quinta-feira, 30 de julho de 2020

Nirvana (UK)


Nirvana é uma banda britânica de rock psicodélico, formada em 1965, não alcançou o sucesso comercial de boa parte das bandas conhecidas do Reino Unido, e é conhecida pela sua sonoridade refinada.

Embora, nos anos 90, uma famosa banda de Seattle, EUA, usasse o mesmo nome, houve um acordo com os membros da banda britânica e chegou-se a haver uma intenção do grupo britânico gravar covers da banda estadunidense.

O projeto que foi cancelado devido à morte de Kurt Cobain.

Texto | Wikipédia

2018 | RAINBOW CHASER
The 60's Recordings (The Island Years)


DISC 1

The Story Of Simon Simopath
01. Wings Of Love
02. Lonely Boy
03. We Can Help You
04. Satellite Jockey
05. In The Courtyard Of The Stars
06. You Are Just The One
07. Pentecost Hotel
08. I Never Had A Love Like This Before
09. Take This Hand
10. 1999
'B' Sides
11. I Believe In Magic
12. Feelin' Shattered
13. Flashbulb
14. C Side In Ocho Rios
15. Requiem To John Coltrane
16. Lonely Boy (Instrumental Version)
17. I Never Had A Love Like This Before (Instrumental Version)
18. Tiny Goddess (1967 Version)
19. Life Ain't Easy (Mono)
20. Goodbye Baby Bunting
21. Omnibus
22. Oscar (Oh! What A Performance) (Long Version #1)
23. Oscar (Oh! What A Performance) (Long Version #2) [feat. Spooky Tooth]
24. Goodbye Baby Bunting (Demo)
25. City Of The South (Instrumental Version)
26. Trapeze (Demo)
27. Darling Darlane (Long Version - Take 3)


DISC 2

All of Us
01. Rainbow Chaser
02. Tiny Goddess
03. The Touchables (All Of Us)
04. Melanie Blue
05. Trapeze
06. The Show Must Go On
07. Girl In The Park
08. Miami Masquerade
09. Frankie The Great
10. You Can Try It
11. Everybody Loves The Clown
12. St John's Wood Affair
'B' Sides
13. Oh! What A Performance
14. Darling Darlane
15. Rainbow Chaser (Alternate Version)
16. The Touchables (All Of Us) (Instrumental Version)
17. The Show Must Go On (Bouzouki Version)
18. Frankie The Greqat (Alternative Version Take 6)
19. You Can Try It (Alternative Take)
20. Everybody Loves The Clown (Alternative Take)
21. The Touchables (All Of Us) (Female Vocal Version)
22. Excerpt From "The Blind & The Beautiful" (Alternative Take)
23. Black Flower (Alternative Take)
24. Love Suite (Instrumental Version)
25. Melanie Blue (2017 Version)

DOWNLOAD

sábado, 25 de julho de 2020

Yusef Lateef


Yusef Lateef (1920-2013) é autor de muitos discos, e se destaca pela integração de elementos da música oriental em seu jazz (ele foi um dos primeiros músicos a integrar a música mundial no jazz) e pelo fato de ser capaz de tocar vários instrumentos de sopro: além do saxofone, ele usava notavelmente diferentes flautas, o oboé, o fagote e outros instrumentos originários da Ásia e da África, como shenai, xun, koto e arghoul.

Em sua discografia muito heterogênea, você terá que escolher um álbum que seja representativo do músico, sem desestabilizar você demais.
Vamos tentar ver o álbum "Detroit de Yusef Lateef: Latitude 42-30 Longitude 83", lançado em 1969 no selo "Atlantic".

Este álbum também permite que você caminhe na atmosfera, no cheiro e nas vistas da cidade de Detroit, florescendo no final dos anos 60. Essa mistura de músicos de uma corrente de funk com inspiração africana dá uma fusão interessante Não esqueça que estamos aqui em 1969 ...

