40 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras.

Em 1988, Neto e José Flores saíram do grupo, retornando a Brasília. Em seus lugares entraram Roberto Medeiros (baixo), Mac Gregor (teclado) e César Nine (guitarra). Com essa formação, o Finis se apresentou até 1990, quando, temporariamente, encerrou suas atividades, retomadas em 1999.

De 1999 a 2002, por meio da Groove Produções, o Finis Africae realizou mais de 70 shows com o projeto "Anos 80 Rock Brasil", quando a banda convidava um grupo já extinto dos anos 80 para voltar aos palcos e excursionar com ela. Participaram deste projeto as bandas Zero, Hojerizah, Black Future, Violeta de Outono, Uns e Outros, Ethiopia, entre outras. Essa iniciativa do Finis foi certamente uma das responsáveis pela revitalização da cena musical das bandas de rock dos anos 80, que a partir de 2003 se transformou em verdadeira febre.

Em 2000, veio o CD Maxi-single, com remixagens de sucessos do Finis. Em abril de 2002, a banda lançou o CD Finis Africae ao Vivo em Brasília, gravado durante uma apresentação no Lago Sul. Logo depois, a banda encerrou suas atividades.

Em abril de 2005, a convite da produtora GRV (organizadora da Feira de Música Independente), os integrantes das duas primeiras formações se reuniram para um show histórico, em comemoração aos 20 anos de lançamento da coletânea Rumores, na Sala Martins Penna do Teatro Nacional, em Brasília, com lotação esgotada uma semana antes da apresentação, transmitida ao vivo pelas rádios Cultura FM e Nacional FM, dentro da programação da FMI. A repercussão deste show, por parte de crítica e público, levou a banda a desenvolver o projeto de um DVD, reunindo os integrantes de todas as formações e artistas convidados. Este projeto está em fase de execução.

Texto retirado do blog | Rock Brasília

1986 | FINIS AFRICÆ EP

01. Armadilha
02. A Queda
03. Máquinas do Prazer
04. Mentiras
05. Atrás das Grades
06. Pretérito



DOWNLOAD

1987 | FINIS AFRICÆ LP

01. Deus Ateu
02. Vícios
03. Chiclete
04. Mentiras
05. A Última do Lado A
06. "Ask The Dust"
07. Deserto
08. Armadilha
09. Máquinas
10. Círculos

DOWNLOAD

2002 | AO VIVO EM BRASÍLIA

01. Deus Ateu
02. Círculos
03. Acrobata
04. Máquinas
05. Chiclete
06. Armadilha
07. Ask The Dust
08. Mentiras
09. Vícios
10. Van Gogh
11. Ética
12. O Homem
13. Jovens

DOWNLOAD

terça-feira, 21 de maio de 2019

Zephyr


Hoje decidi falar de outro grande guitarrista subestimado e esquecido com o tempo - Tommy Bolin. Não necessariamente sobre ele, mas sobre sua primeira banda, a ainda mais esquecida, Zephyr, que lançou um álbum de estréia homônimo em 1969, então, em 1971, Tommy Bolin deixou a banda para seguir outras oportunidades. Esse é álbum "mais conhecido" deles e a banda não durou muito mais tempo depois disso - até 72, com uma reunião sem sucesso em 83 - e os discos que seguiram este não foram realmente muito expressivos.

Um pouco sobre Tommy Bolin, pra quem não o conhece. Ele foi um guitarrista genial que encontrou o sucesso ainda muito jovem e de uma maneira um tanto difícil, substituindo grandes guitarristas em bandas já estabelecidas. Primeiro o Joe Walsh, em 1973, na James Gang, depois o Ritchie Blackmore, na Deep Purple. Raramente ele era recebido de maneira muito calorosa nessas bandas, mesmo tendo qualidade para ocupar a posição, o que diminuiu sua auto-confiança e o fez se atirar nas drogas, principalmente a heroína. Fora os discos com Deep Purple e James Gang, ele gravou uns discos de jazz com o Billy Cobham e o Alphonse Mouzon - deixando claro que todos os discos e artistas mencionados aqui são recomendações minhas, caso o leitor não os conheça - e uns álbuns solo, também excelentes.

Sobre a Zephyr. Nesse álbum, eles são uma excelente banda de rock, com uma boa mescla de blues e jazz, e músicos de altíssima qualidade. Além das guitarras do Tommy Bolin, os outros instrumentos merecem grande destaque, assim como a voz de Candy Givens que, embora parecida demais com a da Janis Joplin, é de arrepiar em algumas faixas. Talvez tenha sido por isso que a banda não sobreviveu, por melhores que os integrantes fossem, a banda não tinha toda uma personalidade. Isso pode ser por causa do curto tempo de vida deles, mas isso nós nunca vamos ficar sabendo, tudo que eu sei é que, na primeira vez que eu ouvi esse disco, pensei que ele fosse um trabalho perdido da Janis - o que não é ruim, de forma alguma, pelo contrário.

Cada faixa merece seu destaque, tendo aquelas mais cadenciadas e que flertam com aquele blues típico de boteco, e outras cheias de improvisos rápidos e ritmos de jazz muito interessantes. É uma pena que essa obra tenha sido praticamente esquecida, assim como os responsáveis por ela.

Texto retirado do blog | Delirium Scribens

1969 | ZEPHYR

01. Sail On
02. Sun's A-Risin'
03. Raindrops
04. Boom-Ba-Boom
05. Somebody Listen
06. Cross the River
07. St. James Infirmary
08. Huna Buna
09. Hard Chargin' Woman

DOWNLOAD

1971 | GOING BACK TO COLORADO

01. Going Back To Colorado
02. Miss Libertine
03. Night Fades Softly
04. The Radio Song
05. See My People Come Together
06. Showbizzy
07. Keep Me
08. Take My Love
09. I'll Be Right Here
10. At This Very Moment

DOWNLOAD

1972 | SUNSET RIDE

01. I Am Not Surprised
02. Someone To Chew
03. High Flying Bird
04. Time Lonesome
05. Moving Too Fast
06. Sold My Heart
07. Sierra Cowgirl
08. Chasing Clouds
09. Sunset Ride
10. Winter Always Finds Me

DOWNLOAD

1997 | ZEPHYR LIVE 1973

01. Just Warming Up
02. Cross The River
03. Boom-Ba-Boom
04. Somebody Listen
05. Huna Buna
06. The Creator Has a Master Plan
07. Sail On
08. Crazy Bout You
09. Goin Home
10. Hard Chargin' Woman

DOWNLOAD

sábado, 18 de maio de 2019

Rock Progressivo


O rock progressivo foi tocado pela primeira vez no final dos anos 60, no entanto, se tornou especialmente popular no início da metade dos anos 70. No final dos anos 60, algumas bandas - geralmente da Inglaterra - começaram a experimentar formas de músicas mais longas e complexas pois os jovens músicos daquela geração estavam vivendo a "contra-cultura" que rompia com a cultura pop e hippie, ao passo que as gravadoras concediam liberdade de criação aos artistas contribuindo para um leque ilimitado de possibilidades em estúdio. O termo "rock progressivo" foi cunhado pela imprensa nos anos 70 pela necessidade jornalística de atribuir rótulos ao escrever matérias e resenhas.

