terça-feira, 30 de abril de 2019

Nau


O ÁLBUM PERDIDO DO NAU

Em 1988 um grupo paulista entrou em estúdio para gravar a demo de seu segundo álbum para a CBS. O trabalho foi concluído, mas não chegou ao público, foi rescindido o contrato com a gravadora e a banda acabou em 1989. Desde então, não se soube mais onde estava o registro. Essa é a história do novo disco do NAU, reencontrado 30 anos depois por Cilmara Bedaque, lançado agora em todas as plataformas digitais pela Deck.

A banda ganhou rápido reconhecimento tendo à sua frente a cantora e ativista Vange Leonel e ainda é tida como influência. O sucesso de crítica e de público veio com seu primeiro álbum, homônimo, de 1986. Em 1988, Vange, Zique (guitarra), Beto Birger (baixo) e Kuki Stolarski (bateria) registraram o segundo disco, que não foi lançado. A banda acabou no ano seguinte e Vange seguiu sua exitosa carreira solo, incluindo o lançamento do hit “Noite Preta” (1991) que ela assina com Cilmara.

Somente no ano passado, Cilmara, principal letrista do disco e viúva da cantora, encontrou dentro de uma caixa em sua casa o registro perdido de 1988. “A fita estava toda melada e eu não sabia se conseguiria recuperar. Levei então para o Carlinhos Freitas, do Classic Master, que havia trabalhado no primeiro álbum da banda. Ele conseguiu limpar, digitalizar e masterizar a fita para que esse disco chegasse ao público”, conta.

“O Álbum Perdido do NAU” foi gravado por Marcos Mattoli em seu Big Bang Studio (SP) com produção do NAU e Cilmara. Todas as faixas são inéditas, entre elas “Viagem ao Fundo do Mar”, “Me Pega“, Nas Dobras do Universo”, “Blues da Felicidade” e “Séculos & Séculos”.

A capa é uma montagem com fotos, credenciais e ingressos para shows do NAU de trinta anos atrás assinada pelo baixista Beto Birger. O disco não só é uma nova forma de se lembrar do grupo, como também um jeito de ‘conhecê-lo’ novamente.

Texto | 89FM

2018 | O ÁLBUM PERDIDO DO NAU

01. Pequenos Erros
02. Lobo Mau
03. Viagem Ao Fundo Do Mar
04. Cinco Sentidos
05. Nas Dobras Do Universo
06. Amor Em Tempo De Guerra
07. Me Pega
08. Blues Da Felicidade
09. Mistérios
10. Séculos & Séculos
11. O Caminho
12. Tua Fúria

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sábado, 27 de abril de 2019

The Saints


The Saints é uma banda de rock australiana, formada em Brisbane em 1974. É considerada uma das primeiras e mais influentes bandas punk. Em 1975, contemporânea ao Ramones, The Saints tocava com tempos rápidos e guitarras sujas, que caracteriza o punk da década de 70. Com seu primeiro single "(I'm) Stranded", no final de 1976, lançaram gravações antes de bandas mais conhecidas como Sex Pistols e The Clash.

De acordo com Bob Geldof, o Rock dos anos 70 foi transformado por três bandas - Sex Pistols, The Ramones e The Saints.

Texto | Wikipédia

1977 | (I'M) STRANDED

01. (I'M) Stranded
02. One Way Street
03. Wild About You
04. Messin' With The Kid
05. Erotic Neurotic
06. No Time
07. Kissin' Cousins
08. Story Of Love
09. Demolition Girl
10. Nights In Venice
11. Lipstick On Your Collar
12. River Deep Mountain High

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terça-feira, 23 de abril de 2019

Tom-Vinicius-Toquinho-Miúcha


Com o sucesso do disco Miúcha & Antônio Carlos Jobim, lançado no começo de 1977, o dono do Canecão Mário Priolli, convidou Tom Jobim e Miúcha para fazerem um show na casa. Aloysio de Oliveira, convidado para para dirigir o espetáculo, achou estranho, o Canecão sendo tão grande era loucura ser feito o show com apenas os dois, então surgiu a idéia de dividir o palco com Vinicius de Moraes e Toquinho.

Os acompanhado estava o maestro Edson Frederico regendo a orquestra de apoio e o coro formado por Beth e Aninha (filha e futura esposa de Tom, respectivamente), Olívia Hime, Georgina (filha de Vinícius) e Maria do Carmo, Ana de Holanda e Cristina Buarque (as três irmãs Buarque de Hollanda), o show foi preparado em apenas duas semanas.

O show deveria ficar por dois meses no Canecão, mas foi tão bem sucedido que a temporada foi estendida por sete meses. Depois o espetáculo foi levado para Argentina onde ficou por um mês, para São Paulo e pela Europa (Paris, Londres e Itália).

O disco foi gravado no Canecão, sendo registrados os melhores momentos do show.

Texto retiraddo de | Inclinações Musicais

1977 | GRAVADO AO VIVO NO CANECÃO

01. Abertura: Estamos Aí-Dia da Crianção-Tarde em Itapuã-Gente Humilde
02. Carta ao Tom
03. Corcovado
04. Wave
05. Pela Luz dos Olhos Teus
06. Saia do Caminho
07. Samba pra Vinicius - Vai Levando
08. Água de Beber-Garota de Ipanema-Sei lá (A vida Tem Sempre Razão)
09. Minha namorada
10. Chega de saudade

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sábado, 20 de abril de 2019

O Teatro Mágico


O Teatro Mágico (TM) é um grupo musical, político, brasileiro formado em 2003 na cidade de Osasco, São Paulo, criado por Fernando Anitelli. O TM é um projeto que reúne elementos do circo, do teatro, da poesia, da música, da literatura, da política e do cancioneiro popular tornando possível a junção de diferentes segmentos artísticos numa mesma apresentação.

O Teatro Mágico foi criado por Fernando Anitelli, ator, músico e compositor das canções do show. A equipe que o acompanha, foi formada em dezembro de 2003 por amigos e artistas que acreditaram no projeto. Trabalha sem apoio de gravadoras ou campanhas midiáticas, alegando-se independentes. Já participaram de eventos patrocinados pelo poder público, como o Governo Federal e a Prefeitura de São Paulo. Possui três álbuns de estúdio: Entrada para Raros, O Segundo Ato e A Sociedade do Espetáculo.

A filosofia da trupe passa por construir sua participação na formação e diretriz do movimento Músicas Para Baixar(MPB) - comprometido com a defesa do livre compartilhamento de arquivos musicais via internet e flexibilização do direito autoral, que conta com adesão de artistas e músicos preocupados com a questão da censura na web.

Inspiradas nas obras de Hermann Hesse, escritor alemão ganhador do Prêmio Nobel de Literatura que apresentou o conceito de teatro mágico em seu livro O Lobo da Estepe, as composições tratam dos personagens que as pessoas precisam assumir nas diversas situações do cotidiano. As canções vão sendo intercaladas pelo traçado tecnológico de ruídos telefônicos, sinais de rádio e mensagens de voz. Os integrantes da trupe se apresentam maquiados e vestidos de palhaço, que trazem a ideia do "personagem interno" escondido em cada um de nós.

Apesar de envolver várias expressões artísticas, a linguagem musical e cênica é popular e acessível para todo tipo de público, independente de idade e classe social.

Texto | Laert Valois

2003 | ENTRADA PARA RAROS

01. Sintaxe à Vontade
02. A Pedra Mais Alta (Part. de Ivan Parente)
03. Pratododia
04. Ecoando Notas
05. Mais e Menos
06. 22-11
07. Separô
08. Ana e o Mar
09. Carinho de Mãe
10. De Ontem em Diante
11. Realejo (participação de Nô Stopa)
12. O Anjo Mais Velho
13. Sua Pressa e sua Prece
14. Camarada D'Água
15. Zazulejo
16. Uma Parte Que Não Tinha
17. A Fé Solúvel
18. O Tudo é Uma Coisa Só
19. Amém

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2008 | SEGUNDO ATO

01. Amadurecência
02. O Mérito e o Monstro
03. Cidadão de Papelão
04. Pena
05. Opus Erectus
06. Sina Nossa
07. Si Atromiso
08. Criado Mudo
09. Sonho de uma Flauta
10. (!)
11. Eu Não Sou Chico Mas Quero Tentar
12. #@s!?@
13. Alguma Coisa
14. Abaçaiado
15. Xanéu Nº5
16. Os Insetos Interiores
17. A Primeira Semana
18. F. Chopin ( Opus 64, C#m )
19. ...