Texto | All Kind Of Jazz

1969 | DETROIT
Latitude 42-30 Longitude 83"


01. Bishop School
02. Livingston Playground
03. Eastern Market
04. Belle Isle
05. Russell And Eliot
06. Raymond Winchester
07. Woodward Avenue
08. That Lucky Old Sun

DOWNLOAD

segunda-feira, 20 de julho de 2020

The Jolly Boys


The Jolly Boys é um renomado grupo de mento/calypso da Jamaica, ritmos afro-caribenhos que deram origem a um dos principais gêneros musicais que conhecemos: o reggae. Ao som de muita percussão, uma guitarra rítmica e um baixo de forte expressão, os músicos de mento têm grande proximidade com as origens africanas e agitam as pistas com suas canções dançantes, folclóricas e envolventes.

Em Great Expectation, não há nada desse simbolismo regional que caracteriza o gênero. Resumindo em um parágrafo, o álbum é um convite ao ritmo jamaicano com remakes de canções universais, clássicos do rock e R&B que embelezam nossos ouvidos até hoje.

Clássicos do pop e rock em mento e calypso

E o melhor é que, mesmo no alto dos seus 71 anos, o vocalista Albert Minott consegue interpretar canções de peso como “Riders On The Storm” (The Doors), “I Fought The Law” (The Clash) e “You Can’t Always Get What You Want” (The Rolling Stones) de forma esplêndida, esbanjando suíngue com seu vocal grave.

Os velhos garotos do The Jolly Boys captam a essência particular de cada canção de forma que chega a impressionar. “Do It Again”, de Steely Dan, é encorpada com o vocal de presença de Minott, além da sincronia entre a percussão, o banjo e a guitarra acústica.

A conhecida “Hanging On The Telephone”, do Blondie, ganha uma versão mais dançante ainda, que empolga qualquer ouvinte que gosta de elementos regionais.

A excelente produção do álbum recebe a assinatura de Jon Baker e Dale Virgo, ambos da Geejam Studios. E aqui, é importante lembrar: as temáticas de músicas mento sempre foram associadas às tragédias, consumo exagerado de drogas, aventuras despudoradas… Nada mais adequado do que juntar todas essas faixas universalmente conhecidas para introduzir os mais novatos à sonoridade do grupo.

“Perfect Day” (Lou Reed) é ambientado com um clima nostálgico e é uma das interpretações de mais destaque do disco. O clássico dos Stones “You Can’t Always Get What You Want” celebra em clima de festa coletiva o otimismo de uma das melhores canções do fim dos anos 1960.

Duas canções de Iggy Pop também recebem um tratamento mais afro, com os instrumentos pulsantes como se escorressem mel de cada dedilhada do banjo e da guitarra. “The Passenger”, faixa que abre o disco, ganha um dos melhores remakes já registrados, enquanto “Nightclubbing” é desvendada de forma lisonjeira, talvez perdendo um pouco do toque sombrio que o Iguana fez questão de realçar no álbum The Idiot (1977).

E, já que se fala de excessos, a canção “Rehab” (Amy Winehouse) não podia estar de fora. Minott cantando só comprova como a loucura não tem idade. Ela está intrínseca a cada ser, de uma garota rebelada que está no alto de sua vida autodestrutiva aos 27 anos até um vocalista de grupo de mento que tenta conquistar o grande público regravando clássicos impagáveis.

Texto | Tiago Ferreira

2010 | GREAT EXPECTATION
(Featuring Albert Minott)


01. The Passenger
02. Perfect Day
03. Rehab
04. Nightclubbing
05. Hanging on the Telephone
06. Do It Again
07. Riders on the Storm
08. Golden Brown
09. I Fought the Law
10. Ring of Fire
11. Blue Monday
12. You Can't Always Get What You Want