Anos 1960: os precursores
O rock progressivo nasceu de uma variedade de influências musicais do final da década de 1960, particularmente no Reino Unido. Entre outros desenvolvimentos, os Beatles, em sua fase psicodélica e outras bandas de rock psicodélico começaram a combinar o rock and roll tradicional com instrumentos da música clássica e oriental. Os primeiros trabalhos foram do Pink Floyd e Frank Zappa que já mostravam certos elementos do estilo. A composição "Beck's Bolero", de Jeff Beck,Keith Moon,John Paul Jones, Nicky Hopkins Jimmy Page em 1966, é um retrabalho de "Bolero" do compositor francês Maurice Ravel. A cena psicodélica continuou o constante experimentalismo, começando peças bastante longas, apesar de geralmente sem tanto tratamento quanto à estrutura da obra (como por exemplo em "In-A-Gadda-Da-Vida" de Iron Butterfly).

Pioneiros alemães da música eletrônica como Tangerine Dream introduziram o uso de sintetizadores e outros efeitos em suas composições, geralmente em álbuns puramente instrumentais. Em meados da década de 1960 o The Who também lançou álbuns conceituais e opera rocks, apesar de ser baseado principalmente na improvisação do blues, assim como feito por outras bandas contemporâneas tais como Cream e Led Zeppelin.

Anos 1970: nascimento, auge e queda
Bandas tidas como referência do rock progressivo incluem The Nice e Soft Machine, e apesar das origens terem sido formadas em meados da década de 1960 foi somente em 1969 que a cena estaria se formando concretamente, como evidenciado pela aparição de King Crimson em fevereiro desse mesmo ano. A banda foi seguida rapidamente de outras bandas do Reino Unido incluindo Yes, Pink Floyd, Supertramp, Genesis, Emerson Lake and Palmer e Jethro Tull, e outras bandas menos famosas, como Focus, Family, Traffic, Camel dentre outras. Exceto pelo ELP, tais bandas começaram suas carreiras antes do King Crimson, mas mudaram o curso de sua música consideravelmente após o lançamento do álbum In the Court of the Crimson King.

As bandas que mais contribuíram para o nascimento desse estilo, no qual viria tornar-se famosíssimo foram: Yes, Emerson, Lake & Palmer, Rush, Genesis, Gentle Giant, Pink Floyd, Jethro Tull, King Crimson.

As músicas que mais refletiram o que foi o Rock Progressivo e que se tornaram mais famosas foram: "Roundabout" do Yes, "Karn Evil 9"(principalmente a 1st impression, pois a 2nd e 3rd impression são solo de piano e bateria.), "2112" do Rush, "The Knife" do Genesis, "Proclamation" do Gentle Giant, "Echoes" do Pink Floyd, "Aqualung" do Jethro Tull e "21st Century Schizoid Man" do King Crimson.

O rock progressivo ganhou seu momento quando os fãs de rock estavam em desilusão com o movimento hippie, movendo-se da música popular sorridente da década de 1960 para temas mais complexos e obscuros, motivando a reflexão. O álbum Trespass do Genesis inclui a canção "The Knife", que retrata um demagogo violento, e "Stagnation", que retrata um sobrevivente de um ataque nuclear. O Van der Graaf Generator também abordava temas existenciais que relacionavam-se como o niilismo.

O estilo foi especialmente popular na Europa e em partes da América Latina. Várias bandas fora do Reino Unido que seguiram a trajetória dos britânicos foram o Premiata Forneria Marconi, Area, Banco del Mutuo Soccorso e Le Orme da Itália, além de Ange, Gong e Magma da França. A cena italiana foi posteriormente categorizada como rock sinfônico italiano. A Alemanha também produziu uma cena progressiva significante, geralmente referida como Krautrock. Os Psico, Tantra, Quarteto 1111 e José Cid, cujo disco 10.000 anos depois entre Vénus e Marte é considerado um dos melhores de rock progressivo, protagonizaram o género em Portugal. No Brasil, Os Mutantes combinaram elementos da música brasileira, rock psicodélico e outros sons experimentais para criar um som diferente do que havia sido feito até o presente momento, com letras inspiradas pela fantasia, literatura e história. A banda introduziu o Mellotron no Brasil (embora não existam fontes, nota-se que o instrumento nunca foi ouvido na música brasileira até a gravação do compacto Mande Um Abraço pra Velha em 1972) além do primeiro amplificador Leslie rotatório para órgão Hammond. Outras bandas brasileiras que contribuíram à cena progressiva nacional foram Som Nosso de Cada Dia, A Barca do Sol e Som Imaginário.

Um grande elemento de vanguarda e contra-cultura é associado com o rock progressivo. durante a década de 1970 Chris Cutler do Henry Cow ajudou a formar um grupo de artistas referidos como Rock in Opposition, cuja proposta era essencialmente criar um movimento contra a atual indústria da música. Os membros originais incluíam diversos grupos tais como Henry Cow, Samla Mammas Manna, Univers Zéro, Etron Fou Leloublan, Stormy Six, Art Zoyd, Art Bears e Aqsak Maboul.

Fãs e especialistas possuem maneiras divergentes de categorizar as diversas ramificações do rock progressivo na década de 1970. A Cena Canterbury pode ser considerada um sub-gênero do rock progressivo, apesar de ser muito mais direcionado ao jazz fusion, encontrado em bandas como Traffic. Outras bandas tomaram uma direção mais comercial, incluindo Renaissance, Queen e Electric Light Orchestra, e são algumas vezes categorizadas como rock progressivo. Através do tempo, bandas como Led Zeppelin e Supertramp também incorporaram elementos não usuais em seu som tais como quebras de tempo e longas composições.

O Rush foi uma banda não européia muito bem sucedida com influências do gênero.
A popularidade do gênero atingiu seu auge em meados da década de 1970, quando os artistas regularmente atingiam o topo das paradas na Inglaterra e Estados Unidos. Nessa época começaram então a surgir bandas estadunidenses como Kansas e Styx, que apesar de existirem desde o começo dos anos 70, tornaram-se sucesso comercial após o vinda do rock progressivo às Américas. A banda de Toronto, Rush, também foi muito bem sucedida fazendo um hard rock com influências progressivas, com uma seqüência de álbuns de sucesso desde meados da década de 1970 até atualmente.

