MONTEREY POP 1967 | UM SHOW QUE MUDOU O ROCK
Diz a lenda que naquela noite do festival, o The Who era a atração principal, mas escolheu entrar antes de Hendrix, pois Pete Townsend andava incomodado com o fato de ele copiar sua mania de quebrar a guitarra nos shows. Considerou que ele se apropriou de sua arte. Hendrix tinha um relativo sucesso na Inglaterra e já era bastante admirado (e invejado) no meio artístico, mas ainda era um desconhecido do grande público. Entrando depois, ele não causaria o mesmo impacto e seria visto apenas como um mero imitador, calculou Townsend. E assim foi feito. O The Who dá um grande espetáculo e, ao final, destrói seu equipamento. Naquela noite, a catarse seria dele.
Agora era a vez de Hendrix. Ele entra com um ataque de guitarras em “Killing Floor”, seguida de um desfile de hits de seu primeiro e recém lançado álbum Are You Experienced, recebendo boa resposta do público. Simpático, conversava com a plateia, enquanto afinava a guitarra entre uma música e outra. Parecia relaxado, lépido, senhor de si. Tocou de costas, com os dentes e impressionou a todos com seu som e fúria. De qualquer maneira, para Townsend, a situação parecia “controlada”. Mas aí veio a última música.
Depois de todo o mise-en-scène com o feedback, ele emendou uma versão raivosa de “Wild Thing”. Através dos acordes simples e da letra quase ingênua da música, Hendrix mostrava ao mundo que uma guitarra não serve apenas para roçar acordes e que fazer um show não é apenas subir no palco e tocar. Ele improvisou, solou, se jogou no chão, tocou de costas. Não satisfeito, “sodomizou” a guitarra, violentando-a contra o amplificador. Depois jogou a guitarra no chão e “masturbou-a”, como se ela tivesse clitóris… Uma total profanação para os costumes daquela época. Mas ainda não tinha terminado.
Grand-finale: guitarra no chão, Hendrix se ajoelha e prepara uma espécie de culto. Esguicha fluido de isqueiro, dá-lhe um beijo de despedida e risca o fósforo. Genial. A guitarra ardendo em chamas, como que num ritual de sacrifício. O fogo e a destruição não era jogo de cena, querendo parecer cool para a câmera. Àquelas alturas, eu já tinha visto um monte de metaleiros posers na MTV, com cara de mau, destruindo seus equipamentos, mas já conseguia perceber o quanto aquilo era fake. Hendrix era o contrário. Não tinha como ser mais visceral e verdadeiro do que aquilo. Esse sim era o grande momento de catarse da noite. Atônito no backstage, Pete Townsend ainda ouve o deboche do baterista Keith Moon: “Seu idiota, porque você não pensou nisso antes? Ele colocou fogo, fogo!”.
O impacto dessa performance foi tão demolidor, que pôde ser notado de imediato na plateia. A câmera flagrou pessoas chocadas com o furor de Hendrix, o que só aumentou ainda mais o seu feito. Sim, o mundo se ajoelhou diante de Jimi Hendrix a partir daquele show. Um show que, definitivamente, mudou o curso da história do rock. Depois que mergulhei em sua discografia, passei a entender o significado do todo aquele mito que tinha se criado. Percebi como ele foi pioneiro em algumas coisas, inovador em outras, e genial sempre. Enfim, a partir daquele dia, entendi porque a guitarra — e o rock — se dividem em a.H. e d.H..
Texto | Diogo Salles
Agora era a vez de Hendrix. Ele entra com um ataque de guitarras em “Killing Floor”, seguida de um desfile de hits de seu primeiro e recém lançado álbum Are You Experienced, recebendo boa resposta do público. Simpático, conversava com a plateia, enquanto afinava a guitarra entre uma música e outra. Parecia relaxado, lépido, senhor de si. Tocou de costas, com os dentes e impressionou a todos com seu som e fúria. De qualquer maneira, para Townsend, a situação parecia “controlada”. Mas aí veio a última música.
Depois de todo o mise-en-scène com o feedback, ele emendou uma versão raivosa de “Wild Thing”. Através dos acordes simples e da letra quase ingênua da música, Hendrix mostrava ao mundo que uma guitarra não serve apenas para roçar acordes e que fazer um show não é apenas subir no palco e tocar. Ele improvisou, solou, se jogou no chão, tocou de costas. Não satisfeito, “sodomizou” a guitarra, violentando-a contra o amplificador. Depois jogou a guitarra no chão e “masturbou-a”, como se ela tivesse clitóris… Uma total profanação para os costumes daquela época. Mas ainda não tinha terminado.
Grand-finale: guitarra no chão, Hendrix se ajoelha e prepara uma espécie de culto. Esguicha fluido de isqueiro, dá-lhe um beijo de despedida e risca o fósforo. Genial. A guitarra ardendo em chamas, como que num ritual de sacrifício. O fogo e a destruição não era jogo de cena, querendo parecer cool para a câmera. Àquelas alturas, eu já tinha visto um monte de metaleiros posers na MTV, com cara de mau, destruindo seus equipamentos, mas já conseguia perceber o quanto aquilo era fake. Hendrix era o contrário. Não tinha como ser mais visceral e verdadeiro do que aquilo. Esse sim era o grande momento de catarse da noite. Atônito no backstage, Pete Townsend ainda ouve o deboche do baterista Keith Moon: “Seu idiota, porque você não pensou nisso antes? Ele colocou fogo, fogo!”.
