sábado, 28 de setembro de 2019

Jim Morrison & The Doors


Fitas caseiras e uma gravação perdida na Elektra reuniram novamente o trio Manzarek, Krieger e Densmore, dessa vez com o objetivo de musicar os poemas que Jim Morrison registrou.

Dividido em cinco grandes faixas, cada uma com uma série de poemas entoados pelo próprio Jim, An American Prayer funciona principalmente para percebemos o quão complexa era a poesia de Morrison, e como as mesmas tornam-se belas canções quando recebem uma mão cheia de criatividade. O trio usou trechos de canções já registradas e fez novas partes instrumentais, e assim, trouxe ao mundo alguns dos poemas que Morrison gravou apenas a voz em 9 de fevereiro de 1969 e 8 de dezembro de 1970.

Para as quatro partes de “To Come of Age”, o grupo usou um pouco de “Unknown Soldier” durante a introdução de “Black Polished Chrome”, que ainda tem um blues elétrico muito bom, transformando em uma peça santaniana em “Latino Chrome”, virando um blues tradicional em “Angels and Sailors” e usando “The WASP (Texas Radio and the Big Beat”) para “Stoned Immaculate”. Outra faixa que o blues predomina é “World on Fire”, com uma performance ao vivo acachapante de “Roadhouse Blues”, em sua versão definitiva que uniu três apresentações distintas (Nova Iorque, em 17/1/1970, Detroit em 08/5/1970 e Boston, em 10/4/1970), unida a “The Hitchhiker”, cujo som de fundo é “Riders on the Storm”, além do poema “American Night” sobre barulhos diversos, “Lament”, entoada iniclamente sobre os gritos da plateia no show de Boston.

Adoro o embalo dançante de “Ghost Song”, uma das partes de “Awake”, onde as outras duas, “Dawn’s Highway” e “Newborn Awakening”, foram musicadas sobre a dupla “Peace Frog” / “Blue Sunday”, enquanto “The Poet’s Dreams” é uma viagem embriagada de Morrison entoando “The Movie” e “Curses, Invocations”, na qual a primeira possui apenas barulhos de sintetizadores por Arthur Barrow, enquanto a segunda ganhou um bonito instrumental feito pelo trio em companhia do baixista Jerry Scheff.

Encerra o álbum o melhor dos poemas de Morrison, “An American Prayer”, cuja parte musical inicialmente é de um suingue inimaginável para quem criou “The End” ou “When the Music’s Over”, e cujo encerramento, transformando-se de “The End” na lindíssima “Adagio”, de Albinoni, é um dos momentos mais tocantes da história da música. Um disco para fãs, que vale a pena adquirir principalmente por conta de “Roadhouse Blues” e da faixa-título.

Texto | Mairon Machado

1978 | AN AMERICAN PRAYER

Awake
01. Awake
02. Ghost Song
03. Dawns Highways
04. Newborn Awakening
To Come Of Age
05. To Come Of Age
06. Black Polished Chrome
07. Latino Chrom
08. Angels And Sailors
09. Stoned Immaculate
The Poet's Dream
10. The Movie
11. Curses Invocation
World On Fire
12. American Night
13. Roadhouse Blues
14. The World On Fire
15. Lament
16. The Hitchhiker
An American Prayer
17. An American Prayer
18. Hour For Magic
19. Freedom Exists
20. A Feast Of Friends
Bonus Tracks
21. Babylon Fading
22. Bird Of Prey
23. The Ghost Song (Extended Version)

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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

V.A. O Triângulo Sem Bermudas | Mutantes - Uma Homenagem À Trois


"Os Mutantes foram pioneiros em misturar o rock com ritmos e estilos brasileiros, abrindo as portas para que bandas como Novos Baianos, Secos & Molhados, Paralamas do Sucesso e Chico Science & Nação Zumbi operassem caminhos similares, a partir de outras influências e bases peculiares, mas também misturando influências estrangeiras com sonoridades tipicamente nacionais."

Leia a íntegra em | Hypeness

1996 | O TRIÂNGULO SEM BERMUDAS
(Mutantes - Uma Homenagem À Trois)


01. Pato Fú | Vida De Cachorro
02. Gilberto Gil e Jorge Mautner | Não Vá Se Perder Por Aí
03. Kid | Quem Tem Medo De Brincar De Amor
04. Barão Vermelho | Beijo Exagerado
05. Lulu Santos | Ave Lúcifer
06. Ney Matogrosso | El Justiciero
07. Tiburón Caribe | Cantor De Mambo
08. Planet Hemp | Top Top
09. Arnaldo Antunes | Dia 36
10. Daúde e Toni Garrido | Desculpe Babe
11. Celso Fonseca e Paulinho Moska | Panis Et Circenses
12. Edgard Scandurra e Taciana | Ando Meio Desligado
13. André Abujamra, Lucia Turnbull e Tom Zé | 2001

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domingo, 22 de setembro de 2019