Com o advento do punk rock no final da década de 1970 as opiniões da crítica na Inglaterra voltaram-se ao estilo mais simples e agressivo de rock, com as bandas progressivas sendo consideradas pretensiosas e exageradas em demasiado, terminado com o reinado de um dos estilos mais liderantes do rock.[4][5] Tal desenvolvimento é visto freqüentemente como parte de uma mudança geral na música popular, assim como o funk e soul foram subsituídos pela música disco e o jazz ameno ganhou popularidade sobre o jazz fusion. Apesar disso, algumas bandas estabelecidas ainda possuíam ampla base de fãs, como Rush, Genesis e Yes continuaram regularmente no topo de paradas e realizando grandes turnês. Em torno de 1979, é geralmente considerado que o punk rock evoluiu para o New Wave.

Anos 1980: o rock neoprogressivo
Os princípios dos anos 1980 assistiram o retorno ao gênero, através de bandas como os Marillion, IQ, Pendragon e Pallas. Os grupos que apareceram nesta altura são por vezes chamados de “neoprogressivos”. Foram amplamente inspirados pelo rock progressivo, mas também incorporaram fortemente elementos do new wave. É caracterizado pela música dinânica, com grande presença de solos tanto de guitarra quanto de teclado. Por esta altura alguns dos grupos leais ao rock progressivo mudaram a sua direção musical, simplificando as suas composições e incluindo mais abertamente elementos eletrônicos. Em 1983 os Genesis alcançam um grande êxito internacional com a múscia “Mama”, que tinha um forte ênfase na bateria eletrônica. Esta canção foi gravada em um álbum que também celebrizou o clássico "Home by the Sea", que apresentava uma versão com letra e outra instrumental. Em 1984, o Yes alcança um grande êxito com o álbum 90125 e o sucesso “Owner Of A Lonely Heart”, que continha (para aquela época) efeitos eletrônicos modernos e era acessível a ser tocada em discotecas e danceterias. Em 1983 é criado o Apocalypse, um dos principais grupos brasileiros de progressivo. O grupo lançaria 10 álbuns, incluindo 4 álbuns na Europa, e gravaria o primeiro álbum duplo ao vivo de rock progressivo brasileiro nos EUA.

Anos 1990: third wave e metal progressivo
Nos anos 1990 outras bandas começaram a reviver o estilo com a chamada third wave, composta por bandas como os suecos The Flower Kings, os ingleses Porcupine Tree, os escandinavos e os americanos Spock's Beard e Echolyn, que incorporaram o rock progressivo no seu estilo único e eclético. apesar de não soar igual, tais bandas estão muito relacionadas com os artistas da década de 1970, considerados por alguns inclusive uma fase retrô do estilo.

Enquanto isso (da metade da década de 1980 em diante para ser mais exato), estava havendo o surgimento do metal progressivo, um estilo comercialmente bem sucedido que uniu vários elementos do rock progressivo ao heavy metal. Isso trouxe para o estilo uma maior técnica, fruto de uma aprendizagem acadêmica, capacitando-as a explorar músicas longas e álbuns conceituais. Bandas do estilo incluem Dream Theater, Fates Warning, Tool, Symphony X, Queensrÿche (Estados Unidos), Ayreon (Países Baixos), Opeth, Pain of Salvation, Ark, A.C.T (Suécia), Spiral Architect, Circus Maximus, Conception(Noruega), e no Brasil, o Mindflow. Bandas da década de 1970 frequentemente citadas como referência para o metal progressivo coincidem com as mais bem sucedidas, tais como Yes, Rush, Pink Floyd e Genesis.

No trabalho de grupos contemporâneos como os Radiohead e bandas post rock como Poets of the Fall, Sigur Rós e Godspeed You! Black Emperor, estão presentes alguns dos elementos experimentais do rock progressivo. Entre os músicos mais experimentalistas e de vanguarda, o compositor japonês Takashi Yoshimatsu cita o rock progressivo como sendo a sua primeira influência.

Anos 2000 e 2010: festivais
Na década de 2000 e na última década e meia surgiram, no mundo inteiro, vários festivais dedicados ao género. Como exemplo cite-se o prestigiado festival português Gouveia art rock que se realiza desde 2003 e já é considerado um evento de referência em todo o mundo.

Texto retirado do blog | Wikipédia

2012 | GREATEST EVER! PROG ROCK

CD 1
01. Yes | Roundabout (Single Version)
02. Caravan | In The Land Of Grey And Pink
03. Atomic Rooster | I Can't Take No More
04. Camel | Metrognome
06. Jefferson Airplane | White Rabbit
06. Argent | Hold Your Head Up
07. Blue Öyster Cult | Don't Fear The Reaper
08. Traffic | Every Mother's Son
09. Quintessence | Sea Of Immortality
10. Tangerine Dream | Dolphin Dance
11. Affinity Three Sisters
12. Zzebra | Amuso Fi (Single Version)
13. Nazareth | This Flight Tonight
14. Galahad | Empires Never Last

DOWNLOAD

CD 2
01. Aphrodite's Child | The Four Horsemen
02. Curved Air | Back Street Luv
03. Mahavishnu Orchestra | The Meeting Of The Spirits
04. Gentle Giant | Pantagruel's Nativity
05. Sensational Alex Harvey Band | Faith Healer
06. Spooky Tooth | Lost In My Dream
07. The Edgar Winter Group | Frankenstein
08. Hawkwind | Shot Down In The Night (Single Edit)
09. Consortium | Where
10. Warhorse | No Chance
11. Ian Gillan Band | Ian Gillan Band
12. IQ | Born Brilliant
13. Twelfth Night | Creepshow

DOWNLOAD

CD 3
01. Rick Wakeman | Anne Of Cleves
02. Colosseum | The Kettle
03. Spirit | Fresh Garbage
04. Beggar's Opera | MacArthur Park
05. Moody Blues | Higher And Higher
06. Uriah Heep | Rainbow Demon
07. Greenslade | Bedside Manners Are Extra
08. Matching Mole | O Caroline
09. Arthur Brown & Kingdom Come | Spirit Of Joy
10. John Lees' Barclay James Harvest | Child Of The Universe (Live)
11. Running Man | Running Man
12. Rob Thompson | Dust (Full Length Version)
13. Marillion | You're Gone

DOWNLOAD

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Arte no Escuro


Góticos marcaram os rumos da quarta geração do rock brasiliense. O sucesso de Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial no cenário do rock brasileiro, em meados dos anos 80, levou o rock candango a exportar bandas de maneira rápida. Um dos grupos que se celebrizou nesse período foi o Arte no Escuro.