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2009 | SEGUNDO ATO AO VIVO

01. Amadurecência
02. Cidadão de Papelão
03. Xanéu nº 5
04. Sonho de Uma Flauta
05. Sina Nossa
06. Eu Não Sou Chico Mas Quero Tentar
07. Alguma Coisa
08. Criado-Mudo
09. A Primeira Semana
10. Separô
11. Opus Erectus (Allegro Ma Nem Tanto)
12. Abaçaiado
13. O Mérito e o Monstro
14. …
15. Pena

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2011 | A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO

01. Proscênio
02. Além, Porém aqui
03. Amanhã... Será?
04. Quermesse
05. Da Entrega
06. Transição
07. Eu Não Sei na Verdade Quem Eu Sou
08. Nosso Pequeno Castelo
09. O Novo Testamento
10. Fiz uma Canção pra Ela
11. Felicidade
12. O que Se Perde Enquanto Os Olhos Piscam
13. Tática e Estratégia
14. Folia no Quarto (ft. Nô Stopa)
15. Nas Margens de Mim (ft. Leoni)
16. Você me Bagunça
17. Esse Mundo Não Vale o Mundo
18. Canção da Terra
19. Até Quando

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2013 | RECOMBINANDO ATOS

01. Além, Porém Aqui
02. Amanhã... Será?
03. Pena
04. Transição
05. Esse mundo não vale o mundo
06. Da entrega
07. Todos enquantos
08. Eu não sei na verdade quem eu sou
09. É Ela
10. Camarada d'água
11. Perdoando o Adeus
12. Quando a fé ruge
13. O anjo mais velho

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2014 | GRÃO DO CORPO

01. Além, Porém Aqui
02. Amanhã... Será?
03. Pena
04. Transição
05. Esse mundo não vale o mundo
06. Da entrega
07. Todos enquantos
08. Eu não sei na verdade quem eu sou
09. É Ela
10. Camarada d'água
11. Perdoando o Adeus
12. Quando a fé ruge
13. O anjo mais velho

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2016 | ALLEHOP

01. Um Filme
02. Vim Te Buscar
03. Deixa Ser
04. Foi Assim
05. Quando Se Distrai
06. Tudo o Que Eu Faço para Ser
07. Cada Caso
08. Vereda
09. Refúgio
10. Soprano

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Rock Progressivo Brasileiro


HISTÓRIA

O Rock Progressivo no Brasil começou mais tarde do que na Inglaterra ou na Itália (por exemplo), exatamente porque a influência veio desses países, e obviamente demorou um pouco para chegar em terras Tupiniquins em um tempo onde a informação, literalmente, vinha de barco!

Além disso, a influência que as bandas Brasileiras tinham no início dos anos 70 (assim como em muitos outros países) era completamente diferente de seus pares Europeus. O Prog Brasileiro vem, na maiorias das vezes, pintado com cores acústicas e muitas vezes com uma influência enorme da música Brasileira mais tradicional e regional.

As primeiras bandas brasileiras do gênero começaram a gravar em torno de 1971 e o pico do gênero no país ocorreu entre 1974 e 1975 quando várias bandas lançaram seus melhores discos.

A maioria dos artistas Prog do país, em semelhança com o Prog italiano, não conseguiu carreiras longas e de sucesso, esse reconhecimento geralmente veio décadas depois com a ajuda da internet. Muitas vezes, as bandas lançaram um ou dois discos e se dissolveram logo depois, geralmente por desentendimentos com as suas gravadoras.

Os anos 70 foram sem dúvida o ápice do gênero no país com diversos lançamentos. Ao longo dos anos 80 poucos álbuns de boa qualidade podem ser encontrados, na verdade, no geral, poucos foram os lançamentos Progressivos nessa época. O tão popular estilo europeu chamado de Neo Prog não pegou por aqui. Os anos 80 foram mesmo completamente tomadas pelo Rock Popular que se casou chamar de “BRock”. Somente em meados da década de 90, as bandas começaram a florescer novamente no país. Essas bandas foram especialmente influenciadas pelo retorno do Pink Floyd em 1994 e também pelas bandas de Metal Progressivo.

MÓDULO 1000
1970 | Não Fale Com Paredes |
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O Módulo 1000 foi uma banda formada em 1969 no Rio de Janeiro. Este foi o primeiro disco de Heavy Psych lançado no Brasil e a influência do Rock Progressivo pode ser sentida em diversos momentos. Embora o álbum ainda estivesse embebido em cores Psicodélicas, eles foram muito além da simples “loucura de drogado” do Rock Psicodélico tradicional.

O álbum Não Fale Com Paredes foi lançado pela gravadora Top Tape (mais conhecida por distribuir filmes) e diversas vezes aparece em listas de colecionadores hardcore porque é um ítem muito raro.

Na época, o disco não foi bem recebido por público e crítica, que simplesmente não entendia o que a banda estava fazendo naquele momento, os caras estavam anos luz de tudo o que acontecia no Rock Brasileiro daquele início dos anos 70 e o simples fato da banda ter gravado o disco já é um milagre por si só.

O Módulo 1000 teve uma curta existência e, ainda em 1972, mudou o nome para Love Machine e lançou um single (desta vez em inglês), se dissolvendo logo depois disso.

Em 2013, a banda foi reformada e eles estavam preparando um novo disco (até um single foi lançado no Youtube). Mas depois de todos esses anos o plano do disco novo ainda não saiu do papel, apesar da página oficial da banda no Facebook ser atualizada de vez em quando.

SOM IMAGINÁRIO
1973 | Matança Do Porco |
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O Som Imaginário nasceu para ser o grupo de apoio de Milton Nascimento em 1970. Após a turnê, a banda continuou e começou a gravar seus próprios álbuns.

Os dois primeiros discos (1970 e 1971) tinham um direcionamento mais psicodélico/popular com Zé Rodrix como principal compositor.

Foi apenas em 1973, quando o maestro Wagner Tiso começou a liderar a banda que eles se tornaram, de fato, uma banda Progressiva. E a coroação dessa nova fase foi a obra-prima Matança Do Porco, lançado pela poderosa (na época) gravadora Odeon.

Depois deste clássico o grupo seguiu sendo banda de apoio e chegou a gravar diversos discos de cantores populares, mas como banda autoral, nunca lançou outro disco, infelizmente.

Em 2012, a banda se reuniu em uma série de shows pelo Brasil mas encerrou suas atividades novamente depois disso.

SOM NOSSO DE CADA DIA
1974 | Snegs |
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Muitas vezes chamado de “O ELP Brasileiro” (devido à formação similar sem guitarra), o Som Nosso De Cada Dia foi formado em 1972 em São Paulo e tinha em dua formação Manito (teclados, violino e saxofones), que já era uma lenda no Rock Brasileiro tendo sido membro d’Os Incríveis.

Após 2 anos de reclusão e ensaios, a banda conseguiu um contrato com a Continental e gravou o seu primeiro e clássico álbum Snegs.

A banda fez muitos shows na época do lançamento do disco, entre 1974 e 1975, incluindo a abertura dos shows do Alice Cooper no Brasil.

Naquela época, devido ao sucesso de seus shows, a gravadora queria que a banda abrisse o seu leque sonoro e vendesse mais discos. Em 1975 a Black Music e a Disco Music começavam a se tornar mais e mais populares no Brasil e a Continental estava apostando nesse som. A banda lutou contra essa ideia, mas eles estavam sob contrato e depois de muita discussão e pressão, acabaram cedendo.

Ainda em 1975 o grupo estava trabalhando em uma suíte de 20 minutos chamada “Amazônia” e muitas músicas novas (Progressivas) foram tocadas em seus shows na mesma época (como mostra o disco ao vivo A Procura Da Essência, lançado em 2004 com faixas gravadas entre 1975 e 1976). No fim, toda a discussão com a gravadora desgastou o grupo e o material Prog que vinha sendo apresentado ao vivo seria descartado, por essas e por toda a pressão pra ser um sucesso comercial fizeram Manito deixas a banda no final de 1975.

Somente em 1977 saia o segundo disco do grupo, chamado apenas Som Nosso. Esse disco foi dividido em duas partes: o lado A chamado Sábado, com um som calcado na Black Music e dançante, e o lado B chamado Domingo, voltado para o Rock Progressivo mas sem a profundidade que o estilo pede. Não preciso dizer que Som Nosso não foi bem recebido pelos fãs do Snegs e falhou em conquistar um grande número de fãs novos.

Após o fracasso comercial do segundo disco a banda se desfez e seus membros seguiram seus próprios caminhos (o baixista Pedro Baldanza gravou com diversos artistas populares, incluindo Ney Matogrosso), no entanto houve um retorno em 1993 quando Snegs foi lançado em CD pela primeira vez e até um disco ao vivo foi lançado em 1994.

No final o que fica na história do Prog BR é mesmo Snegs e sua genialidade, sendo um clássico absoluto em se tratando de Prog no Brasil. Disco essencial!

BACAMARTE
1983 | Depois do Fim |
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O Bacamarte foi uma banda formada no final dos anos 70 e que lançou seu único álbum em 1983, numa época em que o Rock Progressivo era não apenas ignorado, mas também desprezado.