Genesis


Todos se lembram de The Lamb Lies Down on Broadway por ser o último trabalho de Peter Gabriel como cantor do Genesis. Alguns, por isso, consideram o melhor. Na verdade, esse disco duplo lançado originalmente em 1974 não é o meu favorito; gosto mais do anterior Selling England by the Pound. Mas é inegável que a banda conseguiu grandes momentos, ao contar a história de um garoto porta-riquenho chamado Rael, que é engolido por uma dimensão alternativa e precisa resgatar seu irmão John. Apesar das letras peculiares de Peter Gabriel, estrela também dos 102 shows feitos para promover o disco, os maiores responsáveis pelos arranjos foram o baixista Michael Rutherford e o tecladista Anthony Banks. Esse detalhe, pouco lembrado por fãs, é um dos maiores motivos para a mágoa dos dois até hoje. E depois de Peter, o Genesis seria um outro Genesis. Mas por hora, fiquemos com a história desse histórico disco...

o Genesis em 1974, da esquerda para a direita: Phil Collins, Michael Rutherford, Anthony Banks, Peter Gabriel (sentado) e Steve HackettO ano de 1974 foi um divisor de águas na carreira do Genesis. Respeitado por fãs e crítica, o Genesis não era, no entanto, um grande vendedor de discos como o Pink Floyd ou Yes. Na verdade, a banda tinha uma certa reputação cult entre os fãs do rock progressivo, dividindo esse status com King Crimson, Gentle Giant, Soft Machine, entre outros.

O grupo tinha desenvolvido uma presença teatral muito forte no palco, especialmente Peter Gabriel, que se travestia com roupas e máscaras, incorporandos personagens e servindo mais como um narrador do que como cantor. Os demais integrantes muitas vezes ficavam quase escondidos no palco, embaixo das luzes. Peter era o frotman na mais pura tradução do termo.

Peter Gabriel conta que a idéia nasceu em cima de um garoto: "Apresentei várias idéias para a banda para que fizéssemos uma espécie de exercício democrático, embora eu tivesse certeza que eu venceria ou, ao menos, achava que teria que vencer. A idéia básica era contar a história de um garoto, o que agradou Michael. Eu pretendia fazer uma grande história e comecei a falar indiretamente de experiências pessoais, ainda que muitas partes sejam indecifráveis, o que dificultou o sucesso do disco. Rael, o personagem, seria um menino de jaqueta de couro e jeans, uma espécie de pré-punk, mas sem aquela conotação da geração de 1976. Não havia ainda os Ramones, por exemplo; New York Dolls sim, mas eles eram completamente desconhecidos."

Rael, um pequeno marginalzinho porto-riquenho que vivia em West Side, e que é sugado para outra dimensão, descobre que precisa salvar seu irmão, John. No meio de tudo isso, uma criação imensa e um trabalho, titânico.

"Nós estávamos vivendo todos juntos numa casa, em Headley Grange", recorda Phil Collins - "uma casa onde Led Zeppelin, Bad Company e Pretty Things já haviam morado. Começamos a trabalhar em conjunto para o disco e Peter disse que desejava escrever todas as letras, por isso, Mike e Tony ficavam atrás dele enquanto criávamos as melodias. Sempre que sentávamos para tocar, surgia algo maravilhoso."

Os atritos começaram quando Peter recebeu um telefonema do diretor William Friedkin, responsável pelo filme O Exorcista. Friedkin tinha adorado a história que Peter havia escrito na contra-capa do discos Genesis Live e procurava alguém para escrever um roteiro de ficção científica, mas que não fosse do ramo. Resolveu então convidar Peter, que aceitou o convite.

Peter perguntou se a banda se incomodava em parar por algum tempo a confecção do disco enquanto ele escrevia o roteiro e a banda disse que sim, que não desejavam parar por nada. "Bem, eu quero fazer o filme, então deixarei o Genesis".

A primeira reação da banda foi "ok, temos bastante material instrumental, vá em frente", mas logo viram que era uma loucura.

"Eu sempre gostei de trabalhar com Peter e senti que o grupo precisava de toda a energia que tivesse para terminar o projeto. Mas Peter continuava dizendo que se a oferta fosse realmente séria ele deixaria o grupo, o que considerei um absurdo. E ele realmente saiu um tempo para escrever o roteiro, mas não deu muito certo e ele acabou voltando e se comprometeu que acabaria o disco antes de fazer qualquer outra coisa. Porém, aquilo foi um sinal de que ele estava ficando cheio daquela vida."

Peter se sentiu muito contrariado e resolveu voltar para Bath até porque sua esposa estava grávida e deixou a parte de composição das melodias com o restante da banda. Ele já havia tido um pequeno atrito com Rutherford que queria fazer o disco em cima do livro O Pequeno Príncipe, o que não aconteceu. "Quanto mais você pressiona Peter, mais ele fica no canto. Nós o puxávamos para o grupo, ele ficava vago até que ele foi para Bath e nós ficamos com todo o trabalho. Sabíamos que não iríamos durar muito tempo", conta o baixista.

O convite do cineasta causou uma briga da banda com a gravadora Charisma e pouco-a-pouco o projeto do filme foi ficando mais difícil e Peter aceitou retornar ao trabalho após um telefonema de Michael. O vocalista disse que não queria ser pressionado e Michael pediu apenas para que ele adiasse por uns tempos seus projetos pessoais para se dedicar ao novo disco. Acordo fechado. Phil Collins acha que Peter voltou também porque Friedkin ficou muito assustado ao saber que poderia estar rachando o grupo e pediu desculpas pelo ocorrido.

capa do disco The Lamb Lies Down on BroadwayCom o vocalista de volta, todo o conceito começou a ser montado. O disco possui uma longa história introdutória contada por um narrador. Rael faria uma viagem ao seu subconsciente e se confrontaria com a morte - caso de "The Supernatural Anaesthetist"; com o amor - "The Lamia" - e Peter povoaria tudo com seu grande conhecimento de mitologia.