DOWNLOAD

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Tim Buckley


Timothy Charles Buckley (Tim Buckley) continua sendo um enigma mais de um quarto de século após a sua morte,em 1975. Um músico capaz de compor uma melodia inolvidável literalmente à mesa do café da manhã, capaz de esticar a voz dos graves mais soturnos aos agudos mais excruciantes (sem cair no falsete). Além disso, o que ele fez, em sua carreira discográfica de pouco mais de oito anos, foi "rock" mas foi "folk", "jazz" e "soul". Para aumentar o fascínio mórbido em torno do sobrenome Buckley, Tim ainda teve um filho músico, Jeff,também excelente musico (com uma voz maravilhosa e angelical) fruto indesejado de seu casamento com a pianista Mary Guibert, também morto estupidamente, afogado nas águas barrentas do Rio Mississippi em 1997, quando tinha 30 anos.

Tim Buckley tem sido alvo de interesse renovado conforme continua a desafiar os ouvintes com um "decifra-me ou te devoro" comparável aos de Nick Drake, cantor e compositor com quem guarda algumas notáveis semelhanças. Sendo a principal, à parte as mortes precoces, a capacidade de passar da ternura à raiva num verso.

Tim Buckley estreou em gravações em 1966, após ser visto pelo empresário de Frank Zappa durante uma apresentação em Los Angeles. O álbum, que levava seu nome refletia claramente uma influência do folk, em especial de Bob Dylan; sua voz chamava a atenção pelos agudos, que o aproximavam de um cantor de coral.

"Goodbye and Hello", do ano seguinte, é talvez seu trabalho mais conhecido, no qual o acompanhamento de banda é substituído por intrincados arranjos de cordas e metais, e as letras tornam-se mais ambiciosas.

Em seu terceiro álbum, o mais conceituado pela crítica, Tim flerta com o cool jazz de Miles Davis e abaixa seu tom de voz; esta aproximação com o jazz pontuaria também seus álbuns seguintes.

Um dos traços típicos dele era pular de estilo de LP para LP, o que intrigava seus fãs e enlouquecia qualquer gravadora. Assim, se no começo da carreira ("Wings", música de 1966) Buckley empostava a voz como um menestrel medieval, inclusive caprichando no sotaque inglês para soar mais convincente. No final ("Make It Right" de 1972) ele mandava ver em funks lúbricos, gemendo sacanagens S&M. Não era para ser o mesmo cantor mas era.

Sua obra-símbolo "Song to The Siren" (Canto para a sereia), é um bom exemplo. É a tal melodia composta por Buckley à mesa do café, diante dos olhos de Beckett, em 1967. O letrista fora à casa do cantor apresentar um poema inspirado na "Odisséia", de Homero. O outro leu a letra, fez uma pausa, pegou o violão de 12 cordas e criou a música no ato, quase do modo como ela seria registrada no LP "Starsailor", de 1970. A primeira versão lançada em disco foi na voz de... Pat Boone. Um ano antes. O episódio está descrito no encarte do álbum. "Havia três ou quatro de nós em torno da mesa, completamente surpresos que algo tão lindo pudesse estar nascendo conosco ali", declarou Beckett a Barry Alfonso.

Seus últimos álbuns mostram uma reaproximação com o pop e passaram, como grande parte de sua carreira, despercebidos pela mídia.

Tim Buckley morreu em 29 de junho de 1975, vítima de uma overdose de heroina e morfina. Um grande cantor,letrista e violinista, que merece ser sempre lembrado. Sua música jamais será esquecida.

