quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Art

Lançado naquele que é considerado um dos anos mais importantes da história da música pop, “Supernatural Fairy Tales” é o único registro do grupo inglês Art. Formada em abril de 1967, a banda durou apenas seis meses, encerrando suas atividades em outubro daquele mesmo ano. Mas essa curta existência não passou despercebida, já que o único disco do Art é considerado até hoje uma das grandes obras do rock psicodélico da segunda metade dos anos 1960.

Na verdade, alguns consideram “Supernatural Fairy Tales” como o primeiro álbum do Spooky Tooth, tradicionalíssima banda de rock britânica que se destacou por executar uma original fusão entre o hard rock e o progressivo, principalmente pela interessante utilização de piano e órgão de forma simultânea, construindo uma sonoridade única. Isso ocorre porque Mike Harrison, Luther Grosvenor, Greg Ridley e Mike Kellie, após a adição do tecladista Gary Wright, alteraram o nome do grupo de Art para Spooky Tooth, mudando também o direcionamento musical da banda. Enquanto o Art viajava pelos mares do rock psicodélico, o Spooky Tooth navegava pelo hard rock com algumas pitadas de blues e uma grande dose de rock progressivo. Portanto, o mais correto é, apesar de contar praticamente com os mesmos músicos, classificar o Art e o Spooky como duas bandas totalmente diferentes.

As doze faixas de “Supernatural Fairy Tales” apresentam um rock carregado de psicodelismo e uma bem-vinda dose de peso, aproximando-o do chamado heavy psych. Guitarras agressivas e vocais ásperos e repletos de energia marcam as canções, que trazem consigo uma generosa dose de melodia, facilitando a digestão por parte do ouvinte. Assim, músicas como “I Think I´m Going Weird”, “What´s That Sound (For What It´s Worth)”, “Room With A View”, “Supernatural Fairy Tales”, “Love is Real”, “Brothers, Dads and Mothers” e “Rome Take Away Three” descem redondo até mesmo para o ouvinte não acostumado com a psicodelia, fato raro e surpreendente, uma vez que as experimentações sonoras do estilo costumam assustar ouvintes neófitos.

Raríssima, a edição original do álbum é item de destaque em acervos de colecionadores que conseguiram adquiri-la. Além dela, o álbum ganhou uma versão em CD em 1994 pela gravadora inglesa Drop Out e, mais recentemente, foi reeditado pela Tapestry em vinil de 180 gramas.

Uma jóia rara, que garante momentos de satisfação sublimes ao ouvinte. Talvez essa seja a melhor definição para “Supernatural Fairy Tales”.

1967 | SUPERNATURAL FAIRY TALES

01 | I Think I’m Going Weird
02 | What’s That Sound
03 | African Thing
04 | Room With a View
05 | Flying Anchors
06 | Supernatural Fairy Tales
07 | Love Is Real
08 | Come on Up
09 | Brothers, Dads and Mothers
10 | Talkin’ to Myself
11 | Alive Not Dead
12 | Rome Take Away Three

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