Mas as gravações foram tensas e os músicos se revezavam em turnos no estúdio. Phil Collins trabalhava de madrugada no Island Studios, em Notting Hill, enquanto o restante trabalhava pela manhã. Para piorar, Gabriel ficava revisando as letras várias vezes, atrasando ainda mais o projeto. Quando resolveu gravar seus vocais, os demais foram expulsos do local. A tensão era tão gigantesca que o guitarrista Steve Hackett acabou machucando um tendão e um nervo do seu dedão ao se cortar com um copo de vinho, o que adiou em três semanas a excursão britânica, sendo jogada para depois da parte norte-americana. O disco ainda teve a colaboração de Brian Eno, que fez algumas ambientações.

O disco foi lançado em Novembro de 1974 e no mês seguinte iniciava-se a turnê pelos Estados Unidos. Peter adotou o personagem Rael, usando em boa parte uma jaqueta de couro e calça jeans, o que era diferente para quem costumava usar máscaras e mais máscaras nos shows em anos anteriores.

No entretanto, ele logo começou a usar criações assustadores no palco e o show logo deixaria os demais integrantes irritados, pois Peter Gabriel parecia ser a grande estrela e não o Genesis. Claramente os demais membros ficavam escondidos ou em segundo plano.

Em "The Colony of Slippermen", Peter usava uma fantasia de um bulbo monstruoso, com órgãos genitais inflados.

Jill, a esposa do cantor, conta que era a primeira vez que Peter expunha de maneira explícita sua sexualidade em palco: "ele estava extremamente irritado e isso fez daqueles shows tão inesquecíveis. Ele se expôs de uma maneira inédita ao público de uma maneira que não fazia na nossa intimidade. Eu me sentia totalmente excitada vendo-o na platéia, mas ele só conseguia ser assim no palco, e isso me frustrava."

The Lamb Lies Down on Broadway não foi um sucesso comercial, na verdade foi um tremendo fiasco. Alcançou apenas a 41ª posição na parada norte-americana, apesar de ser disco de ouro no Reino Unido em fevereiro de 1975, onde chegou ao 10º posto na parada, apesar de ter deixado talvez o maior clássico do grupo até hoje, "Carpet Crawlers". Para se ter uma idéia o disco demorou 16 anos para conquistar o almejado Disco de Ouro, na América, ou seja, 500 mil cópias.

Quando a banda começou a turnê pelo Reino Unido, Gabriel já tinha resolvido deixar o Genesis, mas só anunciou o fato em agosto do mesmo ano, causando choque entre os fãs, embora seus companheiros soubessem que isso ocorreria logo.

O cantor mostrava todo seu abatimento ao sair chorando dos palcos a cada apresentação, misto de tristeza por deixar o Genesis e pelas letras. Sem ele, a história do grupo seria outro e Gabriel partiria em carreira-solo fazendo discos excepcionais e, em boa parte, sombrios.

Texto retirado de | Mofo

1974 | THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY

CD 1

01. The Lamb Lies Down On Broadway
02. Fly On A Windshield
03. Broadway Melody Of 1974
04. Cuckoo Cocoon
05. In The Cage
06. The Grand Parade Of Lifeless Packaging
07. Back In N.Y.C.
08. Hairless Heart
09. Counting Out Time
10. Carpet Crawlers
11. The Chamber Of 32 Doors

CD 2

01. Lilywhite Lilith
02. The Waiting Room
03. Anyway
04. Here Comes The Supernatural Anaesthetist
05. The Lamia
06. Silent Sorrow In Empty Boats
07. The Colony Of Slippermen
08. Ravine
09. The Light Dies Down On Broadway
10. Riding The Scree
11. In The Rapids
12. It

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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

V.A. Rio Grande do Rock


Esta coletânea veio para atualizar as amostras de rock gaúcho que já haviam surgido nacionalmente através do disco “Rock Grande do Sul” (Plug/RCA, 1986) e regionalmente pelos dois volumes do compilado “Rock Garagem”.

“Rio Grande do Rock” apresenta cinco novas bandas de Porto Alegre e se divide entre formações até então recentes, Prize, Apartheid e Justa Causa, com outras já tidas como veteranas, Julio Reny & Expresso Oriente e Cascavelettes. Por sinal, estas duas dão um banho nos demais nomes de “Rio Grande do Rock”. Julio Reny e sua banda suavizam o rock em “Expresso Oriente” e “Anita”, duas preciosidades também presentes no primeiro disco do crooner do rock gaúcho. Já os Cascavelettes não deixam as crianças na sala com suas duas canções, as não menos clássicas “Morte por tesão” e “Estou amando uma mulher”.