Texto | Dérik Granziera

1966 | TIM BUCKLEY

01. I Can't See You
02. Wings
03. Song Of Teh Magician
04. Strange Street Affair Under Blue
05. Valentine Melody
06. Aren't You The Girl
07. Song Slowly Song
08. It Happens Every Time
09. Song For Janie
10. Grief In My Soul
11. She Is
12. Understand Your Man

DOWNLOAD

1967 | GOODBYE AND HELLO

01. No Man Can Find The War
02. Carnival Song
03. Pleasant Street
04. Hallucinations
05. I Never Asked To Be Your Mountain
06. Once I Was
07. Phantasmagoria In Two
08. Knight-Errant
09. Goodbye And Hello
10. Morning Glory

DOWNLOAD

1967 | LIVE AT THE FOLKLORE CENTER (2009)

01. Song For Jainie
02. I Never Asked To Be Your Mountain
03. Wings
04. Phantasmagoria In Two
05. Just Please Leave Me
06. Dolphins
07. I Can’t See You
08. Troubadour
09. Aren’t You The Girl
10. What Do You Do (He Never Saw You)
11. No Man Can Find The War
12. Carnival Song
13. Cripples Cry
14. If The Rain Comes
15. Country Boy
16. I Can’t Leave You Loving Me

DOWNLOAD

1968 | DREAM LETTER: LIVE IN LONDON (1990)

CD 1

01. Introduction
02. Buzzin' Fly
03. Phantasmagoria in Two
04. Morning Glory
05. Dolphins
06. I've Been Out Walking
07. The Earth Is Broken
08. Who Do You Love
09. Pleasant Street/You Keep Me Hanging On

CD 2

01. Love from Room 109/Strange Feelin'
02. Carnival Song/Hi Lily, Hi Lo
03. Hallucinations
04. Troubadour
05. Dream Letter/Happy Time
06. Wayfaring Stranger/You Got Me Runnin'
07. Once I Was

DOWNLOAD

1968 | THE PEEL SESSIONS (1991)

01. Morning Glory
02. Coming Home
03. Sing A Song For You
04. Hallucinations/Troubadour
05. Once I Was
06. Happy Time
07. Love From Room 109
08. Sing A Song For You
09. Troubadour
10. The Train
11. Morning Glory

DOWNLOAD

1969 | BLUE AFTERNOON

01. Happy Time
02. Chase the Blues Away
03. I Must Have Been Blind
04. The River
05. So Lonely
06. Cafe
07. Blue Melody
08. The Train

DOWNLOAD

1969 | HAPPY SAD

01. Strange Feelin'
02. Buzzin' Fly
03. Love from Room 109 at the Islander (On Pacific Coast Highway)
04. Dream Letter
05. Gypsy Woman
06. Sing a Song for You



DOWNLOAD

1969 | LIVE AT THE TROUBADOUR (1994)

01. Strange Feelin'
02. Venice Mating Call
03. I Don't Need It To Rain
04. I Had A Talk With My Woman
05. Gypsy Woman
06. Blue Melody
07. Chase The Blues Away
08. Drifting
09. Nobody Walkin'

DOWNLOAD

1970 | LORCA

01. Lorca
02. Anonymous Proposition
03. I Had a Talk with my Woman
04. Driftin'
05. Nobody Walkin'




DOWNLOAD

1970 | STARSAILOR

01. Come Here Woman
02. I Woke Up
03. Monterey
04. Moulin Rouge
05. Song to the Siren
06. Jungle Fire
07. Star Sailor
08. The Healing Festival
09. Down by the Borderline

DOWNLOAD

1972 | GREETINGS FROM L.A.

01. Move with Me
02. Get on Top
03. Sweet Surrender
04. Nighthawkin’
05. Devil Eyes
06. Hong Kong Bar
07. Make It Right


DOWNLOAD

1973 | SEFRONIA

01. Dolphins
02. Honey Man
03. Because of You
04. Peanut Man
05. Martha
06. Quicksand
07. I Know I'd Recognize Your Face
08. Stone in Love
09. Sefronia: After Asklepiades, After Kafka
10. Sefronia: The King's Chain
11. Sally, Go 'Round the Roses

DOWNLOAD

1973 | HONEYMOON (1995)

01. Dolphins
02. Buzzin' Fly
03. Get on Top
04. Devil Eyes
05. Pleasant Street
06. Sally, Go 'Round the Roses
07. Stone in Love
08. Honey Man
09. Sweet Surrender