Herdeiro da tradição gótica de bandas inglesas como Bauhaus e The Cure, o grupo formado em abril de 1985 por Luiz Antônio Alves, o Lui, (vocal) Pedro Hyena (baixo - ex-Sociais), Adriano Lívio (guitarra) e Paulo Coelho (bateria), agradava pelo sua estética e clima sombrio das canções. O vocalista foi substituído por Marielle Loyola (vocais – ex-Escola de Escândalos e, depois, Volkana), em fevereiro de 1986, quando mudou-se para o Rio.

O som cheio de climas, vocais sussurrados, baixos melódicos e guitarras intimistas levou a banda rapidamente a despertar interesse das gravadoras, ávidas por encontrar novas Legiões Urbanas. As letras também carregavam em sutilezas, repleta de metáforas e fugindo do lugar-comum dos rocks de protesto. "Nada é verdade absoluta, cada pessoa entende uma coisa", declarou Pedro Hyena, autor da maioria das letras.

O som chegou a ser rotulado de dark, um neologismo bobo em voga nas grandes cidades, naquela época. "Isso é só modismo", atacou. A banda gravou um disco pela EMI em 1987, lançado no ano seguinte, cujo maior sucesso foi Beije-me Cowboy e As Rosas, com produção de Gutje Woortmann, da Plebe Rude.

Dois anos depois, a banda se dissolveria, com Marielle integrando no início dos anos 90 a banda de trash metal Volkana, formada só por mulheres, ao lado de Mila (ex-Detrito Federal). Radicada atualmente em Curitiba, Marielle está cantando na banda Cores D Flores.

Texto retirado de | Painel do Rock Brasileiro

1987 | ARTE NO ESCURO

01. Beije-me Cowboy
02. Na noite
03. Celebrações
04. Entre as aves de rapina
05. Vencidos
06. Boro
07. O fim
08. Rosas

DOWNLOAD

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Vange Leonel


Maria Evangelina Leonel Gandolfo nasceu em 4 de maio de 1963, aqui em São Paulo.

NauMais conhecida como Vange Leonel, começou sua carreira musical na banda pós-punk Nau, fundada em 1985. Nau lançou seu primeiro álbum pela CBS, e outro, Não São Paulo 2, pela Baratos Afins.

Nos anos 80 ela participou de duas bandas paulistas: No queer e alternativo Fix-Pá como baixista, tecladista, vocalista e compositora. Seu primeiro videoclipe foi “Imagens de Outra Guerra”, de 1985, gravado na casa noturna paulistana Madame Satã, no bairro do Bixiga.

Em 89 Vange partiu para a carreira solo. Seu primeiro álbum solo, Vange, lançado em 91 pela Sony, teve seu hit mais conhecido: “Noite Preta”, tema de abertura da novela VAMP.

“Esse Mundo”, outra canção de Vange, desse álbum, foi trilha da novela Perigosas Peruas.

Mas não dá pra falar da Vange sem falar da Cilmara Bedaque, sua companheira por 28 anos. Cilmara foi autora de várias músicas da Vange desde os tempos da banda Nau. O segundo álbum solo da Vange, o EP Vermelho, saiu em 1996 pela gravadora independente Medusa Records, fundada por Vange e Cilmara no mesmo ano.

Lançou quatro livros, todos com a temática lésbica, entre eles, As Sereias da Rive Gauche, levada aos palcos em 2002, e também sua peça Joana Evangelista, inspirada em Joana D’Arc, montada em 2006.

Vange foi cantora, ativista LBT e escritora. Escreveu sobre cultura LBT, Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil. Usava muito bem as redes sociais e fez muitos amigos nos blogs, tuiteres e instagrams. Escrevia no site Lupulinas, especializado em cervejas artesanais, também em parceria com Cilmara. Além de tantos talentos, ela desenhava muito bem.

Participou também do primeiro disco da banda de rock As Mercenárias, “Cadê as Armas?” e da coletânea O “Início, o Fim e o Meio”, em homenagem a Raul Seixas. E pra quem também não sabe também: ela é prima do músico e compositor Nando Reis e bisneta do general Ataliba Leonel.

Faleceu em 14 de julho de 2014.

Sua vida foi celebrada por muitas pessoas que admiravam sua trajetória.

Texto | minasprogramam

1991 | VANGE

01. Noite Preta
02. Mulher Lobo
03. Passeio Distraído
04. S/A
05. Por quê?
06. Jane
07. Esse Mundo
08. Divino Maravilhoso
09. Mil Anos
10. Vida Vida Vida
11. Felizes

DOWNLOAD

1996 | VERMELHO

01. Eu Sei
02. Copo De Café
03. Asas
04. Rabo De Sereia
05. Tô Fora
06. Meninas
07. Vermelho


DOWNLOAD

domingo, 12 de maio de 2019

The Flying Burrito Brothers


Em meados dos anos 50, a country music havia alcançado tamanho ponto de diluição, que as franjinhas da camisa que o intérprete vestia ou o couro da bota que ele calçava importavam mais que a música que cantava e/ou os sentimentos que por meio dela expressava... veio então o movimento de volta às raízes, encabeçado por Merle Haggard e Buck Owens, dentre outros nomes. Esses caras foram chamados primeiro de "caipiras de Bakersfield", depois de "rebeldes", mas nada mais eram do que compositores que não abriam concessões às super-produções que enfeitavam temas e letras profundas como um pires... "Bakersfield" era música que falava de gente e para gente - não para gente estúpida necessariamente – e a sonoridade básica residia em instrumentação elétrica, um sacrilégio para o gênero country de então, diga-se... parece um tanto genérico, mas era isso mesmo, uma reação à estabelecida e corriqueira obtusidade que reinava na fórmula montada pelos capos hit-makers de “Grand Ole Opry”. Renovaram um gênero que parecia fadado ao tédio eterno e estreitaram mais ainda a tênue linha que separava a country music da dita música popular de sua época (Hank Williams e George Jones tinham sido os pioneiros na popularização massiva da country music), mas permaneceriam restritos aos limites da "Nashville America".

Pelo fim da década, entretanto, não havia mais lugar para discussões quanto à estupidez da temática veiculada nos hits pré-fabricados de Nashville... o rock e o R&B haviam passado por cima de tudo com a delicadeza de um rolo compressor... da metade dos anos 60 em diante, a "indústria da juventude" tomava de vez os controles e ditava que o que era “moda” em um mês, no outro era matéria de memorabília... tudo era muito hype, tudo se esgotava muito rapidamente, tudo era muito “tudo ao mesmo tempo agora”, para usar uma frase da época... mas existiam uns baby boomers malucos que além de curtirem o rock e o soul dominantes, curtiam também, veja só, country music, e viam possibilidades insuspeitas e irrealizadas no trabalho dos tais "caipiras de Bakersfield"...