Talvez a coisa mais surpreendente sobre Depois Do Fim seja o fato de que o som Neo Prog, tão em voga na época, não está presente por aqui, pelo contrário, o som do Bacamarte ainda estava completamente imerso nos anos 70 e a gravação é cheia de vida sem nenhuma ‘modernidade’ comum à época. Também pudera, o disco na verdade foi gravado em 1978, mas devido à enorme popularidade da Disco Music na época, o líder da banda, Mario Neto, decidiu guardar as fitas e esquecer todo o lance do Rock Progressivo, já que não valia a pena lutar contra a maré em um país como o Brasil.

No entanto, fomos salvos por um amigo de Mario por volta de 1982. Esse amigo ouviu as fitas e convenceu Mario a fazer algo com aquelas gravações de 1978 e ele acabou por aceitar a ideia e o disco foi lançado no ano seguinte, em 1983.

Como a banda que gravou o disco não mais existia, o projeto foi posto de lado, pelo menos até 1999, quando o álbum Sete Cidades foi lançado, embora este álbum seja um trabalho solo de Mario Neto ele trazia o nome Bacamarte na capa do disco, provavelmente pra chamar uma maior atenção, já que apenas Mario Neto da formação original toca no disco.

Desde seu lançamento Depois Do Fim foi elevado à um status mítico, inclusive internacionalmente, e sites como Rate Your Music e ProgArchives tem o disco no top 100 dos discos Progressivos mundiais.

Em setembro de 2012 a banda foi finalmente reunida para um único show que ficou marcado como um ato histórico do Prog Brasileiro.

CÁLIX
2000 | Canções De Beurin |
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Dando um pulo de quase duas década desde Depois Do Fim chegamos a um trabalho independente lendário em terras Brasileiras. Vindo de Minas Gerais o Cálix mostrou toda a natureza folclórica mineira em um disco que beira a perfeição.

O primeiro álbum da banda, Canções De Beurin, é uma mistura sensacional do Rock Progressivo Sinfônico mais tradicional e o Folk Progressivo. Tudo isso regado com o já famoso misticismo Mineiro. O disco foi um verdadeiro sucesso e vendeu 3 mil cópias em 5 meses, sendo que logo depois mais 5 mil cópias foram prensadas e todas vendidas no decorrer do próximo ano, um recorde absoluto para uma banda de Rock Progressivo Independente. Cerca de 10 mil cópias do disco foram vendidas até hoje.

O Cálix ainda gravou um novo álbum 2 anos depois chamado A Roda [2002] e um CD/DVD ao vivo em 2007 e acabou ficando em hiato (pelo menos em termos de disco novo) por 9 anos e só em 2016 saiu o terceiro trabalho de estúdio do grupo mineiro chamado Caminhante.

A banda é uma das mais ativas de sua geração e faz shows frequentemente pelo Brasil.

MUTANTES
1974 | Tudo Foi Feito Pelo Sol |
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Os Mutantes dispensa apresentações já que foi uma banda seminal para o Rock Brasileiro e tem reconhecimento mundial de seus feitos no fim dos anos 60.

O grupo sempre seguiu o caminho da Psicodelia com uma bela pitada de humor em suas letras, as coisas começariam a mudar no início dos anos 70, porém.

Em 1972, a relação entre Arnaldo Baptista (teclados) e Rita Lee (vocais) – casados na época – chegou ao fim, o tópico é complexo e a história nunca foi realmente contada com todos os pingos que os ‘is’ mereciam, mas é fato de que a mudança de som que a banda vinha praticando era um fator decisivo, também, para a derrocada do casamento.

Assim que Rita Lee deixou a banda, o agora quarteto, se enfurnou em um sítio para compor e o resultado foi o magnífico O A E O Z. Na época a gravadora do grupo vetou o disco e o engavetou dizendo que o mesmo não era comercial. Só em 1992 o disco viu a luz do dia, 19 anos depois de sua gravação.

Depois do disco recusado pela gravadora a banda basicamente se desfez: Arnaldo Baptista foi tentar uma carreira solo (e gravou o estupendo Loki, em 1974), o baixista Liminha se enveredou no ramo de produção e o baterista Dinho saiu do ramo musical por muitos anos.

O guitarrista Sergio Dias decidiu então que a história dos Mutantes não estava terminada e chamou um trio de respeito para completar a banda: Túlio Mourão (teclados), Antônio Pedro (baixo) e Rui Motta (bateria). O quarteto então começou a ensaiar o que seria o disco mais Progressivo do grupo, Tudo Foi Feito Pelo Sol, lançado pela Som Livre em 1974.

O disco embarca de carona no som Sinfônico do Yes mas tem pitadas de Hard Rock e traz as letras bicho-grilo, que são a marca de todo som Prog feito nos anos 70 no Brasil.

A banda ainda teve um último disco antes de entrar em estado de hibernação, Ao Vivo de 1976 (que apesar de ter sido gravado ao vivo é composto completamente por material inédito), e se dissolveu em 1978. Como curiosidade, existem muitos bootlegs pela web com um monte de material inédito desse período (1976/1978), que nunca teve chegou a ser gravado em versões de estúdio.

Em 2006 a banda original (sem Rita Lee) fez um retorno triunfante, mas concentrando-se apenas no material Psicodélico (1968/1972). Eles lançaram 2 discos de estúdio e um ao vivo desde então.

Em 2013, o quarteto que gravou Tudo Foi Feito Pelo Sol se reuniu novamente e fez alguns shows especiais pelo Brasil onde eles tocavam o disco na íntegra. Todos os shows estavam lotados, mostrando o quanto esse disco ganhou a devida popularidade e respeito com o passar dos anos!

A BARCA DO SOL
1974 | Pirata |
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A Barca Do Sol era uma banda completamente diferente dentro do cenário Brasileiro. Existiram diversas bandas que baseavamo sem som no Folk (sub-gênero conhecido como Progressive Folk, ou Folk Prog), mas nenhuma banda chegou perto da sofisticação d’A Barca Do Sol com sua mistura entre o erudito e a MPB. O som da banda vinha recheado de flautas, violões, violoncelo e todos os tipos de instrumentos acústicos tradicionais brasileiros possíveis, tais como o cavaquinho e o berimbau, só pra citar alguns.

É fato comum entre os fãs de Rock Progressivo que os dois primeiros discos do grupo são clássicos: o auto-intitulado (de 1974) e, especialmente, Durante O Verão [1976]. Mas na minha opinião o disco que casa perfeitamente o som de câmara com a MPB e Folk é o terceiro e pouco falado Pirata.

Neste álbum toda a musicalidade do grupo vem recheada de ‘brasilidades’ como melodias de flauta ritmadas por berimbau ou o Prog mesclado com cavaquinho e percussão típica de samba. Estranha combinação? Sim! Mas também empolgante, original e necessário!

Após esse terceiro disco o grupo encerrou suas atividades e muitos músicos que fizeram parte da formação da banda (como Jaques Morelenbaum, Nando Carneiro e Ritchie), seguiram carreiras bem sucedidas dentro da música Brasileira.

MARCO ANTONIO ARAÚJO
1984 | Lucas |
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Marco Antonio Araújo era um músico ímpar dentro do cenário Prog tupiniquim. Além de andar na contramão da música popular e fazer Prog no estilo Sinfônico em plena década de 80, MAA (como é popularmente conhecido) também se diferenciava de outros guitarristas pelo fato de tocar única e exclusivamente violão, e violão de cordas de aço ainda por cima, não o famoso ‘violão de nylon’, tão popular na MPB e no Brasil.

MAA começou sua discografia de forma audaciosa quando em 1980 lançou de forma independente o disco Influências. Na verdade, todos os 4 álbums do músico foram lançados de forma independente através da sua própria produtora, a Strawberry Fields.

Tanto em Influências quanto em Quando A Sorte Te Solta Um Cisne Na Noite [1982] é possível notar suas influências e uma clara paixão por Pink Floyd. Já o terceiro disco traz o músico imerson num clima clássico (ele era membro da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais) e junto à um trio grava o disco Entre Um Silêncio E Outro [1983].

Mas é em Lucas (nome do segundo filho de MAA) que esse exímio violonista chega à perfeição sonora. O disco é um exemplo de como fazer Rock Progressivo instrumental sem ser chato e “Lembranças” é a cereja no topo de um bolo mais do que delicioso!

Nascido em Minas Gerais Marco Antonio Araujo morreu aos 36 anos no dia 6 de Janeiro de 1986 devido à um subito e inesperado aneurisma cerebral. MAA morreu em um momento de sua carreira em que ele fazia shows no Brasil todo e a revista Veja lhe premiava como o melhor instrumentista do país. Perda irreparável não somente para o Prog Brasileiro mas para a música nacional num todo.