Apartheid e Prize mostram um trabalho bastante influenciado pelo pós-punk. Enquanto o Justa Causa não parece muito certo de sua própria estética sonora, a canção “Exilados” é pavorosa

O disco foi lançado pelo selo SBK, propriedade de Jairo Pires, experiente executivo de gravadoras que enveredara pelos independentes. A SBK tinha um acordo de distribuição nacional, mas como de costume, afundou diante do serviço precário oferecido pelos conluios com grandes empresas do disco.

O trabalho teve uma boa repercussão e, consequentemente, boas vendas, ainda que tenha ficado restrito ao Rio Grande do Sul. Hoje item colecionável e totalmente fora de cogitação de ser relançado.

Texto retirado de | Disco Furado

1988 | RIO GRANDE DO ROCK

01. Julio Reny & Expresso Oriente | Expresso Oriente
02. Apartheid | Roleta Russa
03. Prize | Forças do Interesse
04. Justa Causa | Exilados
05. Os Cascavelettes | Estou Amando uma Mulher
06. Os Cascavelletes | Morte por Tesão
07. Justa Causa | Status
08. Apartheid | Criticos
09. Julio Reny & Expresso Oriente | Anita
10. Prize | Brasil

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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Genesis


Em meados de 1973, o Genesis estava encerrando a bem sucedida turnê do elogiado álbum Foxtrot, trabalho lançado em julho de 1972. A turnê passou pela Europa e Estados Unidos, e ficou marcada por ter sido a primeira onde o vocalista Peter Gabriel revelou o lado de artista performático ao se apresentar fazendo uso de maquiagens faciais e de figurinos dos mais esquisitos. Suas performances acabaram se tornando atrações à parte nos shows do Genesis, o que só fez valorizar os concertos da banda inglesa de rock progressivo.

Tais performances somadas à boa receptividade do álbum Foxtrot fizeram o Genesis conquistar o mercado norte-americano. Numa tentativa de saciar os fãs por novos lançamentos do Genesis, a gravadora Charisma lançou em julho de 1973 o álbum gravado ao vivo Genesis Live, enquanto deu à banda tempo suficiente para compor material inédito para um novo álbum. Genesis Live trouxe registros ao vivo do banda gravados durante a turnê do álbum Foxtrot.

Com novas composições prontas, o Genesis entrou nos estúdios da Island Records, em Londres, em agosto de 1973 para gravar o seu novo álbum, Selling England By The Pound. A produção ficou a cargo de John Burns, o mesmo produtor de Foxtrot.

Para conceber a capa do novo álbum, a banda contou com arte da pintora inglesa Betty Swanwick (1915-1989). Porém, Swanwick não tinha tempo hábil para entregar no prazo a pintura para a capa. A alternativa foi a artista pegar uma obra sua já pronta, e a pedido da banda, acrescentou um cortador de grama encostado num arbusto do lado esquerdo da pintura, uma alusão a um verso da canção “I KnowWhat I Like”.

Quinto álbum de estúdio do Genesis, Selling England By The Pound foi lançado em 13 de outubro de 1973, e apresenta uma banda bastante entrosada. Para alguns críticos musicais, Selling England By The Pound foi o grande momento de Steve Hackett como guitarrista do Genesis. O álbum mostra pela primeira vez o baterista Phil Collins cantando como vocalista principal e uma faixa do álbum. Selling England By The Pound é marcado também por outro ineditismo dentro do Genesis com Tony Banks fazendo pela primeira vez do sintetizador ARP Pro-Solist.

Tematicamente, o quinteto inglês critica em Selling England By The Pound a instabilidade econômica na Inglaterra (o país vivia um estado de recessão econômica nos anos 1970), o consumismo e a “americanização” da cultura inglesa.

O álbum começa com um canto a capella de Peter Gabriel: “Can you tell me where my country lies?” (“Você poderia me dizer onde se encontra o meu país?”). A pergunta faz parte dos primeiros versos de “Dancing With The Moonlit Knight”, longa faixa de cerca de oito minutos que abre o álbum Selling England By The Pound. A canção carrega um certo clima medieval tanto na letra quanto nos arranjos, fazendo lembrar as cantorias dos velhos trovadores medievais. A canção começa calmamente com o piano de Tony Banks e os acordes de guitarra de Steve Hackett, seguindo depois para uma entrada explosiva de todos os outros instrumentos.

Um ruído de cortador de grama simulado pelos teclados de Tony Banks dá início a “I Know What I Like (In Your Wardrobe)”, segunda faixa do álbum. A canção é sobre um jardineiro, e cortador de grama que aparece na capa no lado esquerdo, faz referência a esse personagem. Merece destaque nesta faixa, a percussão executada por Peter Gabriel em alguns trechos da música. Gabriel usou um tambor falante comprado na Nigéria.

“Firth of Fifth” começa com um belo solo de piano solo executado por Tony Banks. Com duração de cerca de nove minutos, “Firth ofForth” é dividida em várias seções com andamentos diferentes. No meio da faixa, há um longo trecho instrumental onde Gabriel faz solos de flauta, Banks faz o mesmo com os seus teclados e Steve Hackett um solo “choroso” de guitarra. Após uma longa pausa instrumental, a faixa termina com Gabriel voltando a cantar e é concluída com um curto solo de piano de Banks. O título da música vem de um trocadilho com Firth of Forth, um estuário localizado na Escócia que envolve vários rios, dentre eles o Rio Forth.