Um desses filhos da "revolução dos eletrodomésticos", um alucinado de nome Gram Parsons (nascido em 1946 e criado na Flórida - portanto sem parentesco com Alan Parsons!), tinha especial talento composicional e vivia perseguindo uma tal de “cósmica música americana”, um lugar que, segundo ele, era o seu mundo real... o que acabou por encontrar, trocando em miúdos, foi o country-rock... Parsons praticamente forjou e definiu os primeiros contornos do estilo por meio de sua obra com a International Submarine Band, que durou de 1966 até fins de 1967 e resultou no disco "Safe at Home" (lançado em 1968 quando a Banda já não mais existia)... o disco e os shows com a ISB passaram longe de interessar o público majoritário da época, mas foram o grande laboratório em que Parsons desenvolveu composição, instrumentação, enfim, um perfil estilístico próprio...

Em fins de 1967, Gram conhece Chris Hillman em Sin City, ou Los Angeles para os mais íntimos, e este o recomenda a Roger McGuinn, eterno e inquestionável líder dos Byrds, que então fazia reformulação da Banda... convidado, Parsons topou se juntar aos passarinhos e teve notável proeminência na consecução daquele que muitos dizem ser o grande momento da Banda, "Sweetheart of the rodeo" (que saiu em fins de 1968)...

Pois é, a crítica colocou o disco nas alturas, considerando-o “o primeiro momento de afirmação do country-rock” (vide Rolling Stone) e deitando-lhe outros títulos menos criativos, mas Parsons não estava nem aí para as loas da mídia... aliás, ele tinha acessos de fúria quando falavam que sua música era country-rock... Parsons não era um rockstarzinho temperamental, nem se achava gênio, apenas não levava a sério as opiniões de uma imprensa que tinha mania de achar rótulos para tudo e todos, jogando arte e artistas em escaninhos restritivos... as manias da imprensa já estavam estabelecidas há tempos, e Parsons sabia que não seria ele quem modificaria o cenário, mas já que os rótulos eram inevitáveis, queria pelo menos que sua arte tivesse um de caráter mais universal, mais abrangente, daí falar tanto na tal “cósmica música americana”... é claro que o título não pegou e Parsons teve que engolir o country-rock mesmo (e cá entre nós, country-rock é bem menos pior e datado que “cósmica música americana”, não?)...

Rótulos à parte, "Sweetheart of the rodeo" foi o disco que deu novo rumo estilístico para os futuros trabalhos dos Byrds - nos discos seguintes, a country music seria o elemento dominante na sonoridade dos Byrds, deixando a psicodelia em segundo plano... paradoxalmente, por essas épocas “caipira” andava sendo sinônimo de “psicodélico”... Woodstock já vinha por aí e seria numa fazenda do interior do Estado de N. York e Peter Fonda e Dennis Hopper montariam em suas bikes e esfumaçariam de vez os limites entre o urbano e o rural na "Corporate America", onde tudo e todos eram paranóicos (no filme Easy Rider, 1969) – e, numa visão mais ampla, foi estopim para o fenômeno country-rock que dominaria as ondas médias e as freqüências moduladas de boa parte das rádios do ocidente ao longo dos ‘70s...

Mesmo tendo sido a grande estrela de "Sweetheart of the rodeo", demonstrando notável maturação artístico-estilística, nem tudo foi legal para Parsons no período em que ficou com os Byrds... uma lamentável veleidade jurídica fez com que seus vocais fossem praticamente limados do disco... Gram ainda era contratualmente atrelado ao selo responsável pela veiculação do trabalho da International Submarine Band, e assim sendo, não podia ter participação evidente em projetos de outras gravadoras... na verdade ele saiu da ISB sem fazer nenhum tipo de comunicação do fato aos demais membros da Banda ou mesmo ao empresário Lee Hazlewood, que dirá falar que pretendia juntar-se aos Byrds... esses detalhes não tinham vez no mundo do indisciplinado Parsons... e quer saber? Danem-se os Passarinhos também... nos poucos meses em que ficou com a Banda, percebeu que não tinha saco para o contraditório idealismo egotrip de Roger McGuinn que ia cantar "The times they are a-changin´" na África do Sul, então grande bastião do Apartheid, cobrando os tubos...

Parsons resolveu as pendengas jurídicas com seu antigo empresário e ficou livre para achar seu lugar, onde quer que isso fosse... tomou Chris Hillman dos Byrds, convocou o velho conhecido Sneaky Pete Kleinow, guitarrista especialista no pedal steel (Parsons sabia que Pete vinham engendrando um som que buscava equilibrar perfeitamente o lamento do country com a levada psicodélica e mais agressiva do rock, ninguém seria mais perfeito para a empreitada que ele), chamou para o baixo Chris Ethridge, outro velho camarada, ex-membro da International Submarine Band e se mandaram para o deserto, carregando na sacola melodias inesquecíveis, letras ainda inacabadas e outras cositas más... lá, na fértil aridez do Mojave, compuseram outras tantas pérolas, beberam, piraram, e ocasionalmente deram polimento em algumas obras-primas... Na volta, Hillman convenceu algum ensandecido executivo da A&M Records de que a "cósmica música americana" era viável e vendável e Parsons sacou do bolso um nome absolutamente lógico para sua Banda, The Flying Burrito Brothers (alguns dizem que ele e Hillman roubaram este nome de uma outra banda que andava por LA, mas e daí????, a outra banda nunca deu as caras questionando o fato), além de um título bastante atrativo para a cena pop da época, "The Gilded Palace of Sin".

Se em "Sweetheart of the rodeo", McGuinn e Gram jogaram cinco medidas de country para cada dez de rock, em "The Gilded Palace of Sin" (que acabou lançado em 1969) a medida do country seria a ausência de medidas, ou o ponto em que rock e country se tornam indistintos, como queira... que tal um tempero R&B? Gram era do Sul, hell, por que não? Joga soul nisso aí...

Dos primeiros stomps de “Christine’s Tune (a.k.a devil in disguize)”, passando pelo conto de pecado, redenção e destruição iconoclástica de “Sin City”, pelas covers de “Dark end of the street” - monumental exemplo de harmonização entre as vozes de Parsons e Hillman, elemento característico da sonoridade da Banda e fruto da admiração que ambos tinham pelos Everly Brothers -, “Do right woman” (composta por Chips Moman e magnificamente interpretada por um viés feminino, por Aretha Franklin, Parsons a interpretou do ponto de vista masculino... não superou a versão de Aretha, ninguém na Terra poderia, mas fez com que a música tivesse uma outra dimensão, como se fizesse parte de uma realidade paralela em que não existisse a versão de Aretha, dá pra entender? Não? nevermind...), fechando com a estupidificantemente linda balada “Hot Burritos #1” e sua contra-parte “Hot Burritos #2”, o disco é emoção pura... uma reafirmação das emoções e dos valores vislumbrados lá no trabalho dos "caipiras de Bakersfield "sim, mas sob a ótica cortante do rock, que com um gume deixava todas as veias abertas e com o outro suturava tudo junto, num amálgama indistinguível, calidoscópico e, para usar um adjetivo bem original, “psicodélico” até a última gota de refresco elétrico...