DOWNLOAD

1974 | LOOK AT THE FOOL

01. Look at the Fool
02. Bring It on Up
03. Helpless
04. Freeway Blues
05. Tijuana Moon
06. Ain't It Peculiar
07. Who Could Deny You
08. Mexicali Voodoo
09. Down in the Street
10. Wanda Lou

DOWNLOAD

1999 | ONCE I WAS, LIVE 1968-1974

01. Dolphins
02. Honey Man
03. Morning Glory
04. Coming Home To You (Happy Time)
05. Sing A Song For You
06. Hallucinations/Troubadour
07. Once I Was
08. I Don't Need It To Rain

DOWNLOAD

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Little Richard


Richard Wayne Penniman não nasceu em uma família que vivia o R&B intensamente como muitos de seus amigos. Ao contrário, ele foi rodeado a vida inteira pelo blues e jazz que seus pais escutavam quase todos os dias. Charlie Parker, Tab Smith, Cootie Williams, Hot Lips Page, Duke Ellington, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Dinah Washington e Georgia White são algumas das influências que esse jovem absorveu ao longo da infância e da adolescência.

E ainda havia o gospel – o cantado por Sister Rosetta Tharpe, uma das grandes cantoras do gênero nos Estados Unidos nos anos 1940 principalmente – das igrejas Pentecostal, Baptista e da African Methodist Episcopal todo final de semana por ter os irmãos, pais e parentes próximos como ministros (as pessoas que ajudam na celebração de alguma forma). Crescer nesse ambiente extremamente musical mexeu com a cabeça desse jovem nascido em Macon, Georgia, e isso o fez querer aprender a tocar piano e a cantar. Mas ele foi mais além: entrou por último na classe da aula de saxofone e foi o melhor aluno, mostrando que aprendia rápido quando o assunto era música.

Por ser pequeno, franzino e ter traços femininos, Richard ganhou o Little (pequeno) como apelido e antes mesmo de qualquer coisa, já era Little Richard para os íntimos. Um dia, antes de o culto começar, ele foi até o piano e começou a tocar músicas de Tharpe, que estava na cidade para uma apresentação. Ela estava na hora, gostou e o convidou para abrir seu show logo depois. O promotor e empresário Clint Brantley não queria deixar, mas a cantora bateu o pé e não se arrependeu. Em seu primeiro show, Little Richard mostrou o motivo de sua mãe falar que ele era "a pessoa mais musical que ela havia visto em seus anos de vida". Ele foi pago pela apresentação, e sua vida nunca mais foi a mesma.

Richard perdeu o interesse na escola e "começou a aprender música do diabo", segundo as pessoas da igreja. Era o tal do R&B, de ritmo dançante e que mexia com a cabeça das pessoas. O agora pianista profissional entrou em sua primeira banda no fim dos anos 1940, a Buster Brown's Orchestra, quando ele atuou em grupos vaudeville, muitas vezes vestido de mulher – ele ficou até o início de 1950, quando acabou seu contrato. Também foi nesse período que ele oficializou o nome Little Richard para promover-se e aproveitou para ouvir e ver nomes como Roy Brown e Billy Wright, os principais nomes do blues do início daquela década e que o influenciariam muito no início da carreira.

Quando começou a se apresentar solo, Little Richard mostrava muita energia e dava tudo de si. Isso acabou o levando a assinar um contrato com a RCA Victor para a gravação de um single, "Every Hour", primeiro lugar na região sul dos Estados Unidos. Apesar do sucesso, Richard não foi pago e logo saiu da gravadora, que o deixou pobre, sem dinheiro algum e ele precisou arrumar um emprego como lavador de pratos para pagar contas. Trocou de empresário, formou outras duas bandas e nada. Parecia estar fadado ao fracasso. Como última tentativa, por sugestão de Lloyd Price, Richard mandou um material demo para a gravadora Specialty. O pessoal gostou, o convidou para uma sessão e bater um papo. Eles começaram a gravar, mas nada que poderia fazer muito sucesso saiu disso.