O impacto dessa performance foi tão demolidor, que pôde ser notado de imediato na plateia. A câmera flagrou pessoas chocadas com o furor de Hendrix, o que só aumentou ainda mais o seu feito. Sim, o mundo se ajoelhou diante de Jimi Hendrix a partir daquele show. Um show que, definitivamente, mudou o curso da história do rock. Depois que mergulhei em sua discografia, passei a entender o significado do todo aquele mito que tinha se criado. Percebi como ele foi pioneiro em algumas coisas, inovador em outras, e genial sempre. Enfim, a partir daquele dia, entendi porque a guitarra — e o rock — se dividem em a.H. e d.H..
Texto | Diogo Salles
1967 | JIMI PLAYS MONTEREY: LIVE 1967 (1986)
01. Killing Floor
02. Foxy Lady
03. Like a Rolling Stone
04. Rock Me Baby
05. Hey Joe
06. Can You See Me
07. The Wind Cries Mary
08. Purple Haze
09. Wild Thing
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01. Killing Floor
02. Foxy Lady
03. Like a Rolling Stone
04. Rock Me Baby
05. Hey Joe
06. Can You See Me
07. The Wind Cries Mary
08. Purple Haze
09. Wild Thing
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1967 | LIVE AT MONTEREY (2007)
01. Introduction By Brian Jones
02. Killing Floor
03. Foxey Lady
04. Like a Rolling Stone
05. Rock me Baby
06. Hey Joe
07. Can You See me
08. The Wind Cries Mary
09. Purple Haze
10. Wild Thing
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01. Introduction By Brian Jones
02. Killing Floor
03. Foxey Lady
04. Like a Rolling Stone
05. Rock me Baby
06. Hey Joe
07. Can You See me
08. The Wind Cries Mary
09. Purple Haze
10. Wild Thing
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1968 | MIAMI POP FESTIVAL (2013)
01. Introduction
02. Hey Joe
03. Foxey Lady
04. Tax Free
05. Fire
06. Hear My Train A Comin'
07. I Don't Live Today
08. Red House
09. Purple Haze
10. Fire (Afternoon Show)
11. Foxey Lady (Afternoon Show)
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1969 | LIVE AT WOODSTOCK (1999)
CD 1
01. Introduction
02. Message To Love
03. Hear My Train A Comin’
04. Spanish Castle Magic
05. Red House
06. Lover Man
07. Foxey Lady
08. Jam Back At The House
CD 2
01. Izabella
02. Fire
03. Voodoo Child (Slight Return)
04. The Star Splangled Banner
05. Purple Haze
06. Woodstock Improvisation
07. Villanova Junction
08. Hey Joe
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01. Introduction
02. Hey Joe
03. Foxey Lady
04. Tax Free
05. Fire
06. Hear My Train A Comin'
07. I Don't Live Today
08. Red House
09. Purple Haze
10. Fire (Afternoon Show)
11. Foxey Lady (Afternoon Show)
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1969 | LIVE AT WOODSTOCK (1999)
CD 1
01. Introduction
02. Message To Love
03. Hear My Train A Comin’
04. Spanish Castle Magic
05. Red House
06. Lover Man
07. Foxey Lady
08. Jam Back At The House
CD 2
01. Izabella
02. Fire
03. Voodoo Child (Slight Return)
04. The Star Splangled Banner
05. Purple Haze
06. Woodstock Improvisation
07. Villanova Junction
08. Hey Joe
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1970 | FREEDOM: ATLANTA POP FESTIVAL (2015)
CD 1
01. Fire
02. Lover Man
03. Spanish Castle Magic
04. Red House
05. Room Full Of Mirrors
06. Hear My Train A Comin’
07. Message To Love
CD 2
01. All Along The Watchtower
02. Freedom
03. Foxey Lady
04. Purple Haze
05. Hey Joe
06. Voodoo Child (Slight Return)
07. Stone Free
08. Star Spangled Banner
09. Straight Ahead
Link.
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1970 | BLUE WILD ANGEL
LIVE AT THE ISLE OF WIGHT FESTIVAL (2002)
CD 1
01. God Save the Queen
02. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
03. Spanish Castle Magic
04. All Along The Watchtower
05. Machine Gun
06. Lover Man
07. Freedom
08. Red House
09. Dolly Dagger
10. Midnight Lighting
CD 2
01. Foxey Lady
02. Message to Love
03. Hey Baby (New Rising Sun)
04. Ezy Ryder
05. Hey Joe
06. Purple Haze
07. Voodoo Child (Slight Return)
08. In From The Storm
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CD 1
01. Fire
02. Lover Man
03. Spanish Castle Magic
04. Red House
05. Room Full Of Mirrors
06. Hear My Train A Comin’
07. Message To Love
CD 2
01. All Along The Watchtower
02. Freedom
03. Foxey Lady
04. Purple Haze
05. Hey Joe
06. Voodoo Child (Slight Return)
07. Stone Free
08. Star Spangled Banner
09. Straight Ahead
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1970 | BLUE WILD ANGEL
LIVE AT THE ISLE OF WIGHT FESTIVAL (2002)
CD 1
01. God Save the Queen
02. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
03. Spanish Castle Magic
04. All Along The Watchtower
05. Machine Gun
06. Lover Man
07. Freedom
08. Red House
09. Dolly Dagger
10. Midnight Lighting
CD 2
01. Foxey Lady
02. Message to Love
03. Hey Baby (New Rising Sun)
04. Ezy Ryder
05. Hey Joe
06. Purple Haze
07. Voodoo Child (Slight Return)
08. In From The Storm
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2 comentários:
Primero, Mil graicas por todo-
notese que este enlace sale que es para Peter Tosh Equal Rights...
ALBUM JIMMY HENDRIX,VEM PETER TOSH
http://www.mediafire.com/file/jp3bn9s1unzs5tz/Peter+Tosh+-+Equal+Rights.rar
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