Em "Gilded...", o talento indisciplinado de Parsons irrompe com a mesma violência imagética de um daqueles diners vermelhos em contraste com o vazio do Mojave... Acabado "Gilded...", Parsons perde as divisas entre o real e o sonho... Desde tempos idos, Parsons soubera que o mundo onde vivia era apenas uma sombra do mundo real... Para chegar ao "seu" mundo real tinha de sonhar, e quando estava no seu mundo real tudo parecia flutuar ou dançar... poucos pisariam em lugares tão distantes quanto Parsons, que sempre dizia “ter de se perder para se encontrar”... no meio do nada Parsons se achou e se perdeu de novo, durante sua breve e louca sanidade, construiu "The Gilded Palace of Sin", um templo em que o nada era tudo e tudo era música e música dizia boas coisas à alma, e viu que isso era bom ... inquieto, terminado o "Palácio", Parsons saiu dali e ganhou o deserto... precisava voltar... para onde? só havia uma estrada de volta à Sin City... "a Interstate 15, uma linha reta que cruza Baker, Barstow e Berdou e se perde na frenética Hollywood Freeway... segurança, obscuridade, só mais um doido no reino dos doidos"...

Tempos depois, umas “águias” tiveram um leve vislumbre do velho Palácio e construíram algo que achavam parecido, puseram-lhe o nome Hotel California e faturaram bilhões, diluindo, dilapidando e quase soterrando a miragem original numa tempestade de granola-rock... muitos outros tempos depois, uns caras menos ambiciosos empreenderam uma busca pelo Palácio original e, redescobrindo-o, trouxeram de lá um tal de "alternative country", não faturaram milhões, mas engrossaram um caldo que andava pra lá de ralo, também conhecido como música dos anos 90...

E Parsons?? ainda fez um bom disco com os Burrito Bros. ("Hot Burritos", 1970) e conseguiu realizar dois discos solos (os antológicos "G.P.", 1972 e "Grievous Angel", 1973), mas em nenhum deles imprimiu tanta substância quanto no ornamento do seu Palácio dourado, que aliás continua lá, no Mojave, iluminado e iluminando com o brilho inextinguível do anjo que virou pó...

Texto | Guilherme Rodrigues

1969 | THE GUILDED PALACE OF SIN

01. Christine's Tune
02. Sin City
03. Do Right Woman
04. Dark End Of The Street
05. My Uncle
06. Wheels
07. Juanita
08. Hot Burrito # 1
09. Hot Burrito # 2
10. Do You Know How It Feels
11. Hippie Boy

DOWNLOAD

quinta-feira, 9 de maio de 2019

The Railway Children


The Railway Children é uma banda de rock alternativo formada em 1984 em Wigan, Inglaterra por Gary Newby, Brian Bateman, Guy Keegan e Stephen Hull.

Seu primeiro álbum Reunion Wilderness de 1987 saiu pela Factory Records, que liderou a parada independente do Reino Unido junto com seu segundo single, "Brighter". Logo deixariam a Factory e assinaram com a Virgin Records .

No ano seguinte, a banda lançou seu segundo álbum, Recurrence, com pouco sucesso comercial. Em 1990, eles lançaram o Native Place , um álbum que incorporou alguns elementos das tendências atuais da música de clube na Inglaterra na época. "Every Beat of the Heart" tornou-se um sucesso no Top 40 no Reino Unido com um pico na # 24, e a música se tornou o # 1 hit no recém-fundado Modern Rock Tracks nos EUA.

Em 1992, a EMI assumiu a Virgin Records e a banda deixou o selo. Dois anos depois, o line-up original acabou, deixando Newby para continuar sozinho. Newby já lançou dois álbuns como The Railway Children: "Dream Arcade" (1997 Ether Records) e Gentle Sound (2002 Ether Records), bem como um álbum "Rarities" em 2007, disponível apenas para download em seu site oficial: www.railwaychildren.co.uk

Texto | Wikipédia

1987 | REUNION WILDERNESS

01. Another Town
02. The First Notebook
03. Railroad Side
04. Careful
05. History Burns
06. Brighter
07. Big Hands of Freedom
08. Listen On
09. A Gentle Sound
10. Content

DOWNLOAD

1988 | RECURRENCE

01. Somewhere South
02. A Pleasure
03. Swallowed
04. Merciless
05. My Word
06. In the Meantime
07. Over and Over
08. Monica's Light
09. Chrysalis
10. No Great Objections

DOWNLOAD

1990 | NATIVE PLACE

01. Every Beat of the Heart
02. Music Stop
03. You're Young
04. Because
05. Cotton Counting
06. It's Heaven
07. Something So Good
08. Collide
09. Native Place
10. Fall On
11. Harbour Force
12. Blue Sky

BONUS TRACKS
13. Everybody
14. What She Wants
15. Give It Away
16. Hours Go By
17. Tell Me
18. Strange Attractor
19. After The Rain
20. Standing Too Still
21. Step Aside
22. Go Ahead

DOWNLOAD

1993 | THE RADIO ONE EVENING SHOW SESSIONS

01. Another Town
02. Consider
03. Listen On
04. Big Hands Of Freedom
05. It Wont Be Long
06. What She Wants
07. Hours Go By
08. After The Rain
09. In The Meantime
10. Merciless
11. Monicas Light
12. Go Ahead
13. Kinds Of Fuel
14. Strange Attractor
15. So Right

DOWNLOAD

1995 | LISTEN ON: THE BEST OF

01. Every Beat Of The Heart
02. Everybody
03. Give It Away
04. Music Stop
05. What She Wants
06. Something So Good
07. Hours Go By
08. After The Rain
09. You're Young
10. Collide
11. Somewhere South
12. Listen On
13. Over And Over (Full Remix)
14. A Gentle Sound (Original Demo)
15. Monica's Light
16. So Right (Dakeyne Full Length Mix)
17. In The Meantime
18. A Pleasure (Bonus Track)
19. Brighter (Bonus Track)
20. Content (Bonus Track)

DOWNLOAD

1997 | DREAM ARCADE

01. Let It Go
02. Light The Fuse
03. What Tomorrow Brings
04. Dream Arcade
05. Don't Need
06. Rising Closer
07. Wake The Dreamer
08. Come Around
09. Understand
10. These Things She Does

DOWNLOAD

2003 | GENTLE SOUND
(Acoustic Compilation Album)


01. A Gentle Sound
02. Every Beat Of The Heart
03. Big Hands Of Freedom
04. I Wont Be Long
05. In The Meantime
06. Brighter
07. Collide
08. I Know Tomorrow
09. A Pleasure
10. Over And Over
11. Somewhere South
12. Peacenik
13. Monicas Light
14. Skinship
15. The Forgotten

DOWNLOAD

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Tears for Fears


A dupla formada por Roland Orzabal e Curt Smith produziu alguns dos hits mais sofisticados do pop/rock dos anos 1980. Os dois amigos de infância formaram o Tears for Fears em 1981 em Bath, na Inglaterra. Antes, ambos foram integrantes de uma banda chamada Graduate.