Em uma noite depois das muitas tentativas, o pianista foi fazer seu show e improvisou em cima de uma letra que havia composto durante uma apresentação. Era "Tutti Frutti", o sucesso que a gravadora procurava. O produtor Robert "Bumps" Blackwell estava no momento e logo entrou em contato com a compositora Dorothy LaBostrie para trabalhar em cima do que o cantor havia feito, principalmente substituir as partes consideradas picantes.

Lançada como single em novembro, a canção explodiu e mudou a vida de todos os envolvidos ao se tornar um sucesso nos dois lados do Atlântico – uma das primeiras canções a estourar também no Reino Unido. A faixa de trabalho seguinte, "Long Tall Sally", também foi um sucesso imenso, e a carreira de Little Richard muda de patamar de vez, tornando-se o primeiro a fazer sucesso entre negros e brancos – algo inconcebível nos anos 1950 até aquele momento.

O primeiro disco dele, chamado Here's Little Richard, é a união dos Lados A e B dos singles lançados ao longo de 1956. Sendo esse um trabalho cheio, o LP chegou para o consolidar como o grande nome do rock em 1957, quando chegou ao 13º lugar da parada pop. Em pouco tempo, o cantor saiu da pobreza para virar um milionário ao fazer de suas músicas e apresentações um estouro.

Ao abrir com a dançante e sensual "Tutti Frutti", Little Richard abre o disco com o jogo ganho. De teor sensual, a letra foi alterada: o que eram versos picantes e cheios de referências ao sexo, virou uma canção agitada, dançante e perfeita para entrar na casa dos jovens sem a proibição dos pais. Um sucesso instantâneo da era romântica do rock, uma música fundamental para entender esse período.

O R&B sensual de "True, Fine Mama" traz um cantor inspirado e ajudado pelo vocal de apoio, que faz toda diferença ao criar o complemento que grudará na sua cabeça por algumas semanas. A banda faz um acompanhamento simples, bom o suficiente para dar ritmo e balanço. O blues, beirando um soul, entra em cena na romântica "Can't Believe You Wanna Leave", com um belo solo de saxofone como ponte para unir a primeira e a segunda parte.

"Ready Teddy" seria um sucesso do rock dos anos 1950, gravado pela primeira ver por Little Richard. Rápida e rasteira, era o single ideal para fazer qualquer jovem sair dançando por aí enquanto era olhado de maneira torta pelo adulto que preferia o jazz. A simples "Baby" abre caminho para o final do lado A, com "Slippin' and Slidin'" – um R&B com rock que satisfaz.

"Long Tall Sally" servia para mostrar todo ego e conhecimento musical de Little Richard. Era a música da explosão, para colocar o lugar abaixo, para fazer qualquer um – homem ou mulher – ir ao delírio durante a apresentação. Com pouco mais de dois minutos, essa canção influenciou centenas de jovens a terem suas bandas no futuro. Alterada da sua primeira versão, lenta e sem propósito, ganhou corpo em definitivo em 10 de fevereiro de 1956, data da gravação. Crua, agressiva e cheia de energia, a primeira canção do lado B é o resumo da carreira de Little Richard.

O andamento mais jazz de "Miss Ann" e "Oh Why?" coloca o trabalho em uma rotação mais lenta, mais para dançar colado com aquela pessoa que você ama. Primeiro single com a nova gravadora, "Rip It Up" é animada o suficiente para colocar o pessoal para dançar. De estrutura bem comum à época, acaba sendo outro bom exemplo de como o R&B misturou-se com o rock naquele período da história da música americana, e o mesmo exemplo cabe na ótima "Jenny Jenny" e na boa "She's Got It".

Uma obra-prima do rock, a estreia de Little Richard em estúdio é um ótimo meio para conhecer a história do início do rock nas paradas de sucesso. Se Elvis Presley era country, Richard era puro R&B. E esse jovem da Georgia deu o que falar em 1957 com esse disco primoroso.