TREM DO FUTURO
1995 | Trem do Futuro |
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O Trem Do Futuro tem estrada e se não é o nome mais prolífico do Prog Br (e que outra banda é por estas terras?) é definitivamente um nome importante dos anos 90, gravando um disco de maneira independente e com muita dificuldade em pleno início do Plano Real!

O grupo foi formado no Ceará, um estado localizado na região nordeste do Brasil no longínquo ano de 1981. É fato que ser uma banda de Rock Progressivo no nordeste do Brasil não é fácil já que não é a primeira música que pensamos quando ouvimos a frase ‘banda do Ceará’. A região é muito mais conhecida por sua música de raíz e por ritmos populares. Esse fato pesou tanto na história do Trem do Futuro que a banda levou nada mais nada menos que 14 anos para lançar seu primeiro álbum!

O auto-intitulado disco de estreia da banda foi lançado originalmente pelo selo Progressive Rock Worldwide e eu tenho orgulho de dizer que o meu selo, Progshine Records, relançou o disco do grupo pela primeira vez em formato digital. Jabá, eu sei, mas não me envergonho em fazer comercial pois acredito que a banda merece!

É verdade que em qualidade de gravação Trem do Futuro [1995] deixa um pouco a desejar, mas em matéria de composição o disco é de primeira!

O Trem do Futuro ainda lançou 2 outros discos: O Tempo [2007] e Tr3s [2015] e continua na ativa fazendo shows periódicos pela região nordeste do Brasil.

VIOLETA DE OUTONO
2007 | Volume 7 |
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Sim, eu sei o que você está pensando nesse exato momento: “Como assim, não é o primeiro disco da banda que está na lista?” Não meu amigo, não é!

Explico: Concordo que o disco de estreia do grupo paulista, de 1987, é um marco e um clássico do Rock Brasileiro, mas aquele primeiro disco é pura psicodelia, não há nada de Rock Progressivo naquele disco. A verdade é que o Violeta de Outono só se tornou um grupo Progressivo quando da mudança de formação em 2005 e a entrada do baixista Gabriel Costa e principalmente do tecladista Fernando Cardoso. Se antes a banda se embebedava nas cores pintadas por Syd Barret com a entrada dos novos membros eles passaram a beber o chá das 5 da pastoral cidade inglesa de Canterbury e passou a ouvir mais e mais bandas como o Caravan.

Em 2005 a banda lançou o disco Ilhas e esse é o primeiro passo dessa nova fase, mas se nesse disco o resultado é fraco e confuso, no disco seguinte, Volume 7, o grupo se encontrou e gravou o melhor disco deles até o momento!

Vejam bem, desde 2007 o Violeta já lançou outros 2 discos (Espectro [2012] e Spaces [2016]), e todos os dois são absolutamente fantásticos. Mas Volume 7 tem um algo a mais que faz com que o ouvinte seja transportado pra um mundo bem particular, o mundo das Violetas, e vale apena embarcar nessa viagem sóbria!

O TERÇO
1975 | Criaturas da Noite |
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O Terço foi na verdade uma das primeiras bandas brasileiras a tocar Rock progressivo de verdade. A banda gravou o seu primeiro disco, totalmente voltado para a psicodelia e a MPB, em 1970 e o primeiro disco Prog em 1973 onde podemos encontrar a suíte “Amanhecer Total e seus quase 20 minutos.

No entanto não há como negar que o auge Progressivo da banda foi com o seu terceiro disco, Criaturas Da Noite. A mudança de formação e a adição de um tecladista permamente (ninguém menos que Flávio Venturini que depois fundaria o 14 Bis) fez com que o som da banda mudasse, além da influência do Hard Rock agora a banda também entrava de vez no Progressivo Sinfônico.

Após Criaturas Da Noite o grupo continuou gravando até meados de 1983, voltando em 1990 e nunca realmente parou desde então apesar de não lançar um disco com material inédito desde 1998, 20 anos atrás.

TERRENO BALDIO
1975 | Terreno Baldio | DOWNLOAD

O Terreno Baldio foi formado em São Paulo no início dos anos 70 e eles são frequentemente chamados de ‘Gentle Giant brasileiro’ por fazer um Prog inspirado nos Ingleses e por fazer um som que muitas vezes não pode ser classificado.

O grupo gravou apenas dois discos e este primeiro é uma peça rara para colecionadores já que foi lançado por um pequeno selo chamado Pirata em uma tiragem de apenas 3 mil cópias.

Durante 1975/1976 a banda fez uma turnê bem completa tocando em várias cidades pelo Brasil, e em 1976, depois do lançamento do primeiro disco, assinaram com a gravadora Continental que apostava no Rock Progressivo naquele momento.

Quando chegou o momento de gravar um novo disco, a gravadora insistiu para que a banda lançasse um álbum conceitual sobre as lendas brasileiras. O grupo foi relutante à ideia já que eles já tinham material para um segundo disco, mas acreditando que isso compraria a liberdade que precisavam eles aceitaram a empreitada e lançaram o disco Além Das Lendas Brasileiras [1977].

O álbum não teve uma boa aceitação entre os fãs que não conseguiam associar a banda com toda a “brasilidade” no novo álbum e o Terreno Baldio acabou se dissolvendo em 1978.

Em 1993, o grupo se reuniu novamente para reescrever seu primeiro álbum, mas dessa vez com letras em Inglês, novos arranjos e novas faixas para um ‘relançamento’ do primeiro disco em CD. Eles acabaram fazendo alguns shows e se dissolvendo de novo. Entre 2008 e 2009, a banda fez vários shows novamente, um dos quais tive a sorte de ver em São Paulo, mas desde então o Terreno Baldio anda mais vazio do que nunca.

QUATERNA RÉQUIEM
1994 | Quasímodo | DOWNLOAD

O Quaterna Réquiem é uma das bandas mais honestas e fieis ao som que sempre se propôs a fazer: Rock Progressivo Sinfônico. Mesmo que isso tenha feito com que a banda, em seus mais de 30 anos de estrada, tenha gravado apenas 3 discos de estúdio.

Formada em 1986 e capitaneada pela tecladista Elisa Wiermann o grupo gravou seu primeiro disco, Velha Gravura, em 1990 mas na minha opinião foi com o segundo, Quasímoso, que eles tiveram seu momento ao Sol. Apesar de ser um disco extremamente longo (mais de 74 minutos) o disco traz diversos momentos de musicalidade ímpar, incluindo a faixa título, uma suíte de 39 minutos.

O grupo ainda lançou um disco ao vivo em 1999 e o tão aguardado terceiro disco, O Arquiteto, em 2012. Eles continuam na ativa apesar de tocarem pouco nos dias de hoje.

Em tempo, Cláudio Dantas, baterista da banda, retomou um velho projeto chamado Vitral, com quem lançou o disco Entre As Estrelas em Dezembro de 2017.

CARTOON
2002 | Bigorna | DOWNLOAD

O Cartoon, formado em 1995 em Ouro Branco Minas Gerais, é uma daquelas bandas que engrandeceram o Prog nacional no início dos anos 90 e depois jogaram tudo pra cima em busca de uma popularidade que difícilmente vai ser encontrada…

Se no primeiro disco, Martelo [1999], a banda ainda procurava o seu som e uma identidade própria no segundo disco, Bigorna, o grupo encontrou o seu som e ‘quebrou tudo’ com uma Ópera Rock contando a história do Rei Artur de uma forma completamente diferente e bem humorada. ‘A trilogia dos ossinhos do ouvido’ ainda seria fechada por Estribo, em 2008, e apesar deste ser um ótimo disco eu sempre volto para o Bigorna e não poderia não recomendar o disco nesta lista.

Infelizmente desde cerca de 2010 a banda procura pelo sucesso popularesco, chegando inclusive, a participar de um programa no estilo ‘batalha de bandas’. Depois disso a banda lançou o vergonhoso Unbeatable [2013] que já deixava claro que a banda não mais tocava Rock Progressivo.

Em 2017 o Cartoon lançou um novo disco, o acústico V. A banda afirma que não mais quer seguir o caminho Progressivo, mas se em Unbeatable era descarada a busca pelo sucesso comercial (que não veio), em V o grupo fez um disco de respeito.

Vale a pena ouvir os 3 primeiros discos da banda para conhecer o que o Prog Br andava fazendo no início do novo século.

ULTRANOVA
2017 | Orion | DOWNLOAD

O Ultranova é uma banda vinda de Belém, no Pará, longe demais das capitais mas não longe demais da qualidade sonora!

Orion nos mostra que os novos grupos de Rock Progressivo podem ser modernos sem mudarem completamente o estilo e decaírem para o Pop disfarçado como muitas bandas atuais tem feito. O disco também fecha um buraco que o Brasil tinha em relação ao Rock Progressivo, há anos uma banda interessante não aparecia no cenário, pois eis aqui o Ultranova.