Tendo Orzabal como principal compositor, o Tears for Fears lançou em 1983 o seu álbum de estréia, 'The Hurting'. O disco, inspirado nas teorias do psicoterapeuta americano Arthur Janov (mais conhecido pela teoria do Grito Primal) e mais direcionado ao synth pop, reune os três primeiros singles do grupo: "Mad World", "Change" e "Pale Shelter".

'The Hurting' fez bastante sucesso no Reino Unido. Porém, foi 'Songs from the Big Chair' (1985) que deu fama mundial ao grupo. É desse segundo álbum do Tears for Fears as músicas "Everybody Wants to Rule the World", "Head Over Heels" e "Shout", que se tornaram alguns dos hits mais marcantes da música pop dos anos 1980.

O grande sucesso de 'Songs From The Big Chair' fez a banda se dedicar à uma longa turnê mundial, demorando a lançar um novo álbum, que somente saiu em 1989, o também bem sucedido 'The Seeds Of Love'. "Woman in Chains", "Sowing the Seeds of Love" e "Advice for the Young at Heart" foram os hits radiofônicos de 'The Seeds Of Love'.

Em 1991, Curt Smith saiu do grupo, devido à conflitos com Roland Orzabal, e seguiu carreira solo. Orzabal prosseguiu com Tears for Fears, lançando dois álbuns: 'Elemental' (1993) e 'Raoul and the Kings of Spain' (1995). Porém, sem repetir o sucesso alcançado com os três primeiros discos.

No início dos anos 2000, Orzabal e Smith voltaram a trabalhar juntos, criando novas músicas para o álbum 'Everybody Loves a Happy Ending' (2004) .

Texto | Musplay

1983 | THE HURTING
(30th Anniversary Edition)


CD 1 | THE ORIGINAL ALBUM

01. The Hurting
02. Mad World
03. Pale Shelter
04. Ideas As Opiates
05. Memories Fade
06. Suffer The Children
07. Watch Me Bleed
08. Change
09. The Prisoner
10. Start Of The Breakdown

CD 2 | INGLES, B-SIDES & RARITIES

01. Suffer The Children (original 7″)
02. Pale Shelter (original 7″)
03. The Prisoner (original version)
04. Ideas As Opiates
05. Change (new version)
06. Suffer The Children (remix)
07. Pale Shelter (original 12″)
08. Mad World (world remix)
09. Change (extended version)
10. Pale Shelter (reissue 12″)
11. Suffer The Children (instrumental)
12. Change (7″ edit)
13. Wino (B-side)
14. The Conflict (B-side)
15. We Are Broken (B-side)
16. Suffer The Children (promo CD)

CD 3 | THE BBC SESSIONS

01. Ideas As Opiates (Peel Session)
02. Suffer The Children (Peel Session)
03. The Prisoner (Peel Session)
04. The Hurting (Peel Session)
05. Memories Fade (Jensen Session)
06. The Prisoner (Jensen Session)
07. The Start Of The Breakdown (Jensen Session)
08. The Hurting (Jensen Session)
09. Start Of The Breakdown (Live)
10. Change (Jensen Session)

DOWNLOAD

1985 | SONGS FROM THE BIG CHAIR
(30th Anniversary Edition)


CD 1 | ORIGINAL ALBUM

01. Shout
02. The Working Hour
03. Everybody Wants To Rule The World
04. Mothers Talk
05. I Believe
06. Broken
07. Head Over Heels
08. Listen
Bonus Tracks
09. The Big Chair
10. Empire Building
11. The Marauders
12. Broken Revisited
13. The Conflict
14. The Working Hour (Piano Version)
15. Pharaohs
16. When In Love With A Blind Man
17. Sea Song

CD 2 | EDITED SONGS FROM THE BIG CHAIR

01. The Way You Are
02. Mothers Talk (Single Version)
03. Shout (Single Version)
04. Everybody Wants To Rule The World (Single Version)
05. Head Over Heels (Remix )
06. I Believe (A Soulful Re-Recording)
07. Everybody Wants To Run The World
08. The Way You Are (Short Version)
09. Mothers Talk (U.S. Remix)
10. Shout (U.S. Single Version)
11. Everybody Wants To Run The World (Running Version)
12. Head Over Heels (Radio Version)
13. Mothers Talk (Video Version)
14. Shout (Short Version)
15. Listen (Clean Intro)
15. Interview With Curt & Roland

CD 3 | REMIXED SONGS FROM THE BIG CHAIR

01. The Way You Are (Extended Version)
02. Mothers Talk (Extended Version)
03. Shout – Extended Remix Version
04. Everybody Wants To Rule The World (Extended Version)
05. Broken-Head Over Heels-Broken (Preacher Mix)
06. Mothers Talk (Beat Of The Drum Mix)
07. Shout (U.S. Remix)
08. Everybody Wants To Rule The World (Urban Mix)
09. Mothers Talk (U.S. Remix Alternate)
10. Shout (Dub)
11. Everybody Wants To Rule The World (Instrumental)
12. Shout (Acappella)

CD 4 | UNRELEASED SONGS FROM THE BIG CHAIR

01. Head Over Heels (Richard Skinner Session)
02. The Working Hour (Richard Skinner Session)
03. Broken 319 (Richard Skinner Session)
04. Mothers Talk (Live At Massey Hall)
05. Broken / Head Over Heels (Live At Massey Hall)
06. Memories Fade (Live At Massey Hall)
07. The Working Hour (Live At Massey Hall)
08. Everybody Wants To Rule The World (Live At Massey Hall)
09. Shout (Live At Massey Hall)
10. Mothers Talk (Early Mix / Instrumental)
11. The Way You Are (Early Mix)
12. Broken (Early Mix)
13. Shout (Early Mix)
14. Everybody Wants To Rule The World (Alternate Single)

DOWNLOAD

1989 | THE SEEDS OF LOVE
(Remastered 1999)


01. Woman In Chains
02. Badman's Song
03. Sowing The Seeds Of Love
04. Advice For The Young At Heart
05. Standing On The Corner Of The Third World
06. Swords And Knives
07. Year Of The Knife
08. Famous Last Words
09. Tears Roll Down
10. Always In The Past
11. Music For Tables
12. Johnny Panic And The Bible Of Dreams

DOWNLOAD

1992 | TEARS ROLL DOWN
(Reissue 2005)