Texto retirado de | Music on the Run

1957 | HERE'S LITTLE RICHARD

01. Tutti-Frutti
02. True, Fine Mama
03. Can't Believe You Wanna Leave
04. Ready Teddy
05. Baby
06. Slippin' And Slidin'
07. Long Tall Sally
08. Miss Ann
09. Oh Why?
10. Rip It Up
11. Jenny, Jenny
12. She's Got It

DOWNLOAD

domingo, 5 de julho de 2020

Journey


Hino atrás de hino! Esse álbum bem que pode ser entendido como uma daquelas coletâneas que transformam o nosso ambiente, seja no trabalho, no carro, no churrasco, na casa da namorada... e é quase uma coletânea pois só tem música boa nesse registro.

O Journey vinha com uma transição musical sublime com os discos Evolution (1979) e Departure (1980), deixando para trás a fase mais puxada para o progressivo que, particularmente, acho ótimo. Em Escape, os americanos do Journey alcançaram a glória máxima da carreira da banda.

Antes da gravação, porém, houve uma baixa: o tecladista Gregg Rolie deixa o Journey, sendo o cansaço e as excessivas turnês, segundo ele, os motivos principais, além do mesmo desejar outros rumos musicais. Dessa feita, entra no jogo o tecladista e guitarrista Jonathan Cain, que era integrante de uma banda chamada The Babys, vez ou outra abrindo os shows do Journey. A entrada de Cain seria de uma importância enorme para a banda pois, além de passar por uma segunda mudança na sonoridade, Cain assinou todas as faixas do álbum (em parceria), mostrando seu afiado lado como compositor.

Faixas do trabalho que dão aquele up necessário para os esqueletos como Stone In Love, Keep On Runnin’, Lay It Down e Escape fazem a festa, tendo as dobradinhas das bases e teclados de Cain com a mescla do inspirado Neal Schon e o afinadíssimo Steve Perry abrindo a porta do sucesso com socos no peito.

As baladas (e que baladas!) são o charme de Escape e que ajudou o registro à subir plataformas impressionantes mundo afora são Who’s Crying Now, Still They Ride e Open Arms (essa última fez parte da trilha sonora do filme “O Último Americano Virgem”, de 1982). Em Open Arms, inclusive, Steve Perry emociona com sua impecável e sentimental interpretação em notas altíssimas que são capazes de levar qualquer um aos prantos.

Mas o recheio principal do álbum está na clássica Don’t Stop Believin’, que abre o disco de forma magistral. Um hino de uma era, um hino de uma geração e o hino do Journey em toda a sua carreira. A cereja do bolo em estado bruto.

Em 2015, o Spotify realizou uma pesquisa para saber qual a música mais apreciada dos anos 80 com base em playlists do mundo todo, e Don’t Stop Believin’ ficou em primeiro lugar, ficando à frente do hit Girls Just Wanna Have Fun de Cyndi Lauper, por exemplo.

80% do repertório de Escape continuaria no topo das paradas até final de 1982, tornando-se difícil a banda despencar posições no período dentro de um insistente top40. No segundo mês de seu lançamento, Escape já havia vendido 9 milhões de cópias(!).

O Journey saboreou um surpreendente sucesso e uma assombrosa popularidade mundo afora, tornando-se uma das maiores bandas dos Estados Unidos. Isso permitiu ao grupo fazer shows em estádios, o uso pioneiro dos telões e fazer com que diversas bandas pegassem rabeira em seu irresistível som AOR que para sempre será lembrado em qualquer lista do gênero.

Texto | Johnny Paul Soares

1981 | ESCAPE

01. Don`t Stop Believing
02. Stone In Love
03. Who`s Crying Now
04. Keep On Runnin`
05. Still They Ride
06. Escape
07. Lay It Down
08. Dead Or Alive
09. Mother, Father
10. Open Arms

DOWNLOAD
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...