Orion é uma ‘espiada’ no que o Rock Progressivo moderno anda fazendo em solo Brasileiro. E como toda boa surpresa, vem de onde se menos espera!

ECLIPSE
2003 | Jumping From Springboards | DOWNLOAD

Quando eu estava organizando essa lista o nome do Eclipse foi um dos primeiros a vir na minha cabeça. Banda fantástica que lançou somente esse disco e que, basicamente, ninguém conhece.

Mas ao mesmo tempo que eu acho que incluir a banda na lista seria justo eu também acho que iria fugir do foco do guia. A intenção era listas de discos que na minha opinião são fundamentais para entender o Prog Br, mas que ao mesmo tempo tem uma certa importância dentro do cenário, o que certamente o Eclipse (infelizmente) não teve. Foi quando eu decidi que deixar o grupo de fora seria um desfavor para com o ouvinte.

A banda carioca gravou esse disco em 2003 para o selo Rock Symphony e basicamente sumiu. O fato de que a banda se chama Eclipse (um nome extremamente comum) também não ajuda em nada já que encontrar informações sobre a ‘banda Eclipse’ leva o internauta a lugar nenhum. Mesmo em 2003 já haviam pelo menos 20 bandas com o mesmo nome.

Deixando isso de lado Jumping From Springboards é um disco absolutamente fantástico com elaboradas melodias, som rebuscado, gravação de primeira e um time de músicos competentíssimos.

Taí uma verdadeira pérola perdida!

Texto | Diego Camargo

domingo, 14 de abril de 2019

Memphis Rockabillies, Hillbillies & Honky Tonkers


ROCK'N ROLL | OS ANOS 50

Em 1945, a partir das alterações que a Segunda Guerra trouxe à cultura norte-americana, surgiram as primeiras casas e estações de rádio especializadas na divulgação da música negra.

Os gêneros blues e country, originários de regiões pobres e caracterizados por letras faladas e ritmos espontâneos, o jazz tocado nas grandes cidades, baseado na improvisação e marcado por bandas maiores e arranjos mais elaborados, com percussão e instrumentos de sopro, e o gospel, desenvolvido nas igrejas evangélicas que, embora obedecendo as escalas do blues, caracterizava-se por ter um ritmo frenético e por vezes sensual.

Da fusão da música negra (blues e gospel) com os ritmos mais dançantes dos brancos (country e jazz) surgiu o rythm and blues, que fez com que a cultura negra ficasse conhecida pela população branca e consumista. Essa foi a época do surgimento e apogeu de nomes como B.B. King, Muddy Waters, Fats Domino e o grupo vocal The Platers, entre outros tantos.

A partir de então, passou a ser fundamental a prática cover, ou seja, a adaptação elaborada por cantores brancos de músicas negras, com alterações nas letras, para que pudessem ser aceitas pelo grande público jovem e branco.

A vendagem de discos de 45 rpm cresceu assustadoramente (já que a juventude teve ampliado seu poder aquisitivo no pós-guerra) e o espaço na radiodifusão foi definitivamente conquistado.

A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita... a explosão era questão de tempo....

Mas quem poderia ser considerado o "Rei do Rock"? É claro que um estilo musical tão complexo e avassalador não poderia ter sua invenção atribuída a apenas uma pessoa ou uma banda.

Há quem diga que o "inventor" foi o compositor, cantor e pianista Little Richard, que, em 1955, incendiou o mundo musical com seu famoso hit "Tutti Frutti". Outros atribuem o surgimento do rock'n'roll ao guitarrista branco Bill Haley, que atingiu o 1º lugar da parada americana, no verão de 1954, com a música "Rock Around the Clock". Ao guitarrista Chuck Berry é também creditada a "invenção" pois foi ele quem personificou a essência do estilo através dos riffs, solos e a inconfundível batida rítmica transformada em sua marca registrada.

Mas foi um disc-jóquei e radialista de Cleveland, Ohio, Allan Freed, quem usou o termo "rock and roll", algo como "deitar e rolar" (uma gíria usada pelos negros americanos quando se referiam ao ato sexual) para denominar o novo estilo musical que surgia criando o programa "Moon Dog Rock and Roll Party" ao mesmo tempo em que promovia festas de dança com o mesmo nome e movidas pelo ritmo que ele havia ajudado a definir e divulgar.

Assim, o termo e o estilo de música "Rock and Roll" se popularizou, e virou uma febre mundial.

E, a partir de então, o universo da música nunca mais seria o mesmo!

Texto | Léo Falabela


2006 | MEMPHIS ROCKABILLIES, HILLBILLIES & HONKY TONKERS
(5 CD's Box Set)


VOLUME 1

01. Leon Starr | Whole Lotta Shakin' Goin' On
02. Pat Ferguson | Fool I Am
03. Larry Mauel | Pin Strpe Suit
04. Eddie Bond | The Monkey & The Baboon
05. Leon Starr | Brown Eyed Handsome Man
06. Jim Morgan | What's Gonna Happen To Me
07. Ronnie Moore | You Have This And More
08. Eddie Bond | Monkey Business
09. Ray Scott | Boy Meets Girl
10. The Four Kings | Rag Mop (Take 2 Master)
11. Doug Stone | She Moved To Kansas City
12. Jim Morgan | Ticket To Nowhere
13. Eddie Bond | Boo Bop Da Caa Caa
14. Bud Deckleman | Barefoot Rock
15. Larry Manuel | Comanche Rock 'n' Roll
16. Leon Starr | My Baby Left Me
17. Jim Morgan | Sittin' In An All Night Cafe
18. Bobby Watkins | I Just Don't Love You
19. Wayne Michael | Belles Of Souther Bell
20. Doug Stone | Brakeman's Blues
21. Ray Scott | Tonight Will Be The Last Time
22. Jim Morgan | Hole In My Pocket
23. Tennessee Rockettes | Polka Dot Cow
24. Eddie Bond | Look Like A Monkey
25. Leon Starr | Back In The Usa
26. Willie Mitchell | Bongo Beat
27. Melvin Endsley | The Blues Don't Mean A Thing
28. Wayne Michael | Wild Woman Tamer
29. Eddie Bond | Can't Win For Losing
30. Bud Deckleman | I'll Be The One
31. The Stompers | Country Shindig
32. Larry Manuel | A Diploma In May & A Wedding Ring In June
33. Adon Jumper | Just A Waste Of Time
34. Eddie Bond | When The Jukebox Plays (Take 1)
35. Tommy Tucker | Sorry About That
36. Larry Manuel | Don't Try To Call Back Tomorrow
37. Adron Jumper | Hello Trouble
38. Tommy Tucker | Everybody's Darlin' Plus Mine

VOLUME 2

01. Hoyt Johnson | Enie Meanie Minie Mo
02. Merdell Floyd | Jukebox Mama
03. Jimmy Evans | The Joint's Really Jumping
04. Ray Scott | Boppin' Wigwam Willie
05. Monarchs IV | Surge
06. Jerry Dion | River Of Love
07. Rex Ellis | Bop Hop Jamboree
08. Retus Blair | Lowdown Feeling
09. Kimball Coburn | Boo|Be|Ah|Bee
10. Hoyt Johnson | Standing In Your Window
11. Eddie Bond | Here Comes The Train
12. Jimmy Roby | Skipping The Strings
13. Harmonica Frank Floyd | Rock A Little Baby
14. Billie High | Wondering If You Still Care
15. Ray Scott | The Train's Done Gone
16. Monarchs Iv | Friday Night
17. Merdell Floyd | Got The Blues From Waiting
18. Lee Carzle | I'm Asking But I M Not Getting
19. Hoyt Johnson | It's A Little More Like Heaven
20. Happ Perry | Got You On My Mind
21. Tex Dixon | Hello Memphis
22. Rex Toran | Memphis Rocking
23. Billy King | Stormy
24. Hoyt Johnson | I Just Can't Learn To Say Goodbye
25. Eddie Bond | Someday I'll Sober Up (Alt)
26. Chuck Raleigh | How Can I Go
27. Jimmy Roby | Roby Ramble
28. Happ Perry | No One But You
29. Carvis Turney | Honky Tonk Ways
30. Walter Dixon | Goodbye She's Gone
31. Monarchs IV | Weekend
32. Eddie Bond | The Way You Shake It
33. Hoyt Johnson | You'll Never Be A Stranger To Me
34. Ray Scott | Just Behind Your Smile
35. Chuck Hensley | Tall Man
36. Rex Ellis | You'll Be The Last To Know
37. Larry Kennon | Monkey Love
38. Len Griffin | Spanish Rock-A-Rolla