A faixa seguinte, “More Fool Me” é uma canção folk à base de voz e violão, e tem como ineditismo, Phil Collins nos vocais principais pela primeira vez no Genesis. Cerca de dois anos mais tarde, com a saída de Peter Gabriel, será Collins quem assumirá os vocais do Genesis em definitivo.

A faixa "More Fool Me" traz o baterista Phil Collins fazendo o vocal principal pela primeira vez no Genesis.

“The Battle Of Epping Forest” foi composta por Gabriel baseado numa notícia de jornal que leu anos antes a respeito de um conflito entre gangues no leste de Londres. A música começa calmamente com uma bateria em ritmo marcial acompanhada por um som de flauta. Em seguida, entra toda a banda com seu rock progressivo. “The Battle Of Epping Forest” é mais uma longa faixa de Selling England By The Pound (cerca de onze minutois), e divida em vários andamentos. Os teclados de Tony Banks faz belas intervenções, seja fazendo solos ou criando as bases de fundo instrumental.

“After The Ordeal” mostra o talento do Genesis em criar músicas instrumentais. Essa faixa é uma espécie de “epílogo” de “The Battle Of Epping Forest”, fazendo um elo com a faixa seguinte. Muito bem arranjada, “After The Ordeal” é dividia em duas partes: a primeira parte essencialmente acústica, com Steve Hackett fazendo solos no violão que dão um clima todo medieval à música, e Tony Banks executando o seu piano ao fundo. A segunda parte é lenta e elétrica, com toda a banda tocando e Hackett fazendo um lindo e emocionado solo de guitarra na reta final da música.

Inspirada num poema de T.S.Eliot (1888-1965), poeta norte-americano radicado na Inglaterra, “The Cinema Show” possui outra referência literária: Romeu e Julieta, William Shakespeare (1564-1616). A letra da música faz citações a Romeu e Julieta dentro de uma visão contemporânea. Começa com solos delicados de violão e piano, acompanhando depois os vocais de Peter Gabriel. Assim como as outras longas faixas presentes no álbum, “The Cinema Show” com seus onze minutos de duração, é dividida em várias seções, entre vocais instrumentais e coral de apoio. Talvez o grande momento de “The Cinema Show” sejam os seus quatro minutos finais em que contando com o apoio do resto da banda, Tony Banks reina em absoluto executando os seus teclados de uma maneira grandiosa e habilidosa. Banks faz solos fantásticos no seu sintetizador ARP-Soloist, capaz de transportar o ouvinte a outros mundos. É sem sombra de dúvidas, um dos melhores solos de sintetizador da história do rock progressivo.

Fechando o álbum, a curtíssima “Aisle Of Plenty” que é praticamente uma reprise de “Dancing With The MoonlitKnight”, porém com um letra referindo-se a outro assunto: o consumismo. A canção termina de maneira sarcástica com Peter Gabriel anunciando produtos em promoção de um supermercado como creme de leite, manteiga, lava-louças, pacote de biscoitos, dentre outras coisas.
A turnê de Selling England By The Pound começou em setembro de 1973, um mês antes do álbum ser lançado, e terminou em maio de 1974, passando pela Europa e Estados Unidos. O álbum teve uma reação positiva por parte da crítica especializada. O público recebeu bem o álbum: no Reino Unido, Selling England By The Pound foi 3º lugar, enquanto que nos Estados Unidos, ficou em 70º lugar. O single de “I Know What I Like (In Your Wardrobe)” foi o primeiro grande sucesso comercial do Genesis na sua fase rock progressivo.

Com Selling England By The Pound, o Genesis encontroo seu estilo. O álbum representou o reconhecimento do trabalho da banda, e pôs o Genesis entre os gigantes do rock progressivo dos anos 1970, ao lado de Yes, Emerson Lake & Palmer, King Crimson e Pink Floyd. Selling England By The Pound abriu caminho para o mais ousado trabalho da banda durante a sua fase progressiva, o álbum duplo The Lamb Lies Down On Broadway, de 1974 e que representaria o ápice da fase Peter Gabriel do então quinteto inglês.

Texto retirado de |
Discos Essenciais

1973 | SELLING ENGLAND BY THE POUND

01. Dancing With the Moonlit Knight
02. I Know What I Like (In Your Wardrobe)
03. Fifth of Firth
04. More Fool Me
05. The Battle of Epping Forest
06. After the Ordeal
07. The Cinema Show
08. Aisle of Plenty

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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

V.A. Não São Paulo


VOLUME 1

"Não São Paulo" traz quatro bandas paulistanas que representavam o lado mais monocromático do rock paulistano da metade dos anos 80. Um álbum de bandas esteticamente inspiradas no pós punk, mas com as janelas abertas para buscar referências em outras manifestações artísticas e, mesmo, na música brasileira, principalmente no seu lado experimental.

O disco se inspira no cultuado "No New York", que revelou quatro bandas tão barulhentas quanto influentes, sob produção de Brian Eno. Semelhante à produção novaiorquina, as bandas do "Não São Paulo" pareciam estar em contante construção, experimentavam no estúdio, mas demonstravam maturidade. Provavelmente não tinham a intenção de encontrar seu lugar no rock nacional vigente, conformado o suficiente para não aceitar desafios, mas surpreenderam o público, e até mesmo se surpreenderam com a resposta do público. Havia um sentimento em comum de que "Não São Paulo" não seria marcado pelo tempo. E estavam certos.