CD 1 | TEARS ROLL DOWN (Greatest Hits 1982-1992)

01. Sowing The Seeds Of Love
02. Everybody Wants To Rule The World
03. Woman In Chains
04. Shout
05. Head Over Heels
06. Mad World
07. Pale Shelter
08. I Believe
09. Laid So Low (Tears Roll Down)
10. Mothers Talk
11. Change
12. Advice For The Young At Heart

CD 2 | TEARS ROLL DOWN (The Remixes)

01. Shout (Skylark 12" Extended Club Mix)
02. Change (Joey Negro Punkdisko Mix)
03. Head Over Heels (Dave Bascombe 7" N.Mix)
04. Pale Shelter (New Extended Version)
05. Laid So Low (Tears Roll Down) (US Dance Mix)
06. Mothers Talk (Beat Of The Drum Mix)
07. Sowing The Seeds Of Love (Wen's Overnight Mix)
08. Shout (Jakatta Thrilled. Out Mix)
09. Woman In Chains (Jakatta Awakened Mix Radio Edit)
10. Mad World (Afterlife Remix)
11. Everybody Wants To Rule The World (The Chosen Few Remix)

DOWNLOAD

1993 | ELEMENTAL

01. Elemental
02. Cold
03. Break It Down Again
04. Mr. Pessimist
05. Dog’s A Best Friends Dog
06. Fish Out Of Water
07. Gas Giants
08. Power
09. Brian Wilson Said
10. Goodnight Song

DOWNLOAD

1995 | RAOUL AND THE KINGS OF SPAIN
(Remastered 2005)


01. Raoul and the Kings of Spain
02. Falling Down
03. Secrets
04. God's Mistake
05. Sketches of Pain
06. Los Reyes Catolicos
07. Sorry
08. Humdrum and Humble
09. I Choose You
10. Don't Drink the Water
11. Me and My Big Ideas (feat. Oleta Adams)
12. Los Reyes Catolicos (Reprise)
13. All of the Angels (Bonus Track)
14. The Madness of Roland (Bonus Track)
15. Queen of Compromise (Bonus Track)
16. Until I Drown (Bonus Track)
17. War of Attrition (Bonus Track)
18. Raoul and the Kings of Spain - Acoustic (Bonus Track)
19. Break It Down Again - Acoustic (Bonus Track)

DOWNLOAD

1996 | SATURNINE, MARTIAL & LUNATIC

01. Johnny Panic And The Bible Of Dreams
02. The Big Chair
03. Schrodinger’s Cat
04. My Life In The Suicide Ranks
05. When In Love With A Blind Man
06. Pharaohs
07. Déjà Vu & The Sings Of Science
08. The Marauders
09. Tears Roll Down
10. New Star
11. The Body Wah
12. Lord Of Karma
13. Bloodletting Go
14. Always In The Past
15. Sea Song
16. Ashes To Ashes
17. Empire Building
18. The Way You Are

DOWNLOAD

2001 | SHOUT
The Very Best Of Tears For Fears


01. Mad World
02. Change
03. Pale Shelter
04. The Way You Are
05. Suffer The Children
06. Mothers Talk (US Remix)
07. Shout
08. Everybody Wants To Rule The World
09. Head Over Heels
10. I Believe (A Soulful Re-Recording)
11. Sowing The Seeds Of Love
12. Woman In Chaings
13. Advice For The Young At Heart
14. Laid So Low (Tears Roll Down)
15. Break It Down Again
16. New Star (from The Movie Threesome)
17. Goodnight Song

DOWNLOAD

2001 | THE WORKING HOUR
An Introduction To Tears For Fears


01. Pale Shelter
02. Memories Fade
03. Start Of The Breakdown
04. The Hurting
05. The Marauders
06. The Working Hour
07. Shout (U.S. Remix)
08. Head Over Heels
09. Sowing The Seeds Of Love
10. Standing On The Corner Of The Third World
11. Johnny Panic And The Bible Of Dreams
12. Break It Down Again
13. Elemental
14. Bloodletting Go
15. The Body Wah

DOWNLOAD

2003 | THE ULTIMATE COLLECTION
(Remastered)


CD 1

01. Mad World
02. Change
03. Pale Shelter
04. The Way You Are
05. Mothers Talk
06. Shout
07. Everybody Wants To Rule The World
08. Head Over Heels
09. I Believe
10. Sowing The Seeds Of Love
11. Woman In Chains
12. Advice For The Young At Heart
13. Laid So Low (Tears Roll Down)
14. Break It Down Again
15. Cold

CD 2

01. Start Of The Breakdown
02. Watch Me Bleed
03. The Working Hour
04. Sea Song
05. Badmans Song
06. Year Of The Knife
07. Swords And Knives
08. Famous Last Words
09. Dogs A Best Friends Dog
10. Brian Wilson Said
11. Goodnight Song
12. Ashes To Ashes
13. Bloodletting Go
14. Raoul And The Kings Of Spain
15. Me And My Big Ideas

CD 3

01. Change (Extended Version) (Bonus CD)
02. Pale Shelter (Long Version) (Bonus CD)
03. The Way You Are (Extended) (Bonus CD)
04. Mothers Talk (US Remix) (Bonus CD)
05. Shout (US Remix) (Bonus CD)
06. Calling Out (Bonus CD)
07. Soul On Board (Bonus CD)

DOWNLOAD

2004 | EVERYBODY LOVES A HAPPY ENDING
(2005 Limited Edition)


01. Everybody Loves A Happy Ending
02. Closest Thing To Heaven
03. Call Me Mellow
04. Size Of Sorrow
05. Who Killed Tangerine?
06. Quiet Ones
07. Who You Are
08. The Devil
09. Secret World
10. Killing With Kindness
11. Ladybird
12. Last Days On Earth
13. Pullin' A Cloud [Bonus Track]
14. Out Of Control [Bonus Track]

DOWNLOAD

2006 | SECRET WORLD
(Live In Paris)


01. Secret World
02. Call Me Mellow
03. Sowing The Seeds Of Love
04. Pale Shelter
05. Closest Thing To Heaven
06. Mad World
07. Everybody Wants To Rule The World
08. Head Over Heels
09. Shout
10. Secret World (Radio Edit) (Previously Unreleased)
11. Floating Down The River (Previously Unreleased)
12. What Are We Fighting For? (Previously Unreleased)

DOWNLOAD

2009 | LIVE FROM SANTA BARBARA
(Unofficial Release)


01. I Believe
02. Head Over Heels
03. Woman in Chains
04. Year of the Knife
05. Advice for the Young at Heart
06. Sowing the Seeds of Love
07. Bad Man's Song
08. Famous Last Words
09. When the Saints Go Marching In
10. I've Got to Sing My Song
11. Shout
12. Everybody Wants to Rule the World

DOWNLOAD


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...