VOLUME 3

01. Parker Cunningham | Dry Run
02. Shelby Smith | What's On Your Mind
03. Doug McClure | Rockin' Daddy
04. Virgle Baker | Dissatisfied
05. Jimmy Evans | Dudley Do|Rite
06. Bob Downen | Reaching Out
07. Johnny Seals | My Babe
08. The Four Jacks | Becky Ann
09. Glen A. Linder | I'll Always Care
10. Shelby Smith | Rockin' Mama
11. Eddy Beers | The Open Road
12. Alma Herndon | True Love Where Have You Gone
13. Bobby Davis | Troubles Troubles
14. Shelby Smith | Since My Baby Said Goodbye
15. Doug McClure | I'm A Ramblin' Man
16. Virgle Baker | That's All You Gotta Do
17. Shelby Smith | North To Alaska
18. The Davis Brothers | How Can I Tell Her
19. Eddy Beers | I'm Gonna Be A Wealthy Man
20. Alma Herndon | Oregonian Blues
21. Shelby Smith | Rosalie
22. Jimmy Evans | Call Me Mr. Lonesome
23. Bob Downen | Blue Yodel No.1 (T For Texas)
24. Shelby Smith | Big Boss Man
25. Doug Mcclure | Blue Suede Shoes
26. Eddy Beers | Overdrawn On Heartaches
27. Brenda Kaye Riley | Country Life
28. Jimmy Evans | Give Me One More Chance
29. Johnny Seals | You're The One
30. Eddy Beers | You're Both The Cheating Kind
31. Shelby Smith | Jim Dandy | Handy Man
32. The Davis Brothers | Ain't Gonna Work Tomorrow
33. Shelby Smith | Wake Me Up
34. Brenda Kaye Riley | The Big Hurt

VOLUME 4

01. Jim Shaw | Rockin' Boppin' Teenager
02. Thomas Ingle | Rockin' At The 'y'
03. Eddie Bond | Here Comes The Train
04. Rebel Rousers | Night Surfing
05. Charlie Feathers | Wild Wild Party
06. Lloyd Arnold | School Days
07. The Runabouts | The Prom
08. Rebel Rousers | The Zombie Walks
09. Eddie Bond | Raunchy (Take 3)
10. Lloyd Arnold | Sugaree
11. Doyle Nelson | Sweet Little Girl Of Mine
12. Le Sabres | Rising Mercury Twist
13. Ramon Maupin | Hey Rena
14. Bobby Davis | Run Don't Walk
15. Jim Shaw | Boogie Beat
16. Mel Smith | They Call Me Shadrach
17. Eddie Bond | Tomorrow I'll Be Gone
18. Rebel Rousers | Rockin' On Union
19. Thomas Ingle | I'll Cry Today
20. The Runabouts | Glad We Talked It Over
21. Charlie Feathers | Today And Tomorrow
22. Lloyd Arnold | Little Boy Blue
23. Ramon Maupin | (Maybe) Tomorrow We'll Know
24. Eddie Bond | Someday I'll Sober Up
25. Jim Shaw | Wishing On A Star
26. Doyle Nelson | Make My Dream Come True
27. Le Sabres | Summer Nights
28. Eddie Bond | (Let's) Make The Parting Sweet
29. Lloyd Arnold | Go Go Go
30. Rebel Rousers | Thunder
31. Lloyd Arnold | Tennessee Twist
32. Gail Ayers | Beans And Cornbread
33. Jim Shaw | Walking Dreaming
34. Eddie Bond | Cold Dark Waters
35. Jim Shaw | Rockin' Boppin' Teenager (Demo)
36. Jim Cannon | Highway Fever
37. Lloyd Arnold | I Got The Blues

VOLUME 5

01. Roy Alden | Crazy Memories
02. Jimmy Evans | Pink Cadillac
03. Jay Hadley | Dance Baby Dance
04. Curtis Little | She Won't Let Me Down
05. Marcus Van Story | Get With It
06. Jimmy Evans | What Am I Gonna Do
07. Roy Jones | Your Pilot Light Went Out
08. Jay Hadley | She Knows How To Rock Me
09. Tiny Fuller | Cocklebur
10. Paul Little | Hollywood
11. Jimmy Evans | American Sound Stomp
12. Malcolm Yevington | Goodbye Maie
13. Bill Scott Davis | Moving South
14. Roland Eaton | Don't Call Me, I'll Call You
15. Jimmy Evans | John's Place
16. Thomas Jernigan | Whole Lot Of You On My Mind
17. Jay Hadley | Cotton Land Jump
18. Jimmy Evans | Little Susie
19. Jay Hadley | Country Beat For A Saturday Night
20. Tiny Fuller | Ho Top
21. Malcolm Yevington | Way Down Blues
22. Jimmy Evans | I Hate To Say Goodbye
23. Red Hadley | Rockin' With Red
24. Jimmy Evans | 706 Union Breakown
25. Jay Hadley | Country Shortnin' Bread
26. Tommy Pierce | Part Time Man
27. Jimmy Evans | Johnny B. Goode
28. Tiny Fuller | Myser Train
29. Jim Waldrop | It Don't Hurt Much Anymore
30. Lannie Lee | Coming Home
31. Tommy Pierce | Take Me To Your Leader
32. Gail Ayers | Beans And Cornbread
33. Jim Waldrop | Wino Of The Year
34. Curtis Little | Where Is Linda
35. Jimmy Evans | Pink Cadillac
36. Jimmy Evans | Memphis 1955

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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Gang 90 & Absurdettes


A new-wave caiu de pára-quedas no Brasil no comecinho dos anos 80 quando uma banda batizada de Gang 90 e As Absurdettes participou do festival Festival MPB Shell com a música "Convite ao Prazer". O Brasil descobria então a face colorida e divertida dos novos grupos. Liderados pelo jornalista, poeta e músico Júlio Barroso, o grupo lançou apenas três LPs, sendo apenas o primeiro com seu líder, que morreu de forma estúpida, em 1984, ao cair da janela de um prédio.

Em tempos de ditadura, o humor e a alegria eram artigos raros, embora indispensáveis. E coube ao grupo carioca Gang 90 e As Absurdettes descontrair um pouco o panorama do quase inexistente rock brasileiro. Isso, diga-se de passagem, antes da Blitz assaltar as paradas com sua "batata frita".

O grupo era liderado por Júlio Barroso, uma espécie de faz-tudo em termos cultural: jornalista, DJ, poeta, amante da literatura beatnick. Júlio teve a brilhante idéia de inscrever um grupo pop em um prêmio de MPB, o Festival MPB Shell. Não venceram, mas a performance da banda de "Convite ao Prazer" foi memorável.

A banda já havia feito sua estréia, meses antes, na discoteca a Paulicéia Desvairada, com ótima aceitação. A Gang 90 e As Absurdettes tinham um forte apelo visual, principalmente por causa das presenças das musas May East, Alice Pink Pank e Lonita Renaux.

Júlio Barroso havia tomado contato com a cena new wave quando morou em Nova York, por volta de 1980. O visual alegre, as letras debochadas e descartáveis e o excesso de caras e bocas e coloridos fez a cabeça do leitor apaixonado de Jack Kerouac.

O grupo acabou emplacando o hit "Perdidos na Selva" e acabou sendo convidado para produzir um LP próprio. Com uma penca de amigos participando do projeto - Guilherme Arantes, Wander Taffo, Gigante Brazil - lançaram o histórico disco Essa Tal de Gang 90 e As Absurdettes, um dos mais importantes registros new-wave do Brasil.

capa do disco Essa Tal de Gang 90 e As AbsurdettesO disco trazia 10 faixas, entre elas os sucessos "Nosso Louco Amor" (tema de novela) e "Perdidos Na Selva" e foi um sucesso de vendas. Muita alegria, alto astral, letras inspiradas, que falavam de amor, romance, Jack Kerouac e o que mais passasse pela cabeça de Júlio Barroso.

A banda estava no auge quando aconteceu o inesperado. No dia 6 de junho de 1984, Júlio Barroso cai da janela do prédio onde morava em São Paulo, tendo morte instantânea. As causas jamais ficaram explicadas: alguns falaram em acidente, outros em suicídio.

Taciana Barroso, tecladista da banda, resolve assumir a liderança da banda e partem para um segundo LP, Rosas e Tigres, com várias composições de Júlio Barroso.

O disco até teve uma acolhida simpática da crítica, mas foi um grande fiasco comercial, e deixando a saudade de Barroso ainda maior.

A banda continuou por mais algum tempo com quase nenhum integrante original e lançou mais um disco, em 1987, o fraco Pedra 90.

Apesar de duas canções antigas de Júlio - "Junk Favela" e "Visão Noturna", Taciana assina boa parte das composições, sendo um delas com o marido Edgard Scandurra ("Coração de alguém"), guitarrsta do Ira! Anos depois, o Ira! regravaria o clássico "Telefone", no disco Isso É Amor.

Depois do absoluto fiasco comercial e de crítica, o grupo encerrou as atividades e cada um seguiu sua vida.