O primeiro volume da coletânea abre com o Akira S & As Garotas que Erraram, capitaneados por um vocalista, Pedreira "Alex" Antunes, mais afeito a narrar letras do que a buscar qualquer harmonia vocal, e um baixista único por estas plagas, Akira S. “Sobre as pernas” traz a participação do Holger Czukay, fundador do Can alçado a condição de ídolo daquela turma. Holger tocou e editou a trompa que rasga o arranjo de "Sobre as pernas", que inclusive chegou a ser bem executada na 89 FM.

O Chance traz a frente a única voz feminina do álbum, Marcinha, e suas duas músicas anteciparam o que na década seguinte ficou conhecido como trip hop. “Samba do morro” desconstrói e desacelera um samba, insere ruídos e cadencia uma levada lenta. “O striptease de Madame X” é densa, com arranjo econômico de piano e versos recitados na voz masculina do Scot, alter ego do José Augusto Lemos.

O Muzak á a mais ruidosa das bandas do disco.“Ilha urbana” traz um arranjo brilhante composto basicamente por uma guitarra barulhenta e uma cozinha bem marcada. Por outro lado, “Jovens ateus” mostra que o Muzak apresentava potencial para canções mais próximas ao rock nacional da época, tanto que foi a única banda do disco que despontou para um contrato com grande gravadora, a EMI, pela gravou seu único disco.

O Ness, aqui reduzido ao duo Fernando e Walter, mostram um trabalho igualmente soturno, mas menos experimental, soam mais acessíveis que as demais bandas do álbum. “Adeus Buck Rogers” também entrou na programação da 89 FM, graças a produtora Aninha Sanchez.

Depois de "Não São Paulo" todas as bandas chegaram ao primeiro álbum completo, exceto o Chance. Nenhuma delas galgou passos além do underground e em menos de quatro anos todas já haviam encerrado atividades. Contudo, juntos construíram uma fotografia ainda bastante nítida da sombria metrópole que se mostrava em completa sintonia com outras grandes cidades e seus artistas urbanos.

O disco foi bem recebido pela crítica especializada, o que gerou um certo desconforto para as bandas, pois boa parte da crítica interessada em "Não São Paulo" era formada por músicos/jornalistas, dois deles presentes na coletânea, Alex Antunes (Akira S & As Garotas que Erraram), José Augusto Lemos (Chance).

“Não São Paulo” foi relançado em CD pela Baratos Afins, em 1997. A edição com um bônus ao vivo para cada banda está disponível nos links abaixo:

1986 | NÃO SÃO PAULO VOL. 1

01. Akira S & As Garotas Que Erraram | Sobre as Pernas
02. Muzak | Jovens Ateus
03. Chance | Samba do Morro
04. Ness | Adeus Buck Rogers
05. Muzak | Ilha Urbana
06. Ness | M.R.O.
07. Akira S & As Garotas Que Erraram | Swing Basses Series I (Eu Dirijo O Carro Bomba)
08. Chance | O Striptease de Madame X
09. Chance | Beaultiful But True
10. Ness | Vie Moderne (Vida Moderna)
11. Muzak | TV Morte (Ao Vivo)
12. Akira S & As Garotas Que Erraram | Kkbalah (Ao Vivo)

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VOLUME 2

Segundo volume da aclamada coletânea lançada pelo selo Baratons Afins. As bandas escolhidas dessa vez foram 365, Gueto, Nau e Vultos.

Sem o mesmo impacto da primeira, vale, pelo menos, pela qualidade das bandas selecionadas, em especial Gueto, com duas faxias mais próximas ao rock do que ao rap.

Diferente do primeiro disco, neste cada banda gravou duas faixas distintas, a terceira foi uma versão ao vivo, ou demo, no cado dos Vultos, de uma das outras canções.

1987 | NÃO SÃO PAULO VOL. 2

01. Nau | Madame Oráculo
02. Gueto | Fotografia
03. 365 | 31 de Março
04. Vultos | O Analista
05. Gueto | Luta
06. Vultos | Farsantes Amantes
07. Nau | Sofro
08. 365 | Grandola Vila Morena
09. Nau | Madame Oráculo (Ao Vivo)
10. Vultos | Farsantes Amantes (Ao Vivo)
11. Gueto | Luta (Ao Vivo)
12. 365 | Grandola Vila Morena (Ao Vivo)

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Texto retirado de | Disco Furado

terça-feira, 10 de setembro de 2019

The Police


O sucesso inesperado de "Outlandos d'Amour" (1978) deu ao Police credenciais junto ao público de que um trio poderia fazer um novo tipo de música -- nem punk, nem rock clássico --, mas alguma que misturasse referências em algo único e original para atrair o maior número de pessoas possíveis. Não à toa, eles foram classificados como "New Wave" -- ou "Nova Onda" -- que vinha para mostrar às rádios, público e gravadoras que o passado realmente estava ficando para trás.

