domingo, 5 de julho de 2020

Journey


Hino atrás de hino! Esse álbum bem que pode ser entendido como uma daquelas coletâneas que transformam o nosso ambiente, seja no trabalho, no carro, no churrasco, na casa da namorada... e é quase uma coletânea pois só tem música boa nesse registro.

O Journey vinha com uma transição musical sublime com os discos Evolution (1979) e Departure (1980), deixando para trás a fase mais puxada para o progressivo que, particularmente, acho ótimo. Em Escape, os americanos do Journey alcançaram a glória máxima da carreira da banda.

Antes da gravação, porém, houve uma baixa: o tecladista Gregg Rolie deixa o Journey, sendo o cansaço e as excessivas turnês, segundo ele, os motivos principais, além do mesmo desejar outros rumos musicais. Dessa feita, entra no jogo o tecladista e guitarrista Jonathan Cain, que era integrante de uma banda chamada The Babys, vez ou outra abrindo os shows do Journey. A entrada de Cain seria de uma importância enorme para a banda pois, além de passar por uma segunda mudança na sonoridade, Cain assinou todas as faixas do álbum (em parceria), mostrando seu afiado lado como compositor.

Faixas do trabalho que dão aquele up necessário para os esqueletos como Stone In Love, Keep On Runnin’, Lay It Down e Escape fazem a festa, tendo as dobradinhas das bases e teclados de Cain com a mescla do inspirado Neal Schon e o afinadíssimo Steve Perry abrindo a porta do sucesso com socos no peito.

As baladas (e que baladas!) são o charme de Escape e que ajudou o registro à subir plataformas impressionantes mundo afora são Who’s Crying Now, Still They Ride e Open Arms (essa última fez parte da trilha sonora do filme “O Último Americano Virgem”, de 1982). Em Open Arms, inclusive, Steve Perry emociona com sua impecável e sentimental interpretação em notas altíssimas que são capazes de levar qualquer um aos prantos.

Mas o recheio principal do álbum está na clássica Don’t Stop Believin’, que abre o disco de forma magistral. Um hino de uma era, um hino de uma geração e o hino do Journey em toda a sua carreira. A cereja do bolo em estado bruto.

Em 2015, o Spotify realizou uma pesquisa para saber qual a música mais apreciada dos anos 80 com base em playlists do mundo todo, e Don’t Stop Believin’ ficou em primeiro lugar, ficando à frente do hit Girls Just Wanna Have Fun de Cyndi Lauper, por exemplo.

80% do repertório de Escape continuaria no topo das paradas até final de 1982, tornando-se difícil a banda despencar posições no período dentro de um insistente top40. No segundo mês de seu lançamento, Escape já havia vendido 9 milhões de cópias(!).

O Journey saboreou um surpreendente sucesso e uma assombrosa popularidade mundo afora, tornando-se uma das maiores bandas dos Estados Unidos. Isso permitiu ao grupo fazer shows em estádios, o uso pioneiro dos telões e fazer com que diversas bandas pegassem rabeira em seu irresistível som AOR que para sempre será lembrado em qualquer lista do gênero.

Texto | Johnny Paul Soares

1981 | ESCAPE

01. Don`t Stop Believing
02. Stone In Love
03. Who`s Crying Now
04. Keep On Runnin`
05. Still They Ride
06. Escape
07. Lay It Down
08. Dead Or Alive
09. Mother, Father
10. Open Arms

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