Texto | Mofo

1981 | COMPACTO

01. Perdidos na Selva
02. Lilik Lamê

Bonus
03. Será Que o King Kong é Macaca?




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1983 | ESSA TAL DE GANG 90 & ABSURDETTES

01. Nosso Louco Amor
02. Romanticos A Go-Go
03. Telefone
04. Eu Sei, Mas Eu Nao Sei (I Know But I Don't Know)
05. Convite Ao Prazer
06. Dada Globe Orixas (Spaced Out In Paradise)
07. Perdidos Na Selva
08. Noite E Dia
09. Mayacongo
10. Jack Kerouac

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1985 | ROSAS E TIGRES

01. Rosas E Tigres
02. Qualquer Gesto
03. Meu Amor Meu Playboy
04. Balanco Das Horas
05. Ela
06. Novamente Aconteceu
07. Vida Animal
08. Voce Sumiu Tanto Tempo
09. Marginal Conservador
10. Depois Eu Conto
11. Do Fundo Do Coração

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1987 | PEDRA 90

01. Palavras Não Bastam
02. Cara Pálida
03. Sou Da Rua
04. Coração De Alguém
05. Vida Dura
06. Funk Favela
07. Visão Noturna
08. Do Outro Lado Da Rua

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segunda-feira, 8 de abril de 2019

The Summer Of Love | O Verão do Amor

VERÃO DO AMOR

O chamado “Verão do Amor” aconteceu em 1967, num contexto de revolução cultural e de costumes que veio a ser intitulado contracultura, mudança radical de comportamento de origem na juventude que surgia naquela época, e que terá logo os seus reflexos na arte, sobretudo na música, mais especificamente no rock. Este Verão do Amor tem a sua origem numa passeata pela paz no dia 18 de abril de 1967, em Nova York, num movimento que envolvia o protesto contra a Guerra do Vietnã, formando um grupo composto de intelectuais, músicos, uma parte da classe média, e os hippies.

No meio disso, o movimento de contracultura que surgia migrava para a Califórnia, mais especificamente no distrito de Haight-Ashbury, em San Francisco, que será o epicentro do movimento hippie e do rock psicodélico, distrito no qual nasce uma nova cultura de muita música, consumo de drogas para a expansão da mente, esoterismo oriental, filosofia comunitária, ideal de liberação e liberdade, e a prática do amor livre. Eram pessoas que “fariam amor, não guerra”. E a parte crítica do movimento ia em direção de afirmações contra o racismo, contra a destruição do meio ambiente, contra a guerra e a violência, num mantra de paz e amor, e contra a cultura consumista capitalista.

Todo este movimento tinha os seus gurus, que podiam ser, por exemplo, o professor universitário e pesquisador de drogas sintéticas, como o LSD, Thimothy Leary, e o poeta beat e ativista Allen Ginsberg, prenunciando uma nova era de uma cultura de amor e de paz, utópica, feliz e hedonista.

Um dos começos do movimento de liberação dos costumes foi em janeiro de 1967, quando se deu a reunião ‘World’s First Human Be-In’ no Golden Gate Park, em San Francisco, que tinha milhares de jovens que cantavam e dançavam, cobertos de flores, colares e pulseiras de contas. E então San Francisco recebe logo 100 mil hippies no verão de 1967, que foi logo chamado de “Summer of Love” (Verão do Amor), e que virou na verdade uma reunião de 200 mil pessoas, todos no distrito de Haight-Ashbury.

Na música, que era uma das atividades principais que nutria este movimento, temos a composição “San Francisco”, que tinha um verso que dizia “Be Sure to Wear Flowers in Your Hair”, e que foi lançada em junho de 1967 como uma forma de promoção do Festival Pop de Monterey, música que virou um hino deste verão, composta pelo membro da banda ‘Mamas and The Papas’, John Philips, e que foi cantada por Scott Mackenzie.

O Festival Pop de Monterey foi então realizado na Califórnia em julho de 1967, e no qual figuravam músicos ou bandas como Jimi Hendrix, Ravi Shankar, Janis Joplin - ainda com os Big Brother and the Holding Company -, Otis Redding, os Mamas and Papas, The Who, dentre outros. E um dos acontecimentos marcantes do festival, que tem um registro em vídeo bem conhecido, foi quando Jimi Hendrix incendiou a sua guitarra.


OS HIPPIES

Os Hippies formavam a contracultura, isto junto com o Movimento dos Direitos Civis e a Nova Esquerda, sendo o termo “Hippies” publicado pela primeira vez no artigo “A New Haven For Beatniks”, de 5 de setembro de 1965, no qual o jornalista Michael Fallon em San Francisco se refere com a palavra aos beatniks da nova geração que tinham se mudado de North Beach para o distrito de Haight-Ashbury, sendo o termo massificado apenas em 1967, quando se dá o seu maior fenômeno, que é o Verão do Amor.

Um movimento de afirmação de novos valores revolucionários, sobretudo nos costumes e comportamentos, numa educação liberal ou liberada, crítica do status quo, este que tinha como principal bastião o consumo e seu estilo de vida pré-determinado, movimento hippie que se afirma como um novo tipo de utopia, de filhos egressos da classe média americana tradicional, com uma mistura de maconha, LSD, esoterismo oriental, liberação sexual, expansão da mente, vida comunitária, e claro, paz e amor. Tendo na música um movimento de rock psicodélico, que também tinha a fusão de elementos do folk e do blues.

Aparece então a figura vestida com calças boca de sino, com cabelos e barbas compridos, a imagem da contracultura, com o predomínio do rock, numa luta civil contra todo tipo de opressão, contra a guerra, uma cultura pacifista e muito utópica, em San Francisco, se expandindo para outras cidades dos Estados Unidos, indo parar na Europa, influenciando também a Primavera de Praga, movimento nascente que foi do distrito de Haight-Ashbury, um lugar que passou a viver as cores psicodélicas, o desbunde de incenso, orientalismos e a droga símbolo do movimento hippie e da contracultura, que foi o LSD (dietilamida do ácido lisérgico). E o modo de vida que era a vida em comunidade, um estilo alternativo de um mundo novo. Tudo isso dando origem à psicodelia, fundamento psíquico que nutria a liberação hippie.

O que representava o movimento hippie como tal era a utopia, e esta não se associava, na sua fundação essencialmente comunitária, com a antiga cidade-estado grega ou aquela descrita por Platão na República, e nem se filiava à imaginária concepção da Utopia de Thomas More, tem mais um pé na Arcádia, de uma vida pastoril, romantizada, numa comunhão com a natureza, e que poderia virar um pequenino país paralelo aonde todos os desejos eram realizados, nada mais utópico e revolucionário.

Texto | Gustavo Bastos

1987 | THE SUMMER OF LOVE

Volume 1 | TUNE IN
Good Time & Love Vibrations


01. Scott McKenzie | San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)
02. Friend & Lover | Reach Out of the Darkness
03. The Youngbloods | Get Together
04. Marcia Strassman | The Flower Children
05. The Troggs | Love Is All Around
06. The Young Rascals | Groovin'
07. The Cowsills | The Rain, the Park & Other Things
08. The 5th Dimension | Up, Up and Away
09. The Association | Windy
10. Spanky & Our Gang | Lazy Day
11. Harpers Bizarre | The 59th Street Bridge Song (Feelin' Groovy)
12. The Love Generation | Groovy Summertime
13. The Parade | Sunshine Girl
14. The Box Tops | Neon Rainbow
15. The Hollies | King Midas in Reverse
16. Eric Burdon & the Animals | San Franciscan Nights

Volume 2 | TURN ON
Mind Expansion & Signs of the Times


01. The Electric Prunes | I Had Too Much to Dream (Last Night)
02. Strawberry Alarm Clock | Incense and Peppermints
03. The Chocolate Watchband | Are You Gonna Be There (At the Love|In)
04. Donovan | Epistle to Dippy
05. The Byrds | Renaissance Fair
06. Boyce & Hart | Love Every Day
07. Sonny & Cher | The Beat Goes On
08. Hombres | Let It Out (Let It All Hang Out)
09. The Mamas & the Papas | Twelve|Thirty (Young Girls Are Coming to the Canyon)
10. Sunshine Company | Back on the Street Again
11. The Grass Roots | Let's Live for Today
12. Rainy Daze | That Acapulco Gold
13. Peanut Butter Conspiracy | It's a Happening Thing
14. Sagittarius | My World Fell Down
15. The Lovin' Spoonful | Six O'Clock
16. Procol Harum | A Whiter Shade of Pale