Claro que o sucesso do trio formado por Sting, Andy Summers e Stewart Copeland veio com muito trabalho. Mas claro que "Can't Stand Losing You" e "Roxanne" ajudaram muito, principalmente a segunda nos Estados Unidos. Porém havia uma enorme desconfiança, afinal quantas bandas também não explodiram após o primeiro álbum e o sucessor foi medíocre? Uma parte do público e dos críticos optou por esse caminho na hora de avaliar o futuro do Police pouco menos de um ano da estreia.

A gravadora A&M acreditou no potencial deles para o segundo disco e visou um estúdio maior e um produtor de alto calibre, já que a sonoridade deles foi muito bem recebida na América. Tudo foi prontamente recusado pelo trio, que optou por algo menor e com ajuda de Nigel Gray, engenheiro de som promovido a coprodutor do álbum.

Em uma banda desse calibre, todos chegaram com ideias de músicas para o novo trabalho. Mesmo assim, o material era insuficiente para preencher todo LP. E ainda havia o fato de eles estarem em turnê, então era praticamente impossível ter qualquer tipo de foco no trabalho sem dividir atenção com outras coisas. Mesmo assim, foram apenas quatro semanas em estúdio, um tempo relativamente curto para fazer um álbum do início ao fim. E sem muito material novo, partiram para o baú de antigas gravações.

"Foi um álbum realmente fácil para nós gravarmos, levou apenas três ou quatro semanas. 'Outlandos...' foi gravado durante um período de seis meses. No 'Reggatta...' nós realmente cancelamos duas semanas de estúdio. O material não foi ensaiado, mas a banda estava pronta. Nós conhecíamos o estilo um do outro porque estávamos juntos constantemente por oito meses, o que não aconteceu quando gravamos o primeiro álbum", disse o baterista Stewart Copeland para 'Trouser Press', em dezembro de 1979.

O trabalho também foi o ponto em que o Police, enfim, conseguiu mostrar ao mundo que era uma banda original. Segundo Sting, esse trabalho foi o início do trio como uma unidade musical com referências, mas com uma cara própria.

"Tínhamos influências de reggae em nosso vocabulário e foram sintetizados em nossa infraestrutura. Como músico, você aprende seu ofício, imita e copia pessoas, e de repente há um momento em seu desenvolvimento em que você cresce e finalmente se torna você mesmo. Acho que o 'Reggatta De Blanc' foi esse momento para nós", contou o baixista à revista 'Musician', em 1983.

Lançado em 2 de outubro de 1979, "Reggatta de Blanc" separou definitivamente o Police do punk ao apresentar um trabalho de qualidade musical absurda. O LP chegou ao primeiro lugar da parada no Reino Unido e ao 25º lugar nos Estados Unidos. E aqui começou uma subida absurda nadas paradas, o que transformaria o trio na maior banda do mundo no início dos anos 1980.

Texto retirado de | Music On The Run

1979 | REGGATTA DE BLANC

01. Message In A Bottle
02. Reggatta De Blanc
03. It's Alright For You
04. Bring On The Night
05. Deathwish
06. Walking on the Moon
07. On Any Other Day
08. The Bed's Too Big Without You
09. Contact
10. Does Everyone Stare
11. No Time This Time

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sábado, 7 de setembro de 2019

V.A. Rumores


“Rumores” foi idealizado em 1984, uma iniciativa de Isnaldo Júnior, paraibano adaptado à Brasília e muito interessado nas bandas de rock da cidade.

Isnaldo era proprietário da loja de discos Sebo do Disco e aproveitou o bom momento do comércio de discos na capital federal para investir numa coletânea que reunisse quatro bandas brasilienses que ainda não haviam assinado contrato.

Naquele momento, um contrato era quase a sobrevivência para as bandas de Brasília, principalmente depois que a primeira geração da turma (Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial) já fazia parte do elenco de grandes gravadoras.

As quatro bandas escolhidas tinham uma trajetória no rock brasiliense e eram nomes frequentes em shows e ensaios abertos, que muitas vezes se tornaram shows. Eram bandas diferentes entre si, mas todas com uma identificação sonora no punk e no pós-punk.

Elite Sofisticada era a “veterana”, seguida pelo Detrito Federal. Finis Africae e Escola de Escândalos surgiram no mesmo ano em que apareceu o convite para gravarem no “Rumores”.

Tanto o Elite Sofisticada quanto Escola de Escândalos estavam ligados à turma da primeira geração de bandas de Brasília a saborearem o sucesso nacional. Na época o Escola de Escândalos se chamava XXX e dividia ensaios e equipamentos com o Aborto Elétrico. O Detrito Federal e o Finis Africae não faziam parte da “turma”, mas em 1984 já não existia mais turma nenhuma.

Das quatro bandas, a que mais salta os olhos é o Escola de Escândalos. “Complexos” e “Luzes” soam como uma new wave monocromática, com boas letras e vocais, ainda que a produção de todas as faixas seja bastante crua e que algumas derrapadas de execução não tenham sido corrigidas. A guitarra de Fejão ( se sobressai às demais seis cordas do disco todo. O vocal de Mariele Loyola, então recém-integrada aos vocais, faz um bom contraponto com a voz do Bernardo Müller, principalmente em “Complexos”. E Bernardo era um dos melhores compositores daquela safra do rock de Brasília. “Luzes” entrou na programação da Fluminense FM e parecia que o Escola de Escândalos seria a próxima migração candanga para o hall da (sub)fama do Rock Brasil 80’s. Uma demo gravada para EMI solidificaria a projeção, mas não foi o que aconteceu. No mesmo ano do lançamento do “Rumores” Mariele Loyola se debandou para o Arte no Escuro, mas o Escola de Escândalos perdurou até 1988.

Elite Sofisticada estava mais ligada ao pós-punk, tocavam acelerado, mas eram facilmente assimiláveis, mantinham um vocal bem característico às bandas da época. Não é por acaso que na resenha do disco feita por Alex Antunes para revista Bizz (leia ao lado) a banda é acusada de imitar o Capital inicial. Curiosamente, o nome da banda surgiu de uma brincadeira de Negrete - aka Renato Rocha e Billy (1961-2015) - com a Plebe Rude.

Finis Africae também estava voltado ao lado sombrio da new wave. As duas canções que estão em “Rumores” são as únicas do Finis Africae com o seu primeiro vocalista, Rodrigo Leitão. Este foi ejetado da banda ainda durante a gravação da coletânea, seus vocais até foram refeitos pelo seu substituto, Eduardo de Moraes, mas não foram aproveitados. A saída do vocalista refletia o desejo da banda de seguir um caminho mais pop e com temas mais acessíveis. Deu certo para eles, mas as canções do Finis Africae em “Rumores” estão entre as melhores da banda.

Detrito Federal é a “mais diferente” dos quatro nomes selecionados. Trata-se de uma banda punk em essência, a única realmente punk de uma geração que idolatrava o gênero, mas que buscava caminhos sonoros e estéticos em outras vertentes, muitas delas originadas do punk. As duas músicas não soam tão pungentes como deveriam soar, mas o vocal de Podrão salva as letras legitimamente punk rock de “Fim de semana” e “Desempregado”. O punk /hardcore brasiliense deve muito a estas duas músicas do Detrito Federal.

“Rumores” foi gravado no estúdio Bemol, em Belo Horizonte/MG. O projeto gráfico segue os tons negros e nublados das gravações. Na capa a foto de outra figura conhecida do rock de Brasília da primeira metade dos 80, Ronaldo Freitas. No encarte estão as letras e uma foto grande com todas as bandas reunidas. Foram prensadas duas mil cópias do álbum, item disputado à tapa por colecionadores.

Texto retirado do blog | Disco Furado

1985 | RUMORES

01. Escola de Escândalo | Complexos
02. Finis Africae | Van Gogh
03. Elite Sofisticada | Fuga
04. Detrito Federal | Desempregado
05. Finis Africae | Ética
06. Escola de Escândalo | Luzes
07. Detrito Federal | Fim-de-semana
08. Elite Sofisticada | Sozinho

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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Tim Buckley


Timothy "Tim" Charles Buckley (Washington, DC, 14 de fevereiro de 1947 — Santa Mônica, 29 de junho de 1975)[1] foi um músico americano.

Tim Buckley estreou em gravações em 1966, após ser visto pelo empresário de Frank Zappa durante uma apresentação em Los Angeles. O álbum, que levava seu nome refletia claramente uma influência do folk, em especial de Bob Dylan; sua voz chamava a atenção pelos agudos, que o aproximavam de um cantor de coral.

"Goodbye and Hello", do ano seguinte, é talvez seu trabalho mais conhecido, no qual o acompanhamento de banda é substituído por intrincados arranjos de cordas e metais, e as letras tornam-se mais ambiciosas.

Em seu terceiro álbum, o mais conceituado pela crítica, Tim flerta com o cool jazz de Miles Davis e abaixa seu tom de voz; esta aproximação com o jazz pontuaria também seus álbuns seguintes.

Seus últimos álbuns mostram uma reaproximação com o pop.

Tim Buckley era pai de Jeff Buckley, também cantor, fruto do seu casamento com uma pianista.

Morreu de overdose de heroina e morfina aos 28 anos.

Texto | Wikipédia

1969 | HAPPY SAD

01. Strange Feelin'
02. Buzzin' Fly
04. Dream Letter
03. Love From Room 109 At The Isla
05. Gypsy Woman
06. Sing A Song For You



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domingo, 1 de setembro de 2019

V.A. Rock Grande do Sul


Rock Grande do Sul é uma coletânea musical com bandas de Porto Alegre, RS que foram aprovadas em um processo de seleção em 1985, realizado pela gravadora RCA, atual Sony BMG Music Entertainment, pela qual a mesma foi lançada.

A partir desta coletânea as bandas Replicantes, TNT, DeFalla, Garotos da Rua e Engenheiros do Hawaii tiveram a carreira consolidada.

Texto | Wikipédia

1985 | ROCK GRANDE DO SUL

01. Engenheiros do Hawaii | Sopa de Letrinhas
02. Os Replicantes | Surfista Calhorda
03. TNT | Entra Nessa
04. Garotos da Rua | Sozinho Outra Vez
05. DeFalla | Você Me Disse
06. Garotos da Rua | Tô de Saco Cheio
07. Engenheiros do Hawaii | Segurança
08. TNT | Estou na Mão
09. DeFalla | Instinto Sexual
10. Os Replicantes | A Verdadeira Corrida Espacial

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