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1999 | WOODSTOCK GENERATION

CD 1

01. The Flowerpot Men | Let's Go To San Francisco
02. The Foundations | Baby Now That I've Found You
03. The Marmalade | Reflections Of My Life
04. Gary Puckett And The Union Gap | Lady Will Power
05. Bob & Earl | Harlem Shuffle
06. Ike & Tina Turner | Proud Mary
07. The Small Faces | Itchycoo Park
08. The Jimi Hendrix Experience | Purple Haze
09. Kenny Rogers | Ruby Don't Take Your Love To Town
10. The Yardbirds Featuring Eric Clapton | Good Morning LIttle Schoolgirl
11. James Brown | Give It Up, Turn It Loose
12. Santana | Persuasion
13. Tony Joe White | Roosevelt And Ira Lee
14. Vanity Fare | Hitchin' A Ride
15. Jefferson Airplane | Won't You Try/Saturday Afternoon

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CD 2

01. Van Morrison | Brown Eyed Girl
02. B.J. Thomas | Hooked On A Feeling
03. The Mamas & The Papas | Dream A Little Dream Of Me
04. Mungo Jerry | Alright, Alright, Alright
05. Aaron Neville | Tell It Like It Is
06. Jeff Christie | Yellow River
07. Tommy James | Sweet Cherry Wine
08. The Equals | Baby Come Back
09. The Bar- Kays | Soul Finger
10. New Vaudeville Band | Winchester Cathedral
11. Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich | The Legend Of Xanadu
12. Johnny Winter | Parchman Farm
13. Carl Wayne | BLackberry Way
14. Janis Joplin With The Grateful Dead | Turn On Your Love Light
15. Herman's Hermits | Something Is Happening

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CD 3

01. The Nice | Hang On The A Dream
02. Gary Puckett And The Union Gap | Young Girl
03. Amen Corner | If Paradise Is Half As Nice
04. Melanie & The Edwin Hawkins Singers | Lay Down (Candles In The Rain)
05. Jefferson Airplane | White Rabbit
06. Tony Joe White | Polk Salad Annie
07. Sam & Dave | Soul Sister, Brown Sugar
08. B.J. Thomas | Raindrops Keep Falling On My Head
09. The Bee Gees | Spicks & Specks
10. The Tremeloes | Call Me Number One
11. Paul Revere | Let Me
12. Michel Legrand | The Windmills Of Your Mind
13. The Boxtops | Soul Deep
14. Jay Black Formerly Of Jay & The Americans | This Magic Moment
15. Sly & The Family Stone | Life Of Fortune And Fame

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CD 4

01. The Flowerpot Men | Walk In The Sky
02. American Breed | Bend Me,Shape Me
03. The Dixie Cups | Chapel Of Love
04. Tommy Roe | Dizzy
05. Chris Farlowe | Out Of Time
06. Ben E. King | I Who Have Nothing
07. Herman's Hermits | THere's A Kind Of Hush
08. Tommy James | Crimson And Clover
09. Melanie | Beautiful People
10. Jose Feliciano | LIght My Fire
11. Classics IV Featuring Dennis Yost | Traces
12. Canned Heat | Let's Work Together
13. Johnny Winter | Avocado Green
14. Jerry Butler | Only The Strong Survive
15. Humble Pie | The Sad Bag Of Shaky Jake

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CD 5

01. The Temptations | Papa Was A Rolling Stone
02. The Foundations | Build Me Up, Buttercup
03. Joe South | Games People Play
04. Mungo Jerry | In The Summertime
05. P.P. Arnold | The First Cut Is The Deepest
06. Jefferson Airplane | Somebody To Love
07. Nina Simone | Ain't Got No/I Got Life
08. The Small Faces | If I Were A Carpenter
09. Jimi Hendrix | Voodoo Chile(Slight Return)
10. Canned Heat | Going Up The Country
11. Glen Campbell | Wichita Lineman
12. Jeannie C. Riley | Harper Valley PTA
13. The Ventures | Hawaii- Five-O
14. Roy Clark | Yesterday When I Was Young
15. Rod Stewart | (Just A) Little Misunderstood

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2016 | 100 HITS PEACE & LOVE
100 Psychedelic Sounds


CD 1

01. The 5Th Dimension | Aquarius / Let The Sunshine In (The Flesh Failures)
02. Big Brother & The Holding Company | Summertime
03. Jefferson Airplane | White Rabbit
04. Fleetwood Mac | Black Magic Woman
05. Scott Mckenzie | San Francisco (Be Sure To Wear Flowers In Your Hair)
06. The Byrds | Turn! Turn! Turn! (To Everything There Is A Season)
07. Nina Simone | Ain't Got No / I Got Life (From ""Hair"")
08. Lou Reed | Wild Child
09. Sagittarius | My World Fell Down
10. The End | Loving, Sacred Loving
11. The Yardbirds | Happening Ten Years Time Ago
12. Paul Revere & The Raiders | Steppin' Out
13. The Mccoys | Fever
14. Billy Joe Royal | Hush
15. Grapefruit | Dear Delilah
16. The Cyrkle | Turn Down Day
17. The Creation | Tom Tom
18. Jim Croce | Sun Come Up
19. Johnny Cash | It Ain't Me Babe
20. Jos? Feliciano | Hey Jude

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CD 2

21. Big Brother & The Holding Company | Piece Of My Heart
22. Jefferson Airplane | Volunteers
23. Captain Beefheart & The Magic Band | Sure 'Nuff 'N' Yes, I Do
24. Santana | Soul Sacrifice
25. Chicken Shack | Weekend Love
26. Electric Flag | Sunny
27. Taj Mahal | Leaving Trunk
28. Lou Reed | Ride Into The Sun
29. Stone Country | Magnolias
30. The Guess Who | American Woman
31. Gun | Race With The Devil
32. Crazy Elephant | Gimme Gimme Good Lovin'
33. The Sir Douglas Quintet | She Digs My Love
34. Freda Payne | Bring The Boys Home
35. The Chambers Brothers | Time Has Come Today
36. The Lovin' Spoonful | Summer In The City
37. Melanie | Beautiful People
38. Keith Relf | Mr. Zero
39. Al Kooper; Mike Bloomfield | Albert's Shuffle
40. Zager & Evans | In The Year 2525

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CD 3

41. The Box Tops | Letter
42. The Yardbirds | Over, Under, Sideways, Down
43. Paul Revere & The Raiders | Kicks
44. The Syndicate Of Sound | Little Girl
45. The Remains | Don't Look Back
46. The Groop | Woman You're Breaking Me
47. The Sir Douglas Quintet | She's About A Mover
48. Flamin Groovies | Rockin' Pneumonia And The Boogie Woogie Flu
49. Ruth Copeland | Hare Krishna
50. The Creation | Painter Man
51. Spirit | I Got A Line On You
52. Captain Beefheart & The Magic Band | Zig Zag Wanderer
53. Gun | Head In The Clouds
54. Grapefruit | Deep Water
55. Love Affair | Rainbow Valley
56. The Lemon Pipers | Rice Is Nice
57. The Rainbows | Balla Balla
58. The Spotnicks | Havah Nagila
59. The Cyrkle | Don't Cry, No Fears, No Tears Comin' Your Way
60. Ravi Shankar | Village Dance

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CD 4

61. Nina Simone | To Love Somebody
62. Honey Cone | Aquarius
63. Janis Joplin | Me And Bobby Mcgee
64. Blood, Sweat & Tears | You've Made Me So Very Happy
65. The Sir Douglas Quintet | The Rains Came
66. The Searchers | Don't Throw Your Love Away
67. The Box Tops | Cry Like A Baby
68. The Remains | Ain't That Her
69. The Guess Who | Laughing
70. The Rokes | I Would Give The World
71. The End | Shades Of Orange
72. Chicken Shack | I'd Rather Go Blind
73. Reparata & The Delrons | Captain Of Your Ship
74. The Peddlers | Girlie
75. Gary Puckett & The Union Gap | Young Girl
76. Route 17 | Going To Bethel
77. Merrilee Rush & The Turnabouts | Angel Of The Morning
78. Melanie | Ruby Tuesday
79. Lou Christie | She Sold Me Magic
80. The Strangeloves | I Want Candy

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CD 5

81. Harry Nilsson | Everybody's Talkin'
82. Tim Hardin | Simple Song Of Freedom
83. Fleetwood Mac | Need Your Love So Bad
84. José Feliciano | Light My Fire
85. Santana | She's Not There
86. The Byrds | Mr. Tambourine Man
87. The Lovin' Spoonful | Daydream
88. Jim Croce | Time In A Bottle
89. The Youngbloods | Quicksand
90. New Riders Of The Purple Sage | Garden Of Eden
91. Terry Jacks | Seasons In The Sun
92. Bobby Darin | If I Were A Carpenter
93. Scott Mckenzie | Like An Old Time Movie
94. Kris Kristofferson | Sunday Morning Comin' Down
95. The Youngbloods | Get Together
96. The Creation | Making Time
97. Stone Country | Love Psalm
98. The Lemon Pipers | Green Tambourine
99. The Rokes | When The Wind Arises
100. Sagittarius | Glass

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